capítulo 7

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Nat

Maximoff não para de agir de estranho desde aquele dia que eu percebi seu olhar de admiração pra mim. Mas talvez seja apenas porque nunca conversamos, então ela pode ser estranha assim normalmente e eu nunca fiquei sabendo.

De qualquer forma, Peter e Carol estavam me contando sobre a missão com seus futuros "parceiros românticos" (em suas palavras) antes de Wanda vir falar comigo.

— Pegamos a missão mais difícil do nono ano! – disse Peter, animado, enquanto pulava de empolgação. Carol riu de sua animação enquanto eu sorria com os dois. – Vamos rastrear e achar alguns ingleses gênios do crime. Além de tudo, também vamos visitar Londres. Vai ser irado.

— Eu e Valkiria ficamos com uma das mais difíceis. Vamos derrotar alguns aliens do espaço, mas acho que não é nada demais... E você, Nat?

— Acho que pegamos a mais difícil. Mas ainda não sei o motivo de Fury ter me colocado junto de Wanda... É tudo muito estranho. Wanda é estranha também, muito.

Quando Maximoff chegou pra conversar comigo, eles nem me deram a oportunidade de recusar. Canalhas.

O próximo fim de semana seria a festa de Halloween. Ou a minha detenção, pra minha sorte. Não estou sendo irônica, é muita sorte que eu tenha uma desculpa pra faltar àquela merda. Conheço Carol e Peter há apenas alguns dias, mas tenho certeza que eles não iriam me deixar ficar no meu dormitório durante toda a festa. 

Então muito felizmente, irei apenas ficar lendo durante umas duas horas a partir das 18h no sábado na sala de detenção, um lugar que eu conhecia tão bem que tinha até minhas iniciais marcadas em uma das cadeiras. Depois eu iria me esconder em algum lugar, pra evitar que eles me convencessem de ir o tempo que restou.

Pro meu azar, não foi o que aconteceu.

Quando eu cheguei lá, encontrei ninguém mais ninguém menos do que Clint Barton, um dos Vingadores. Só tinha ele na sala, eu e ele. O professor ainda não tinha chegado.

— Ora, ora ora... – eu disse me sentando logo atrás dele. – Parece que o senhor certinho finalmente mostrou seu lado rebelde, não é?

— Hilário, Romanoff – mas ele estava sorrindo. – Todos se descontrolam às vezes.

— É, eu sei como é.

Ele sorriu de novo.

Depois de alguns minutos em silêncio, nós olhamos para a porta abrindo e o professor de química entrou.

— Vocês dois podem colocar as cadeiras nas paredes? Hoje, vamos fazer algo diferente.

Eu olhei confusa pra ele, mas não questionei. Juntos, eu e Clint arrumamos as cadeiras como ele pediu e retornamos para onde estávamos.

— Muito bem. Agora vocês dois fiquem de frente um para o outro – Clint se virou para mim. – e comecem a lutar!

— Como é que... – começou Clint olhando pra ele, mas foi interrompido por um chute meu em sua costela e virou novamente pra mim. – Ai!

— Fica esperto, Gavião.

Eu esperei ele se arrumar na posição de luta e começamos a lutar de verdade.

Ele tentou me dar um chute na orelha, mas eu desviei com facilidade e segurei sua perna, girando-o.

Eu tentei dar um soco em seu rosto, ele segurou minha mão e quase fez o mesmo, mas eu chutei sua canela e ele soltou minha mão.

Eu comecei a apenas desviar de seus golpes, procurando deixa-lo cansado. Clint é do segundo ano, já é velhinho. Com o tempo isso acabou funcionando, e eu dei o golpe final para derruba-lo no chão.

Eu não estava, obviamente, jogando sério. Senão já teria derrubado Clint em 10 segundos.

Por fim, estendi minha mão e o ajudei a se levantar. O professor de química parecia orgulhoso de ambos, mas não falou mais nada depois de:

— Muito bem, a detenção acabou. Parabéns, Natasha.

Ele saiu do lado e nos olhamos, completamente confusos.

— O que foi isso? – eu perguntei.

— Não faço ideia. Mas olha, agora podemos ir pra festa!

— Eu arrumei essa detenção justamente pra não ir – eu disse em tom sério, mas ele começou a rir. Com o tempo eu fui acompanhando a risada, mas logo fiquei séria novamente.

Dois Vingadores tinham sido legais comigo em menos de uma semana. Que merda tava acontecendo?? Eu não tava gostando nada daquilo...

— Bem, eu conheço um lugar pra passar o tempo. Eu também não curto muito festas.

— E onde é?

— Bem, a localização é secreta, só eu e os Vingadores sabemos disso. Mas o nosso chefe autorizou que eu contasse pra alguém de confiança.

Eu quase ri.

— Acho que você não entendeu o que isso significa pra ele, Barton.

— Você vem?

Eu não tinha muitas opções, então aceitei.

O lugar ficava atrás da escola, mas era numa saída que ele precisou autorizar que a porta abrisse com um cartão tirado do bolso.

Era um tipo de lago gigante depois de alguns metros de grama. Era lindo e... relaxante. Era diferente de qualquer outro lugar que eu já tinha visitado em toda a minha vida.

— E aí? O que achou?

— É legal, eu acho. Por que me trouxe aqui?

— Porque você é maneira. Queria saber se você aceita vir na noite de jogos que o Tony faz todo domingo. Amanhã na casa dele, o que acha?

— Ãhn, não, valeu. Seus amiguinhos não têm a mesma opinião sobre mim.

— E quem disse?

— Eu.

Ele deu risada e olhou para o lago sem dizer mais nada.

— O Tony é um perfeito babaca – eu disse, provavelmente deixando claro o porquê real de eu recusar o convite. – O significado personificado de "herdeiro egocêntrico".

— É, ele é um pouco. Mas o Bruce é um cara maneiro, o Thor é tapado demais pra ser egocêntrico e o Steve não é tão ruim assim. Você devia nos dar uma chance, sabe.

— Talvez um dia. Mas acho que...

— Natasha? O que tá fazendo aqui?

a espiã e a vingadora- wantasha Onde histórias criam vida. Descubra agora