14. Nihara, por favor fique.

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Nihara Vitti

Seguimos em direção ao quarto de Leandra, James não para de resmungar por tê-lo avisado tão tarde da condição de dela. Ignoro-o, tentando manter a compostura, ele está nervoso, depois que se acalmar falo com ele.

- James, por favor, estamos a chegar, não incomode a minha irmã com isso ela não está em condições de discutir agora.

Olho seriamente para ele, esperando que diga alguma coisa.

- Tudo bem, desculpe-me é que fiquei muito assustado.

Viramos a esquina e, demos alguns passos até pararmos bem de frente a porta. Quando estico a mão para abri-la, alguém no lado de dentro se antecipa abrindo-a.

‐- Senhor Mareou, o que faz aqui? - pergunto ao olha para o homem do meu lado, que o fuzila com o olhar ao mesmo tempo, em que cerra os puxos discretamente. Harry, olha para trás, pisca para Leandra e sai, ignorando completamente o James.

- Senhorita Nihara, como um bom colega de trabalho, vim apenas ver como está a senhorita Leandra. Espero que não tenha problemas?

Ele diz, sustentando o contacto visual com o outro homem, se eu não fizer alguma coisa, os dois vão se agarrar pelos cabelos aqui.

- Tudo bem senhor Mareou, obrigada por sua gentileza, agora se nos dá licença.

Mal termino de falar e o namorado de Leandra já está perto dela, ladeando o seu corpo com o seu num abraço que transborda alivio. Assisto à cena ainda do lado de fora do quarto, desvio o olhar para o lado a tempo de ver o outro homem, contraindo os maxilares, fechando os olhos por frações de segundos ao mesmo tempo, em que solta um leve suspiro e se vira indo na direção contraria.

- Você não sabe como eu fiquei assustado - diz James secando uma lágrima solitária caindo no seu rosto.

- Eu que o diga, você gritou comigo e ofendeu-me.

- James! - exclama a minha irmã indignada. Ele abaixa o olhar num sincero arrependimento. Segundos depois se levanta ainda sob os nossos olhares críticos, para bem na minha frente, segura as minhas mãos entre as suas e diz:

- Por favor, desculpe-me, como eu disse, eu estava muito assustado, nem pensei que você se encontrava numa situação pior - ele perpassa os dedos na maça do meu rosto.

- Tudo bem. Não me ofendi. Estávamos os dois aflitos. O importante é que a nossa menina está bem agora. - Sorrio para ambos.

Léah inclina a cabeça para o lado, sorrindo docilmente, enquanto nos observa. Mas do nada começa a chorar copiosamente. Aproximamo-nos dela em pânico, perguntando quase em uníssono, porque ela está a chorar.

- Por favor, não se preocupem - diz enxugando as lágrimas com o dorso das mãos -, está tudo bem, é que vi vocês tão carinhosos um com o outro e não consegui segura-me. Eu sempre desejei que vocês se dessem bem, se não, eu não saberia o que fazer. É como ver um sonho sendo realizado.

Ela dá uma fungada cessando o choro. Eu e James olhamo-nos rindo, eu entendo bem que se trata dos hormônios da gravidez, já ele, não sei o que pensa, mas com certeza não imagina que seja isso.

O homem alto e atlético volta a sentar-se bem mais perto dela, distanciou-me deles. Os dois encaram-se em silêncio com toques carinhosos; fico-me perguntando porque ela não contou ainda que está gravida? Eles conversam sobre assuntos triviais, parece que se esqueceram de mim.

Observo-os sorrindo. Por segundos a minha mente leva-me de volta num momento parecido. Eu no hospital e Bráulio acariciando o meu rosto, enquanto me elogiava, após ter vomitado por minutos.

NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]Onde histórias criam vida. Descubra agora