Ele estava com um sorriso de canto no rosto, aquele sorriso safado. Ao mesmo tempo que parecia querer muito me ver tirar mais uma peça, ele também não aparentava expressar uma reação, ou sentimento.
Tão irônico não é mesmo? Parece que agora o jogo virou, e quem estava me espionando era ele.
Aquilo me deixou perplexa, e só depois de uns cinco segundos percebi que ainda estava semi nua de frente pra janela, e ele encarando meu corpo. Fiz uma careta em forma de deboche, e depois fechei a cortina com tudo. Que vergonha, nem pra eu estar com alguma lingirie mais decente.
Tomei meu banho, e enquanto a água quente descia pelo meu corpo eu não conseguia parar de pensar no que havia acontecido. Aquele olhar me deu um certo fogo, digamos assim. Eu queria mais. Com certeza queria.
Me sequei e coloquei uma roupa, comecei a me olhar no espelho. Eu estava pensando que meu corpo nem era tão admirável assim. Certo, eu tinha curvas, peitos medianos e um tamanho de bunda favorável, mas não ao ponto de me achar uma extrema poderosa e gostosa. Eu era simples, mas me amava assim.
[...]
Acordei um pouco mais disposta do que no dia anterior, porém não fui pra escola. Só de pensar em ter que recomeçar todo o meu ciclo de amizades de novo me apavora. É tão simples quando você convive com as mesmas pessoas de sempre, elas sabem tudo sobre você, e você tudo sobre elas. Sem segredos.Desci para o primeiro andar, e minha mãe já tinha ido trabalhar. Sim, ela foi trabalhar em meio a tudo isso. É como se fosse um meio de fugir da realidade, entende? Tudo isso deve ser tão difícil pra ela, eu compreendo.
- O que será que tem pra comer? - Digo a mim mesma. - Obviamente nada, minha mãe e eu chegamos ontem.
Decidi ir ao mercado, não estava tão cedo pois dormi até mais tarde. Pesquisei no Google um caminho mais próximo, e fui seguindo.
[...]
Estava fazendo minhas compras, e quando vou pegar um vidro de mel pra por nas panquecas, alguém coloca a mão pra pegar também. Uma mão delicada.
Era uma menina, ela era branca com os cabelos cor castanho-claro, bochechas rosadas e olhos verdes. Ela afastou a mão, logo em seguida de mim.
- Desculpa! Eu não vi você pegando. - Ela deu um sorriso amigável e eu o devolvi.
- Tudo bem. - Sorrio de volta. - Aliás, você sabe onde fica a farinha?
- Claro! Vou te mostrar, vem comigo.
Fomos conversando, e eu expliquei que cheguei ontem de viagem, e ainda estava conhecendo tudo aqui. Ela me pareceu uma pessoa simpática, tinha a minha idade, quem sabe não vira minha primeira amiga daqui? Uma boa.
- Obrigado por ter me ajudado, você foi muito simpática. - Falo com outro sorriso no rosto.
- Por nada, pegue meu número, meu nome é Jade. (pronuncia no inglês)
Apenas assenti com a cabeça e anotei seu número de telefone. Até que meu café da manhã rendeu uma nova amiga, vou fazer isso mais vezes.
[...]
O dia passou tão rápido que eu mal percebi, já era noite e por incrível que pareça estava me acostumando mais rápido do que eu imaginava à minha nova vida. Tudo estava indo bem, ao meu ver.
Confesso que fiquei na espera de ver meu tal vizinho, e nada. O que será que esse menino tanto faz que some o dia todo?! Eu só vejo ele à noite, dá uma ansiedade que meu coração até acelera.
Decido me jogar na cama, e ficar olhando meu celular. Dessa vez eu já tinha tomado banho, e estava com uma camisola fresquinha um pouco justa na cintura, e uma calcinha por baixo. Minhas pernas estavam viradas pra janela, um pouco levantadas. Eu fazer isso de propósito? Jamais.
Fico ali me entretendo com alguns posts no Instagram, até que decido olhar pela janela mais uma vez. Sim, ele estava lá mais uma vez, porém o que me deixou em choque é que dessa vez ele estava acariciando seu membro duro enquanto olhava a janela.
Porra, esse menino só pode estar brincando comigo.
Fiz uma cara de surpresa arregalando os olhos, não pude deixar de notar o grande volume que marcava em sua cueca. Ele olhava cada centímetro do meu corpo, até os mamilos marcados por baixo da camisola pois estava sem sutiã. Sua feição era de estar hipnotizado pelo que estava vendo.
Por um momento pensei em provocar, mas seria o certo a fazer? Que porra, não consigo ter sanidade com esse menino na qual não sei nem o nome.
Dane-se, era isso que eu queria mesmo.
Comecei a subir lentamente uma das partes da minha camisola, deixando minha calcinha fio dental a mostra. Passei minha mão no meio das minhas pernas, com uma cara de prazer.Ele olhava deslumbrado, ainda com o sorriso de canto. Os movimentos leves em seu membro foram se tornando mais intensos, e quando ele finalmente vai tirar aquele pedaço de pano que atrapalhava minha visão, ouço batidas na porta.
- S/n, quero conversar conversar com você.
Poxa mãe, tinha que ser agora?!
Fechei rapidamente a cortina e pude perceber que o garoto não estava entendendo nada do que aconteceu, arrumei minha camisola e fui abrir a porta para minha mãe.
- Estou sentindo que desde que chegamos da viagem, eu e você estamos distantes. - Ela fala com tom de tristeza.
Era normal minha mãe estar se sentindo sozinha, ela recebia a atenção do meu pai, pelo menos se sentia ouvida. Nesse momento comecei a me sentir uma péssima filha, como eu poderia estar lidando tão bem com isso e deixar minha mãe apenas resolvendo essa questão sozinha? Era ela que precisava da minha atenção, não aquele garoto que mal sabia o que queria.
- Eu sinto muito mãe, acabei me destraindo com outras coisas. - Falei. - Como você está se sentindo em relação a tudo?
- Sabe, desde que eu descobri a traição do seu pai, fiquei me culpando por não ter percebido todas as vezes em que ele agiu estranho. - Ela falava baixinho e em voz de choro. - Foi um baque pra mim, assim como pra você, mas confesso que me sinto mais leve em tirar seu pai da minha vida. Ele era um completo sanguessuga.
Eu não sabia como agir em relação a isso, nem ao menos como falar. Era tudo tão difícil que eu resolvi só esquecer.
Ficamos conversando o resto da noite, e consegui tirar umas boas risadas dela também. Em resumo conversamos do quanto meu pai as vezes era ruim, então ela se livrou.
Assim que ela saiu do meu quarto fiquei refletindo sobre várias coisas, mas a única que não saia da minha mente era: o que tinha acontecido entre mim e ele. A que ponto chegaríamos se não tivéssemos sido interrompidos? Será que ele terminou o que começou? Odeio ficar na dúvida.
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Luxúria - Tom Kaulitz
Fanfiction"sua feição era de completa luxúria." S/n é uma garota de 16 anos que se muda de estado por causa de problemas entre o relacionamento dos pais. Ela conhece um menino misterioso, e cria um desejo forte por ele. Mas e se isso pudesse levá-la a uma dec...