Laços De Amor(Mpreg) - Spin-off De Valor De Um Amor

Capítulo Cinco

Rogério Oliveira:

Minha irmã deu um salto no lugar, quase acertando a nuca do meu pai. Ele a encarou irritado, enquanto ela apenas sorria envergonhada.

— Desculpa, pai — Minha irmã disse, ainda sorrindo envergonhada, tentava se desculpar pelo salto desajeitado. O olhar irritado do meu pai suavizou à medida que ele percebia a inadvertida tentativa de expressar alguma coisa que acabou de passar por sua cabeça. — Mas se o Rogério ficar apenas chorando em vez de batalhar pelo Joseph neste instante, nada vai acontecer. Primeiro, sabemos que ele mora neste prédio, então ele já tem um ponto a seu favor.

Naquela situação, eu decidi não apenas ficar lamentando, mas agir. Respirei fundo e me sentei em uma melhor posição no sofá, determinado a ajudá-lo a conquistar o Joseph.

— Precisamos mostrar ao Joseph o quanto você se importa com ele, Rogério. Não deixe que a tristeza te paralise ou muito menos que você seja um covardce idiota por só acreditar naquilo que vocêw acha ser o correto. lembre que foi desse jeito que você o perdeu anos antes. Mostre a ele o que você sente de verdade e lute com tudo que tem em seu coração e reconquiste ele de verdade — Minha irmã aconselhou, colocando a mão em meu ombro para transmitir confiança.

Olhei para ela, meu peito estava com uma mistura de gratidão e, ao mesmo tempo, um pouco de incerteza.

— Você acha que devo mesmo fazer isso? E se ele me der um enorme chute depois do que eu fiz com ele sete anos atrás sem nem dar brecha para qualquer oportunidade — Falei.

— Não há garantias na vida, mas ficar parado não vai te trazer a resposta que você procura — Ela respondeu, incentivando-o a agir.

Minha mãe ponderou com sabedoria:

— Sua irmã está certa em relação a esse fato. Ficar chorando no sofá não vai adiantar de nada, querido. Você fez tantas coisas por acreditar no que viu, chegando até a fazer da vida dele um inferno. Acha que se ficar se lamentando por tanto tempo, como fez nos últimos anos, vai mudar alguma coisa? Imagine como ele deve ter ficado, com tanta dor no coração, como se não fosse nada e se sentindo destruído. Ele perdeu a avó, foi maltratado por alguém que se dizia amigo, e você, acima de tudo, virou as costas para ele. Se o conheço bem, deve até ter agido com nojo quando ele foi te ver.

As palavras dela ecoaram no silêncio da sala, e eu percebi a verdade nelas. Era hora de confrontar meus próprios erros e tentar consertar as coisas, mesmo que isso significasse enfrentar a dor e a incerteza.

As palavras de minha mãe ecoaram em minha mente, cutucando as feridas da minha própria consciência. Senti um nó apertando em meu peito, misturando-se à dor e à culpa que já me acompanhavam. As lembranças do passado ressurgiram, cada erro que cometi, cada vez que escolhi o orgulho em vez da compaixão com o Joseph e ainda o quão frágil ele estava naquela situação.

Como pude ser tão cego?

Esse era o pensamento que surgia com amargura, enquanto o peso da responsabilidade se tornava quase insuportável. As lágrimas começaram a se acumular em meus olhos, e eu lutei para conter as emoções que ameaçavam transbordar.

Eu preciso fazer algo. Não posso continuar evitando a verdade para sempre que eu fui um dos monstros do passado do Joseph que destruiu sua esperança.

O pensamento de encarar Joseph, de admitir meus erros e tentar reparar o que estava quebrado, era assustador. No entanto, a chama da esperança começou a queimar dentro de mim, alimentada pela possibilidade de redenção e reconstrução de uma amizade que eu mesmo havia despedaçado.

Com um suspiro, concordou.

— Vocês estão certas. Vou me esforçar ao máximo. O Joseph merece isso — disse, levantando-me do lugar e marchando para o lado de fora.