capítulo 26

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Wanda

Fiquei dois dias na enfermaria. Natasha saía alguma vezes para conversar com Nick ou com Loian (o qual ninguém fora buscar), mas fora isso, ficava o tempo inteiro comigo, falando sobre coisas aleatórias para me distrair.

Achei isso tão fofo, que nem me importei com o quão frágil eu parecia estar naquele momento.

Ela também não queria falar muito sobre a missão. Eu até tentei perguntar pra Nat sobre o que ela e o Nick estavam falando, mas ela nunca queria tocar muito no assunto. Pelo seu tom claro de cansaço, tinha algo a ver com a Sala Vermelha. Eu queria tentar confortar ela, mas não queria fazer a Natasha se sentir mais cansada e desconfortável do que já estava.

Mas quando eu finalmente saí da enfermaria, pude ir mas reuniões junto com ela e eu estava certa: eles estavam tentando rastrear a Sala Vermelha na Ucrânia. Eu segurei sua mão durante toda a reunião, porque podia sentir seu corpo tremendo um pouco.

Quando saímos depois de algumas teorias e evidências de que a Sala Vermelha poderia ficar no sul da Ucrânia, eu e Nat andamos juntas pelo corredor vazio em direção aos nossos quartos.

Natasha estava quieta, quieta demais. Ela não é de falar muito, mas se eu começo a falar, ela faz muito mais do que alguns gestos com a cabeça e sons do tipo "Hm" e "Uhum". Comecei a ficar preocupada e, antes de entrarmos no quarto, eu a impedi de entrar com o braço e disse, em tom de bronca:

— Você vai me contar agora o que tá acontecendo, Romanoff.

Ela fez o beicinho mais fofo que eu já vi na minha vida e apoiou a cabeça no meu peito, de jeito mais fofo que qualquer um pode imaginar.

Mas não era hora de ser completamente apaixonada, eu precisava ajudar a Nat. Ela não estava chorando, mas parecia muito cansada.

— Amor, você precisa conversar comigo - eu disse, sem tira-la do meu peito. - Não pode continuar assim, precisa falar pra mim o que faziam com você naquele lugar. Só assim você vai poder superar.

Ela levantou a cabeça lentamente e, ainda de beicinho, entrou no quarto, se sentou na cama e, enquanto eu ia me aproximando, começou a dizer:

— Você lembra do que eu te disse sobre... A Cerimônia?

Eu assenti.

— Bem, A Cerimônia é quando nós... nos formamos na Sala Vermelha. Você precisa... ãhn... matar alguém pra isso.

Tentei não expressar tanto choque.

— Isso é horrível, Nat! É por isso que você se chama de assassina?

Ela levantou o olhar e deu um sorriso triste.

— Eu me chamo de assassina, porque sou assassina.

"Bem, você precisa matar uma pessoa. Esse é o primeiro passo. Depois, eles... arrancam... os seus órgãos reprodutores."

Se eu estivesse bebendo alguma coisa, cuspiria a bebida naquele momento. Ela sorriu com a minha reação e desviou o olhar, parecendo tentar conter as lágrimas.

— Por que eles fazem isso?

— Bem, porque... qualquer distração precisa ser aniquilada. Engravidar, menstruar. Isso é bobagem, assassinas treinadas não precisam disso.

"A cerimônia acontece aos 14 anos. Por isso Yelena não passou por isso, ela ainda tem útero. E eu fico muito feliz por ela, fico mesmo."

— Mas...?

— "Mas" nada, fico mesmo feliz que minha irmãzinha não tenha passado pelo mesmo que eu.

Eu sorri, orgulhosa, e me sentei ao seu lado.

— Nat, você pode me contar essas coisas.

— Não quero que sinta pena de mim.

— Nat, você acabou de choramingar no meu peito - digo em tom brincalhão e ela finge indignação enquanto ri. - Eu fiquei com pena, mas acima de tudo, achei muito fofo.

Ela parou de rir e olhou pra mim com O olhar, mas eu não sentia mais medo.

— Wanda Maximoff, como ousa...?

— Qual é, Nat! Você precisa admitir que você é bem fofa sim.

— Eu não sou...

— Fofa! Você é a garota mais fofinha de to... Ai! - Eu gritei enquanto massageava meu pé, o qual ela chutou com força. - Ai, Natasha!

Você não teria coragem de fazer o mesmo comigo.

— Ah, é?

Ela me olhou com O olhar de novo e dessa vez eu vacilei.

— Tudo bem, Nat, foi mal.

Natasha sorriu gentilmente, pôs a mão no meu ombro e disse:

— Tá, eu não aguento te ver triste. Eu talvez possa ser... um pouco fofa sim.

Eu sorri e ela deu risada.

— Mas nunca, em sã consciência, conte isso para os seus amiguinhos Vingadores. Me ouviu bem, Maximoff?

— Eu não sou idiota, Nat. Nunca arriscaria minha vida por alguns minutos enchendo meus amigos com histórias sobre o amor da minha vida.

Ela deu um sorriso brilhante e enorme.

— Sou o amor da sua vida? Achei que só estávamos ficando.

— Bem, você quer só ficar? Eu posso retirar o que acabei de...

— Não - ela me interrompe botando o dedo indicador em meus lábios -, não precisa.

Não estou surtando.

a espiã e a vingadora- wantasha Onde histórias criam vida. Descubra agora