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Já se faziam alguns dias em que eu não via Tom desde o que fizemos. Nem se quer pela janela de seu quarto ele passou. Bom, não que eu tenha visto.

Eu não estava preocupada, mas sabe aquela sensação de "ele conseguiu o que queria"? Era apenas isso que passava na minha cabeça.

Por um momento, quis me bater por ter me levado pelo tesão, mas por outro lado, aquilo foi incrível!

Eu estava tentando ignorar o fato de ele ter sumido, e também me lembrava da frase "O que é bom precisa ser repetido". Por que será que do nada ele mudaria de ideia? Isso estava me deixando louca.

Quanto a Bill, nos falamos algumas vezes, mas não chegamos a ficar novamente. Não por falta de querer, mas sim pois ele estar muito ocupado com algumas coisas. Quem eu não tirava da cabeça mesmo era Tom, só que eu negaria até a morte.

[...]

Hoje finalmente decidi ir pra escola, já estava um saco ficar em casa. Talvez assim eu veria Tom e Bill também.

Me arrumei bem básica, apenas com uma camiseta, e uma calça jeans. Fui de cabelo solto e coloquei uma maquiagem considerável, porém não exagerada.

Eu não queria chamar atenção logo no primeiro dia, por mim eu passaria até despercebida.

Mandei uma mensagem para Jade, avisando que a encontraria na escola.

Logo meu celular começa a tocar, e eu atendo.

– Oi amiga! Finalmente você vai pra escola. – Era Jade empolgada. – Já se arrumou?

– Sim Jade, já estou quase saindo. – Falo. – Você já foi?

– Combinei com meu namorado de chegarmos mais cedo, então eu já vou indo.

Respondi um entendi e disse que ia me organizar pra sair, assim desligando.

Peguei alguns chicletes e meu fone. Com certeza eu sabia que eu ia dormir em algumas aulas, até porque eu havia acordado cedo e não estava mais acostumada com isso.

Eu não tinha muitos cadernos, por isso peguei apenas um que tinha sobrado do ano passado, e umas canetas. Daria pra segurar até eu comprar algumas coisas melhores que isso.

Saio de casa, e decido ir caminhando mesmo, afinal, não era tão longe pelo que dava no GPS.

[...]

Eu fiquei um pouco perdida assim que cheguei na escola, não era gigante porém era um tamanho proporcionalmente grande.

Tento procurar Jade, mas haviam muitas pessoas. Fui entrando nas pequenas multidões. Até que a vejo, e vou em sua direção. Estava meio difícil de enxerga-la, as pessoas estavam passando na minha frente, até que enfim, consigo ver exatamente o que tinha na minha frente...

Isso não pode estar acontecendo.

Não, não, não, não.

Tom estava ao seu lado, segurando em sua cintura. Ele era o namorado de Jade.

Fico imóvel, paralisada com uma sensação de raiva misturada com tristeza.

Jade me vê, e acena super feliz, fazendo Tom reparar em mim com uma cara de "puta merda, o que eu fiz".

Eu não podia acreditar naquilo.

(pov: Tom)

Eu fiquei imóvel quando vi a S/n, caralho, então era dessa amiga que a Jade sempre falava?

Foi muito errado o que fiz, e eu sei muito bem disso. Não vou dizer que tive um motivo específico, Jade não era uma pessoa ruim. Muito pelo contrário, ela me fazia rir, era linda, e eu conseguia me abrir de verdade com ela, coisa que eu não fazia com muitas pessoas. Mas porra, quando eu vi a S/n pela primeira vez, alguma coisa tocou em mim. Eu sabia o quanto era errado, mas parece que isso me fazia deseja-la mais ainda.

Não consegui ter uma reação específica, naquele momento só passou na minha cabeça o quanto S/n estaria me odiando.

– Oi sua linda! Senti sua falta. – Jade fala me fazendo sair do transe.

– O-oi Jade, eu também senti sua falta. – S/n diz com uma voz trêmula, dava pra perceber que estava segurando o choro.

Ela não olhava na minha cara nem por um segundo, parecia não suportar o que tinha acontecido.

– Esse daqui é o meu namorado de que tanto falei. – Jade diz dando uma piscadinha. – Diga oi Tom!

– Oi...

Ela apenas olha friamente pra mim e assente com a cabeça.

Eu não sabia o que fazer, eu tinha fudido tudo. Ela nunca mais iria querer falar comigo, ou se quer ficar perto de mim. Tenho certeza que nosso último momento foi importante pra ela, e pra mim também.

Bill chega perto de nós, e cumprimenta S/n com um beijo na bochecha. Eu já suspeitava que ele estava querendo algo com ela a um tempo.

No dia que vi ele no quarto dela pela janela, fiquei muito bravo, mas Jade viria pra minha casa e eu tinha que me controlar, por isso só fechei a cortina.

– Oi Jade! – Meu irmão cumprimenta minha namorada. – Conheceu a namorada do Tom S/n?

– Nós já se conhecíamos... – Ela ainda estava com um ar de decepção.

Porra, eu só queria sumir dali. Aquele clima estava me matando.

O sinal toca e vamos todos pra aula. Graças a Deus minhas duas primeiras aulas aparentemente não havia nenhum dos três, eu não estava com cabeça pra ninguém.

Fiquei com meu amigo Georg, que era meu companheiro de sempre. Nem quis comentar nada, quanto menos gente soubesse, melhor.

Em algum momento da aula, pedi pra sair e ir no banheiro, mas na verdade só queria tomar um ar.

No final do corredor, vi S/n, ela estava no bebedouro bebendo água. Quando ela percebe que eu me aproximo, dá um passo pra trás.

– Me desculpa por isso. – Falo olhando em seus olhos.

Ela apenas me olha, e sinto seus olhos quase encherem de lágrimas.

– Eu realmente sinto muito... – Insisto mais uma vez.

Eu sabia que ela iria ficar assim por um bom tempo. Não parei de deseja-la, muito menos quere-la por perto, mas depois de tudo isso seria impossível ter um único momento em que estivéssemos bem.

– Você não sabe o quanto eu estou decepcionada. – Ela diz, não olhando mais nos meus olhos.

Eu tinha sido um filho da puta, e o pior, ela ficaria com Bill e eu teria que suportar vê-la com outra pessoa, meu próprio irmão.

Mas eu não queria terminar com Jade, isso não poderia ser uma opção.

Luxúria - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora