capítulo 34

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Wanda

— E aí? Como foi?

Natasha se sentou ao meu lado e apoiou sua cabeça em meu ombro. Ela começou a explicar tudo o que ouvira e, quando terminou, eu a afastei de meu ombro e disse em tom de bronca:

— E por que está aí parada? Mande Nick abortar a missão!

— Não tem como ter certeza, Wanda. Provavelmente a missão é real, e precisamos ir logo. Mas se não for, eles vão estar preparados para nos receber. E aí eu posso voltar pra lá e... e...

Ela começou a ficar nervosa, se dando conta do que estava dizendo.

— E aí... eu vou voltar pra todo aquele inferno. Mas temos grande chance de ganhar, não é?

Natasha desviou o olhar e eu percebi algumas lágrimas em seus olhos. Ela tentou se levantar, mas eu a impedi.

Olhei em volta, me certificando de que ninguém estava ouvindo, segurei sua mão e, enquanto ela olhava novamente pra mim, falei:

— Escuta: você não vai voltar pra lá, eu não vou deixar. Consigo derrubar dezenas de guardas num estalar de dedos, lembra? Eu não vou deixar te levarem.

Eu enxuguei suas lágrimas com o polegar.

— Eu lembro – ela respondeu e eu sorri. – Wanda?

— O que foi?

— Você... não iria arriscar sua vida por mim, iria? Quero dizer, você não se sacrificaria por mim, não é?

Eu hesitei, porque a resposta era sim, e ela balançou a cabeça levemente e disse:

— Acho que é uma pergunta difícil, não precisa responder. Só, por favor, não arrisque sua vida por mim. Eu prefiro voltar pra lá do que perder você.

Sorri e a beijei.

— Foi a coisa mais romântica que você já disse pra mim, Nat.

— Eu preciso ser a romântica uma vez na vida, você não pode ser emocionada 100% do tempo.

Eu fingi indignação e bati de leve em seu ombro.

— Ai. – Ela finge sentir dor e depois sorri debochada pra mim. Eu tento bater de verdade, mas ela segura meu pulso e junta nossos lábios. – Você é muito previsível, Maximoff.

Eu retribui o sorriso, agora provocador, e a beijei de volta. Ficamos assim por um tempo, até Nick anunciar:

— Crianças, chegaremos em 20 minutos. Ao que tudo indica, a Sala Vermelha fica camuflada por alguma coisa. Eles acham que somos clientes russos e vocês são crianças russas assassinas. E também acham que estamos trazendo Natasha de volta.

— Eles acham mesmo? – Perguntou Nat, parecendo meio desconfiada meio surpresa. – Como pode ter certeza?

— Não tenho certeza. Estejam preparados. Na entrada, vamos ser injetados com uma solução de sono e vamos acordar lá dentro. Vamos injetar em vocês primeiro, pra se certificarem de que estamos falando a verdade.

Nick mostrou uma maleta preta e a abriu. Dentro, havia várias seringas com a solução de sono. Ele deu uma seringa para cada um e os outros a injetaram no pescoço. O efeito foi imediato: todos caíram no sono.

Eu iria esperar pra ser a última, mas Natasha estava olhando para a seringa sem expressão, parecendo analisar o objeto ou estar paralisada.

— Amor? Você não vai injetar? Amor?

A balancei levemente e ela olhou pra mim, confusa.

— Você não vai injetar?

— Vou. Depois de você.

— Eu quero ser a última.

Nos olhamos e depois olhamos para Fury, que estava olhando seriamente pra gente.

— Garotas, sei que estão com medo. Mais do que os meninos, a Natasha tem motivo pra sentir medo e Wanda de se sentir preocupada com ela. É normal sentir medo, mas não podem deixa-lo dominar vocês.

Natasha olhou de volta pra mim, me beijou e injetou a seringa no pescoço, caindo no sono na hora.

Eu engoli em seco e voltei a olhar para Fury antes de fazer o mesmo. 

a espiã e a vingadora- wantasha Onde histórias criam vida. Descubra agora