Capítulo Dezenove

111 114 0
                                    

Joseph Mull:

Rogério nos levou até um carro e piscou para mim, fazendo meu coração acelerar.

— Eu comprei — disse Rogério, com um sorriso cativante. — Pedi para a Sky trazer até aqui e ela já deve ter ido embora.

Olhei para longe e reconheci Sky com Tom, se distanciando e conversando entre eles.

— Para onde vamos? — perguntei, curiosa.

— É uma surpresa, mas será um lugar que você vai adorar — Ele disse com um sorriso, ajudando-me a entrar no carro e indo para o outro lado. — Então... — Ele pigarreou, quando entramos na via expressa. — Você nunca pensou em pintar novamente, nem mesmo para se distrair?

Refleti sobre isso. Realmente nunca tinha considerado voltar a pintar como antes, mas nos últimos dias, desde que encontrei meu pai biológico e conversei com ele, tenho pensado cada vez mais nisso, especialmente depois que Agatha mostrou um dos meus desenhos antigos. Além disso, ele elogiou minhas habilidades e sugeriu que eu pintasse um quadro para expor em seu próprio ateliê.

— Nunca pensei em pegar um lápis ou pincel novamente, mas tenho considerado a ideia, especialmente com meu pai incentivando e Agatha mostrando meu potencial — falei, coçando a nuca.

— Você vai arrasar, tenho certeza disso — Rogério respondeu, com uma confiança que me surpreendeu. — E vamos comemorar quando isso acontecer.

Isso me fez hesitar, pois não estava acostumada com tanta confiança em minhas habilidades, mas ao mesmo tempo, aquele gesto me fez sentir bem.

Desde que Rogério voltou a se aproximar, tem sido ótimo conversar com ele, especialmente porque ele sempre me ouve com calma.

Alguns minutos depois, ele indicou que estávamos chegando e continuamos até parar em um semáforo.

— Abra o porta-luvas — Ele disse, e desconfiada, obedeci, encontrando uma venda lá dentro. — Coloque a venda — pediu, com um tom bem-humorado.

— Aqui? — perguntei, olhando em volta quando entramos no estacionamento de uma loja sem identificação. — Rogério... — Comecei.

— Sim, aqui mesmo. Pode confiar em mim — Ele assegurou.

Com o coração disparado, coloquei a venda sobre os olhos. Era uma mistura de ridículo e fofo, o que tornava a situação ainda mais emocionante. Não fazia ideia do que estava por vir, mas confiava em Rogério para me surpreender.

— Está enxergando alguma coisa?

— Nada.

— Ótimo. Não pode espiar. O carro virou mais duas vezes, até que finalmente parou. Luzes fortes penetraram o tecido vermelho da venda. Senti Rogério se inclinando na minha direção.

— Tudo bem. Está pronto? Não está vendo nada!

Aquilo me fez rir.

— Estou pronto, não vejo nada.

Ele mexeu na venda, desfez o nó e deixou que o tecido caísse. Por um momento, encolhi-me por causa da luz intensa.

Quando finalmente me acostumei com a claridade, percebi que estávamos em frente a uma loja de materiais de pintura e desenho. Meus olhos se iluminaram com a descoberta, sentindo uma onda de emoção me inundar.

— Uau, Rogério! Uma loja de materiais artísticos? — Exclamei, mal conseguindo conter minha empolgação.

Rogério sorriu, parecendo satisfeito com minha reação.

— Sim, pensei que seria um ótimo lugar para você encontrar inspiração e talvez escolher alguns materiais para começar a pintar de novo. O que acha? — Ele sugeriu, com um brilho de expectativa nos olhos. — Estava pensando que isso seria bom, na verdade a Matilde que deu a ideia.

Laços De Amor(Mpreg) - Spin-off De Valor De Um AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora