Welcome to the hotel

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[Quinta - 28/04/2005]

Minhas férias começaram. Finalmente começaram. Não aguentava mais acordar todos os dias cinco da manhã pra pegar ônibus pra assistir aula e só voltar meio dia pra casa.

Estava terminando de arrumar minha mala. Esse ano decidi ir para a Alemanha como fazia quando era criança, todas as vezes que eu ia sempre ficava na casa da tia Jade e ficava brincando com meu primo, o Gustav, ele sempre foi muito quieto então muitas vezes eu ficava brincando sozinha ou com a minha avó na sala, ficava vendo ela tricotar e de vez em quando ela lia pra mim. Quando meu tio Josef estava em casa todos nós nos reuníamos na varanda da casa e ficávamos sentados cantando enquanto ele tocava o violão branco com detalhes pretos. Eram bons momentos. 

Natália: Não acredito que vai mesmo pra Alemanha. 

S/n: Faz tempo que não vou lá, quero ver a minha família e o quanto tudo mudou.

Natália é uma das minhas melhores amigas, e estava passando um tempo comigo até eu ter que ir para o aeroporto. Viajo amanhã às quatro e meia da manhã, então hoje vou na praia com meus amigos para ver o sol se por e me despedir.

Natália: Essas vão ser as melhores férias do nosso grupinho, vai todo mundo para casa de praia da Francesca, é uma pena que você não vai com a gente... Poxa, era pra você passar o seu aniversário com a gente, S/n, a gente ia tacar bolo em você, maisena, alface, ovo... Estragou nossa alegria.

Ela se taca na cama de um modo dramático e eu rio porque ela quase caiu no chão por ter se jogado muito perto da beira, soltando um gritinho mas logo sentando de novo.

S/n: Sabe que horas a Jasmine chega? A gente vai juntas, né?

Natália: Deve chegar em meia hora. Quer ajuda pra terminar ai? - Ela levanta da cama e vem até mim, pegando uma necessaire e me entregando para que eu possa guardar junto com as outras coisas. - O que 'cê tá levando ai?

S/n: O básico e algumas lembrancinhas pra eles. Eles não vem pra cá faz muito mais tempo do que eu não vou pra lá, então tem coisas que eu acho que eles não devem lembrar nem do cheiro.

Guardo mais algumas coisas e deixo numa bolsa de mão apenas o necessário como carregador de celular, carteira, passaporte, hidratante - até porque aguentar nove horas de voo com o frio que tava fazendo é pedir pra ressecar a pele toda - e meu caderno de composição.

Após Jasmine chegar, pego meu violão e nós vamos para a praia andando já que eu morava perto. Encontrei os meus amigos e fomos tomar sorvete para montar nosso cantinho na areia. Colocamos um lençol na areia e todos sentamos fazendo uma rodinha, enquanto eu tocava meu violão algumas músicas conhecidas e outras mais antigas também.

Camilo: Por que não toca uma sua pra gente?

Francesca: É verdade! Eu tinha esquecido que você compõe, por que não toca pra gente?

Meu coração pula uma batida e a respiração acelera, mas apenas sorrio e balanço a cabeça negando.

S/n: Não. Sem condições.

Bruno: Você nunca cantou nenhuma música sua pra gente, e a gente vive te pedindo.

Jasmine: Só uma S/n, por favor. - ela junta as mãos e faz cara de choro.

Um leve nervosismo cresce no meu peito e sinto um gelo percorrer pela barriga. Nunca cantei sem estar com os meus familiares, e muito menos sendo o centro das atenções, na verdade isso me faz sentir um pânico impressionável.

FAMOUS • Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora