27- Costumbre, amor, y fuego

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Depois de 30 minutos cronometrados, Gabriel saiu do banheiro de cueca box cinza, espalhando o aroma de seu shampoo anti-caspas pelo quarto.

- Estavam trabalhando tanto assim? - Perguntei despretensiosamente tentando desviar os olhos do corpo escultural dele.

- As contas não fechavam. Havia algo estranho com aqueles números, então chamamos todos os contadores dos últimos dez anos que estão vivos. - Gabriel começou a pentear seu cabelo enquanto se olhava no espelho ao lado da cama.

- Vocês não podiam pagar alguém pra resolver isso? - Eu resmunguei.

- Não. Eu queria me certificar de que eles não iam nos sabotar em nada.

- Eles? - O olhei confusa.

- Meu pai não aceita perder, e muito menos gosta de negociar suas vontades. Ele é capaz de tudo pra provar o próprio ponto.

- Eu não entendo muito de números, mas acho que entendi. - Eu sorri com uma cara de idiota.

Gabriel se aproximou de mim, fazendo questão de exibir-se caminhando lentamente.

- Você tem um desejo. Faça um pedido pela falta de atenção dos últimos dias.

- Um pedido? Tipo o que?

- Uma bolsa que custe o preço de um recém nascido, uma viagem, eu sei lá... O que quiser ou estiver precisando. - Ele me encarou com um interesse curioso.

- Já sei! - Sorri pensando em tudo que havia refletido antes.

- É bem incomum você não ter dificuldade em escolher algo.

- Quero duas coisas. Acho que mereço! Uma delas é a faculdade de publicidade, e a outra, é que você me contrate como sua agente de marketing e gestão de imagem. - Mostrei segurança enquanto o olhava nos olhos.

- Por que eu te contrataria? Você ainda nem tem faculdade. - Gabriel apertou os olhos desafiando-me.

- Você já ultilizou dos meus serviços de maneira gratuita, e provou o meu talento natural. E além do mais, pretendo fazer bem as coisas. Eu andei pesquisando algumas coisas... - Eu conhecei a caminhar em círculos em volta de Gabriel. - Você irá contratar a minha empresa, e nela, eu terei uma profissional formada na área, enquanto isso estudarei, e aprenderei também na prática. - Finalizei.

- Você andou pesquisando mesmo... Mas com certeza ficou mais tempo do que deveria fazendo essa pesquisa. - Gabriel sorriu ladino. - E você está esquecendo que não pode sair daqui sem mim, como vai fazer uma empresa? - Cruzou os braços vitorioso.

- Hoje em dia tudo pode ser feitos de maneira online. São tempos virtuais. Século 21 né, Gabriel!

- Você é bem abusada, se eu tivesse energia, te castigaria agora mesmo, mas estou muito cansado.

- Me contrate logo! Eu vou cobrar só $15.000 mensal por enquanto, e vou te seguir pra todos os eventos públicos, gerenciar suas redes sociais, e participar das campanhas de marketing da La plata.

- Parece meio barato pra ainda manter um funcionário, mas agora você já falou, vou pagar só isso mesmo. - Se sentou na cama e começou se espreguiçar.

- Tem aumento a cada 6 meses. - Eu ri alto.

- Nem venha me usurpar! Eu já vou te emprestar meu advogado e os meus motoristas.

- Sério? - Perguntei com os olhos brilhando.

- Amanhã saímos às 10h pra você ir no cartório, mas agora eu vou dormir. - Gabriel apertou um botão no controle remoto, e as cortinas fecharam, tornando o quarto completamente escuro. - Quer deitar comigo ou vai fazer outra coisa?

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