Nat
Quando chegamos no corredor, não eram só os Vingadores que estavam lá; Loian acabara de chegar.
Eu sorri para ele e disse para a equipe:
— Beleza, o plano é o seguinte: voltem para o Fury.
— O quê?! – perguntou Wanda, horrorizada. – Se pensa que vou te deixar aqui sozinha...
— Me escuta, amor. Voltem para ele, vou me fingir de refém e logo estarei com vocês. As viúvas não estão aqui, essa aqui é a escola de admissão. Se houver mesmo alunas novas, estão aterrorizadas, são crianças. Resgatem qualquer criança que verem pela frente, qualquer uma.
Eu tentei voltar para a sala, mas Wanda segurou meu braço, parecendo querer chorar, e disse:
— Eu não vou te deixar fazer isso.
— Amor, você precisa me ouvir. Ivan é lutador profissional como eu, mas já está velho. Eu vou ficar bem, tá legal? Vai com eles, Dreykov precisa achar que você me nocauteou e foi embora, que eu fui traída por vocês. Ele quer a mim.
— Natasha!
Ela começou a discutir, então eu assenti para Clint, que a segurou por trás. Eu soltei sua mão, tentando ignorar seus gritos, e os observei irem embora.
Respirei fundo e entrei na sala novamente. Me sentei na parede onde Wanda me jogara e comecei a fingir uma careta de dor. Depois de poucos segundos, Dreykov acordou, se sentou, olhou para mim e disse:
— Natasha.
— Está feliz? – eu disse, em um tom fingido de traição. – Eles me traíram, foram embora sem mim. Agora sou toda sua de novo. Está feliz?!
Ele sorriu e se levantou, caminhou até mim e estendeu a mão antes de dizer:
— Está tudo bem. Está com a sua verdadeira família agora.
Tentando não vomitar, segurei sua mão e me levantei. Ele me puxou para um abraço e eu fingi me render ao seu consolo. Mas tudo o que eu sentia era ódio, e até nojo.
Depois de um tempo, Ivan entrou na sala desespero e gritou, fazendo Dreykov se afastar de mim:
— Fury está aqui! Vieram buscar ela!
Eu dei um riso amargo.
— Bem, deu errado, professor.
Ele olhou confuso para mim e Dreykov sorriu gentilmente antes de responder:
— Ela tentou nos atacar e acabou sendo traída.
Tentei segurar a vontade de rir. Ainda não ganhamos.
Depois de uma breve reunião entre os dois feita, apenas, com os olhares, Dreykov agarrou a gola do meu moletom e me guiou para fora da sala.
Quando chegamos a uma distância segura, eu me desvencilhei, peguei uma pistola do bolso de Dreykov e apontei para ele. Ivan tentou atacar, mas ele levantou o dedo indicador, o fazendo ficar parado.
— Natasha, o que está fazendo? – perguntou Ivan.
— Não vou voltar pra Sala Vermelha, professor.
Tentei puxar o gatilho, mas parecia haver uma trava. Analisei a arma sem tira-la da mira, mas não havia nada. Apertei com mais força, mas nada funcionava.
Dreykov sorriu, pegou a arma da minha mão, atirou para cima e disse:
— Bem, não há trava alguma.
E então ele devolveu para mim. Tentei avançar contra ele usando minhas próprias mãos, mas parecia haver uma barreira invisível entre nós dois.
— Algum problema?
Já estava começando a me estressar com seu tom de deboche, velho sonso do caralho...
— Ai, ai, Natasha... Acha que eu simplesmente viveria perto da minha melhor aluna sem nenhuma proteção?
Eu e Ivan olhamos confuso para ele. Não consegui me satisfazer com o fato dele saber tanto quanto eu.
— O que quer dizer, filho da puta?
— Quero dizer... que instalei um nervo que se manifesta pelo cheiro em todas as minhas viúvas. Enquanto respirarem, não poderão me tocar.
Ivan sorriu, mas eu também quase fiz isso. Fácil, era só... quebrar o nervo.
Revirei os olhos e fingi uma expressão de indignação. Ele sorriu de novo e me agarrou novamente pela gola do casaco.
Quando chegamos no salão principal, Nick já estava com todos no avião militar. Wanda estava na porta, olhando desesperada para todos os lados. Quando pousou o olhar em mim, sua expressão de desespero aumentou e ela falou alguma coisa com Fury.
Quando já estávamos chegando, eu achei a oportunidade perfeita para começar uma luta com Ivan.
Dreykov olhou desconcertado para mim, junto com Nick e Wanda. Ivan se surpreendeu, mas não deixou de lutar muito bem.
Não desviei de nenhum golpe de rosto, na esperança de que ele pudesse quebrar meu nariz sozinho. Mas depois de um tempo, eu percebi que ele não faria isso. Então decidi a opção mais lógica: fingi cair no chão, virei de costas para cima e bati meu rosto com toda a força que consegui no chão. Bati em Ivan com a parte de trás de minha cabeça, me levantei e dei o último golpe. Mas quando me virei para bater em Dreykov, ele estava fugindo com alguns guardas que pareciam saber que chegaram tarde demais.
Eu avancei para correr em sua direção, mas Wanda me agarrou por trás e me impediu de fazer isso.
— Wanda! Não... ele merece morrer... posso ferir ele agora... Me solta!
— Natasha, não! O plano deu errado, precisamos voltar. Agora.
— Mas... Dreykov...
— Vamos, Agente Romanoff – disse Nick em tom sério.
Olhei uma última vez para onde Dreykov havia ido e os segui até o avião.
Me sentia frustrada. Não tinha conseguido vencer Dreykov, fui uma incompetente. Como eu não pude prever uma coisa dessas? Parecia bom demais pra se verdade, dois velhos levando uma aluna jovem muito talentosa com eles, sem nenhuma proteção... É claro que tudo havia sido planejado por Dreykov, ele sabia que eu iria cair que nem patinho e tentar me fazer de refém. Afinal, ele me ensinara isso.
Quando cheguei no avião, estavam todos exaustos. Corri para Nick, que estava em pé no corredor, olhando com pena para todos. Mas quando pousou o olhar em mim, sua pena aumentou.
— Natasha. Me desculpe.
— Pelo quê? O que aconteceu, Nick?
Wanda se aproximou de mim e segurou minha mão antes de dizer:
— É que... você estava certa, era uma armadilha. Não tinha nada de útil lá.
Der'mo.
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a espiã e a vingadora- wantasha
Fiksi PenggemarNatasha Romanoff é a mais nova aluna soviética da escola de preparação para Super Heróis (International Fight Academy), um lugar que treina magos, aliens e até agentes super secretos com passados sombrios, exatamente como ela. Porém, ela acabou não...