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No mesmo instante fiquei paralisada.

Como pode ele sempre estar por perto nessas horas? Meu Deus!

Eu não sabia qual reação ter, apenas olhava fixamente pra ele. Lucas percebeu minha atitude e em seguida parou o que estava fazendo.

– O que foi? – Ele pergunta.

– N-nada, acho que só me distrai um pouco. – Falo com a voz trêmula.

Em seguida levanto e fecho a cortina numa rapidez, na intenção de Lucas não perceber que Tom estava ali.

Era óbvio que eles não se gostavam à tempos, mas depois que eles perceberam que tinham contato com a mesma menina, no caso eu, isso só piorou.

Tom tem um ciúmes possessivo, e Lucas é bem folgado quando quer. Tentei evitar a catástrofe que estava por vir.

Com certeza eu escutaria Kaulitz resmungando alguma coisa, pois embora estivéssemos afastados, ele nunca calava a boca quando algo o incomodava.

– Você não quer continuar? Não gostou? – Ouço Lucas perguntar meio confuso.

– Eu amei, de verdade. – O tranquilizo. – Me desculpa, acho que não estou passando muito bem.

Ele muda sua expressão para preocupado.

– O que aconteceu S/n? Do nada?

– Eu só acho que preciso ir... Não estou legal. – Respondo fingindo uma cara de mal-estar.

– Ah. – O mesmo se afasta de mim. – Tudo bem então.

Eu estava mentindo e de certa forma pesava na minha consciência, pois Lucas estava sendo a única pessoa "legal" comigo durante essas semanas conturbadas. Ele tinha o jeito dele de demonstrar, e eu sabia que em partes a forma dele de me fazer esquecer dos problemas também era por benefício próprio, mas no fundo ele só estava tentando ajudar.

Aquilo tudo não parecia certo pra mim, eu tinha uma ligação com Bill e não queria decepciona-lo.

Um silêncio se instalou no ambiente enquanto colocávamos nossas roupas e arrumávamos a pequena bagunça que tínhamos feito.

– Me desculpa por ter interrompido nosso momento. – Falo com uma cara de chateada.

– Tudo bem, não é culpa sua você passar mal né.

Ele estava curto e grosso comigo, parecia um pouco decepcionado por não conseguir o que queria.

Vou em direção à porta e Lucas me acompanha. Dou um beijo na bochecha dele e o mesmo dá um sorrisinho pequeno.

[...]

Enquanto eu estava caminhando de volta pra casa, refleti mais uma vez sobre tudo.

Ultimamente o que eu mais fazia era pensar nas coisas, em como eu agia, o que deveria fazer, e principalmente, como me livrar do que sentia por Tom.

Imagino o quanto deve ter sido ruim me ver com outra pessoa. Pela sua cara ele estava quase entrando ali e acabando com toda a "festa".

Caminhei por mais alguns minutos ainda refletindo, até que encontro o motivo dos meus pensamentos sentado no quintal de sua casa.

Tom estava com uma cara séria, fumando alguma coisa, aparentemente também pensando.

Achei estranho esse comportamento repentino pois nunca havia visto Kaulitz fumar, nem pensava que ele se envolvia com essas coisas.

Fiz uma cara de confusa e o mesmo reparou em mim.

Quando seus olhos encontraram os meus, achei que ele fosse falar algo como de costume, por exemplo "como foi a transa...?" ou "aproveitou muito?", mas dessa vez foi diferente. Ele apenas me encarou ainda com seu semblante frio, e saiu dali deixando nítido que minha presença o incomodou.

Eu estava surpresa pois não achei que ele estivesse se importando tanto com o que havia ocorrido, até porque Tom sempre presenciou meus momentos com Bill e nunca teve essa reação tão fria e vaga.

Entrei em casa ainda confusa, e me deparo com a minha mãe fazendo alguma coisa.

– Oi mãe, cheguei.

Ela para o que está fazendo e me olha.

– Achei que alguém ainda estivesse de castigo.

– Ah mãe... – Suspiro. – Eu apenas fui caminhar, refletir.

– Tudo bem... – Ela faz uma cara de compreensiva. – Sabe, sua amiga Jade passou aqui.

Paralisei no mesmo momento.

Minha mãe não sabia que eu e Jade estávamos afastadas, até porque foi algo repentino. Eu não quis contar pois iria ter que explicar os motivos, que na realidade nem se quer tiveram mas mesmo assim nos afastamos.

Quer dizer, ter realmente tem, mas não que Jade soubesse. Suas paranóias só a levaram a isso, e acabou virando papo de intuição. Ela tinha deduzido tudo certo.

Mas por que diabos ela tinha vindo aqui? Essa era a única pergunta que passava na minha cabeça.

– O que ela queria? – Me faço de sonsa.

– Estava um pouco alterada e queria falar com você. – Minha mãe me responde. – Aconteceu alguma coisa que eu não saiba?

Demoro um pouco pra responder.

– Não mãe... – Talvez ela só queria me contar algo.

Minha mãe me olha levantando a sobrancelha.

– Aham, sei.

Apenas reviro o olho e subo para o meu quarto.

Não tirava da cabeça o por que ela teria vindo aqui, principalmente alterada.

Essas últimas semanas eu não tinha nem ao menos conversado com Tom, procurei ficar o mais distante possível. Não tinha motivos pra ela ficar brava, eu acho.

Decidi tomar um banho pra relaxar, e deixar meus pensamentos de lado um pouco.

[...]

Eu já estava tão cheia de preocupações que mais uma pra me atormentar estava demais. Quero apenas ter um momento comigo mesma, as vezes faz bem.

Me lembro de fechar a cortina, e vou até a janela.

Depois daqueles ocorridos que sempre ocasionavam por causa da janela aberta, aprendi a ficar esperta.

Logo em seguida vejo Tom abrindo seu quarto, dessa vez com um semblante mais frio e olho vermelho.

Não estou acreditando no que estou vendo.

Tom Kaulitz tinha chorado, era isso mesmo?

Luxúria - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora