Eu estava feliz, achando que o brunch ia continuar sem nenhuma interrupção, nem briga, mas foi cedo de mais pra comemorar. Adrian comentou algo sobre a empresa da família, e de repente, a conversa virou uma discussão agressiva.
A conversa era algo sobre estratégias para melhorar a empresa e burlar a crise econômica.
— Eu nem sei se vale a pena investir todo o meu tempo e dinheiro na empresa, afinal, nenhum dos meus filhos vai assumir a presidência, e no final, vamos entregar a empresa de bandeja para outra pessoa. E eu lutei tanto para construi-la... — O Muller pai apoiou o garfo sobre o prato com um olhar de decepção.
— Eu farei 18 anos em dois meses, no ano que vem eu começo a faculdade, e em cinco anos eu estarei pronto pra assumir a presidencia da empresa, papai! — Edgar foi o primeiro a Levantar a voz.
— Você nem vai conseguir aprovar esse ano na escola, Edgar! — Adrian rebateu rindo alto.
— Você é um maldito viado! — O mais novo gritou expondo sua indignação. — Volta pra aula de balet, Adrian.
— Você não me ofende com nada disso, "Little Ed". Até por que, não sou eu que preciso forçar uma personalidade falsa na escolinha. Você é tão machão que eu fico até assustado... — Adrian fez questão de resaltar o sarcasmo com um gesto cobrindo a boca.
— Deixem de idiotice, vocês dois! — O patriarca finalmente se pronunciou. — É exatamente por isso que eu não confio em vocês! São infantis e idiotas. Eu não sei onde eu errei com vocês! Um filho só quer saber de balada, dançar e festas, o outro não consegue aprovar em matemática básica, e o outro abandona e expõe a nossa família! — Ele colocou a mão no rosto e por um segundo eu achei que ele ia chorar.
— Papai, esse é um jantar para matarmos a saudade e reconectarmos os laços familiares, além do mais, temos visitas hoje. A emily é namorada do Gabriel, e o meu marido tá no portal há mais de dez minutos com medo de interromper a discussão. Vamos ser civilizados por agora... — Anne invadiu a conversa com a sua voz doce.
— Entre, Giovanni, perdão por toda essa confusão.
O homem alto com os cabelos meio castanho claro entrou. Ele vestia uma calça cargo salmão e uma blusa social branca. Era de um bom gosto excelente. Nem mesmo Gabriel poderia vence-lo. Até os acessórios eram perfeitos. Um broche bem posicionado, um relógio que parecia caríssimo, e o cinto da gucci.
Depois de cumprimentar a todos, ele se sentou ao lado de Anne com muita classe. Eu definitivamente nao sabia o porquê, mas aquilo me chamava muito a atenção.
— O Gaby está namorando então? — A madrasta finalmente apareceu com uma pergunta que soava meio sarcástica.
Gabriel apenas continuou a tomar o seu café, ignorando qualquer menção ao seu nome.
Eu o cutuquei e disfarçadamente perguntei se deveria dizer algo, ou me apresentar, mas ele apenas fez que não com a cabeça.
— Emily, não é? — Daniel Abraham Muller, o pai de Gabriel olhou diretamente pra mim.
— S-sim, Senhor. — Tentei controlar o nervosismo antes que começasse a gaguejar totalmente.
— Você fez faculdade de que? — Ele cruzou os braços e me encarou sério.
— Eu não fiz faculdade, Senhor. — Eu apenas olhava para um ponto fixo na parede atrás dele e figia falar com os bonecos de milho esculpidos pela minha avó.
Todos me olharam meio assustados como se eu dissesse que gosto do sabor da terra com excremento ou que sou cleptomaníaca.
— Mas por que? Problemas na escola? — Ele voltou a indagar.
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Diário de Submissão
RomansaEmily, uma jovem perdida e insatisfeita acaba encontrando Gabriel Muller, um homem decidido e atraente que decide virar a vida dela de ponta cabeça. Esse é um romance cheio de jogos e cenas quentes.