capítulo 22

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Wanda

— Natasha?!

Nat estava olhando com um claro medo para a tela. Como Vincent tinha encerrado a ligação e ela estava em silêncio, eu desliguei o computador e a fiz olhar pra mim.

— Nat! O que houve?

Ela não disse nada, apenas olhou pra mim, começou a chorar e me abraçou com muita força.

Eu fiquei sem o que fazer nos primeiros segundos, apenas retribui o abraço sem jeito e a deixei chorar em meu ombro. Nem eu e nem ninguém nunca havia visto Natasha Romanoff daquele jeito, o que aquele homem falara no vídeo?

Nat parou de chorar depois de segundos, mas continuou tremendo no meu ombro, sem conseguir dizer nada. Parecia uma crise de ansiedade, e eu não podia fazer nada senão abraça-la e dizer algumas coisas do tipo:

— Tá tudo bem, você está bem...

E depois de um tempo, ela pareceu sair da crise e se afastou rapidamente, como se ela desse conta do que estava acontecendo. Eu tentei dizer que estava tudo bem, mas ela foi mais rápida:

— Desculpa, eu... Vamos voltar pra missão.

— Não, Nat... O que ele disse? Você precisa falar comigo, precisa confiar em mim. Além disso, eu já te consolei antes e você viu que sou boa nisso. Posso tentar de novo, por favor?

Ela parecia se sentir extremamente desconfortável. Aparentemente tentando manter a voz firme, Nat começou:

— Ele disse... Ivan e Dreykov. Ele está trabalhando com Ivan e Dreykov.

Como se fosse um alívio dizer isso em voz alta, ela apoiou as costas na cadeira e olhou para o teto.

— Eles estão planejando me levar de volta pra... pra...

— Sala Vermelha? - Eu completei por ela e ela assentiu, sem olhar pra mim. - Ai, meu...

— Não, não faz isso. - Natasha assumiu uma expressão de raiva enquanto levantava o dedo nun gesto de me pedir pra calar a boca. - Para de me olhar assim, Wanda. Já é horrível demais sem essas... essas...

— Demonstrações de afeto? - Perguntei em tom de deboche, mas ela pareceu não entender muito bem:

— É, isso! Não quero que faça isso. Eu não sou especial, várias garotas passaram pelo mesmo que eu. E quando eu me tornar super heroína, vou poder recompensar toda a... dor e sofrimento que nós causamos. E a que eles causaram em todas nós. Vou pôr um fim nisso, mas não posso se eu... voltar pra aquele inferno. Der'mo!

Ela se levantou e começou a andar pelo cômodo, aflita. Eu não sabia muito o que estava fazendo, mas tentei dizer mesmo assim:

— Nat, você não vai voltar pra lá. Disso você pode ter certeza.

— Ah, é? - ela parou e olhou pra mim. - Posso mesmo, Wanda? Loian sabe do lugar, ele só estava mentindo. Eu sabia que tinha algo errado, mas deixei a frustração tomar conta e não percebi! Detectar mentiras era pra ser meu super poder, e agora não sei mais fazer isso! E eu tinha certeza que poderia fazer isso com qualquer um a qualquer momento. Eu não posso ter certeza de nada.

— Nat, para com isso. Você só estava distraída, todos temos momentos ruins. Hoje só não foi seu dia. Mas agora vamos voltar pra lá e força-lo a falar, tenho certeza que vamos conseguir!

— Wanda, cinco dias. Este é o prazo pra merda dessa missão acabar. Cinco dias. Não sabemos o lugar, não sabemos de onde vem o dinheiro que está financiando e não sabemos a porra do objetivo! Viúvas negras numa guerra, me recuperar... O que isso tem a ver com multiverso? Loian não estava mentindo, é mesmo um multiverso. Mas que porra tem a ver o multiverso com me pegar de volta?

— Talvez... Ele queira outra versão de você.

— Uma versão mais forte?

— Mais cruel.

Ela paralisou por um momento, mas logo disse:

— Deixa pra lá, isso é bobagem. Precisamos nos concentrar na missão.

Natasha tentou ligar o computador, mas eu usei meus poderes para impedi-la e ela disse com olhos arregalados:

— Que porra você tá fazendo?

— Nat, você está claramente cansada. Vincent não está mais falando com Ivan, podemos descansar por um tempo. Você precisa se distrair, parar de pensar nisso.

— Wanda, me solta...

— Não! Me escuta, Nat. Não vamos chegar a lugar nenhum se você não confiar em mim. Vamos parar por algumas horas, já é quase duas da manhã... Precisamos dormir, você precisa dormir.

Ela parou de tentar se desvencilhar e eu a soltei.

— Tá bom, você está certa.

— Ótimo. Fury disse que podemos dormir aqui na base. Vem, você precisa dormir. Não vai conseguir pensar se não dormir.

Natasha pensou por um instante e, como se estivesse tendo que admitir para si mesma que eu estava certa, assentiu e nós saímos juntas da sala.

Fury estava esperando por nós perto da porta.

— O que ele disse, garotas?

Ela começou a responder, mas eu levantei o dedo indicador e, ignorando sua expressão de ameaça, falei:

— Amanhã, Nick.

— Oh, tudo bem. Me sigam, então.

Ele nos levou até um quarto com duas camas de solteiro. Parecia um dormitório da escola, mas sem nossas decorações pessoais.

Eu e Natasha nos deitamos em cada cama, mas obviamente não iríamos ficar tão separadas assim.

a espiã e a vingadora- wantasha Onde histórias criam vida. Descubra agora