19 - El plan de las brujas

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Gabriel parecia ter sido massacrado. Além dos hematomas no lado esquerdo do rosto, o seu corpo parecia pesado e o seu olhar era vago.

Ele simplesmente ignorou a minha presença completamente, e como um cadáver, caiu sob o piso gelado.

- Gabriel?! Você está bem?! - Eu me levantei e corri até ele.

O seu corpo estava estirado, mas ele não estava desmaiado, nem morto. Apenas mantinha uma expressão nula, que provavelmente escondia um lago de sentimentos.

Eu não sabia o que fazer, então só me deitei ao lado dele e segurei a sua mão.

Gabriel sempre parecia muito independente e seguro de si, mas naquele momento, ele era um menino.

Nós ficamos ali por muito tempo, talvez horas. Depois de alguns minutos, se tornou até bem cômodo.

Eu acordei com um travesseiro abaixo da cabeça e a voz de Gabriel.

- Emily, precisamos ir agora. - Ele estava passando as mãos nas minhas costas de maneira bem reconfortante.

A janela atrás de nós indicava que ainda era noite, ou pelo menos madrugada, mas eu apenas me levantei para obedecê-lo.

Tentei não manter muito contato visual para não constrange-lo, mas assim como ontem depois da entrevista, eu não consegui disfarçar bem.

Nós saímos feito ladrões. Lá fora era impossivel nos escondermos dos seguranças, então só entramos no carro, e partimos.

- Desculpa por termos que sair assim tão depressa na madrugada, acabei não me planejando bem.

- Você está bem? - Olhei nos olhos dele.

- Estamos a caminho de um hotel para que descanse bem. - Gabriel ignorou completamente a minha pergunta, e desviou seu olhar.

Os cinco minutos de percurso restante foram silenciosos e meio deprimentes.

Morning palace, um hotel grande e iluminado. Toda a faixada era vidro com um design que imitava o efeito de vidro quebrado.

Não era o mais chique da cidade, mas o Morning palace tinha a sua própria elegancia e sabia esbanjar sofisticação.

Por estarmos sem o senhor Brown, Gabriel teve que se aproximar do balcão e solicitar o serviço pessoalmente enquanto eu mantia uma distancia segura.

Rapidamente ele voltou segurando um cartão branco.

- Esse é o acesso do seu quarto. Aqui atrás tem o andar e o número do aposento. - Ele me entregou o cartão sem muito contato visual.

- Vamos dormir em quartos separados? - perguntei meio espantada.

- Entre no quarto, tome banho e vá dormir. Amanhã eu vou te chamar. - Gabriel fez um sinal para o funcionário do hotel, que rapidamente levou a minha mala.

- Por que você não está me respondendo? É injusto comigo, Gabriel.

- Eu não te pago pra você pensar em justiça, Emily. - Ele agarrou meu braço e me olhou nos olhos dessa vez.

Eu apenas virei de costas pra ele e entrei no elevador.

Terceiro andar, suíte A

Eu estava tão brava com ele, que entrei e nem reparei na mala que magicamente havia aparecido ali.

Só deitei e resmunguei até desmaiar de sono.

Depois das 11h, eu comecei a me preocupar com Gabriel, ou melhor, com a ausência dele. A ansiedade me fazia andar de um lado para o outro no quarto enquanto roía as unhas e estalava os dedos freneticamente.

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