33 - Agua de piedras

102 9 7
                                    

Com licença senhores, mas a senhora Anne Muller está na recepção alegando ser uma visita para a senhorita Downson. Nós dissemos que a ordem era ão receber visitas, mas ela insiste que é irmã mais velha da senhorita Downson. Deixamos ela passar? - Perguntou a menina.

- Não, mande-a embora. - Gabriel respondeu ríspido.

A enfermeira se foi, e em dois minutos o celular de Gabriel começa a tocar sem parar. Era Anne.

- Deixe-a vir, por favor, Gabriel... - Meus olhos encheram de água.

Ele se levantou, e saiu do quarto. Quando voltou, trazia consigo a presença ilustre de Anne.

- Meu Deus! - Ela correu até mim e me abraçou. - Eu te mandei mensagem e você não recebeu, então perguntei a Gabriel o que tinha acontecido, e ele disse que você estava sem celular. Esse mesquinho! E depois ele saiu do escritório ás pressas, quase chorando por que você estava indo pro hospital. Até me disse que era culpa dele. - Ela continuou me apertando.

- Eu também senti a sua falta, mas não tô conseguindo respirar.... - sussurrei ofegante.

Ela me soltou tentando se recompor.

- E aí? Vocês brigaram? - Anne se sentou ao meu lado nos encarando como em um interrogatório policial.

Gabriel apenas ignorou, me deixando sozinha para lidar com ela.

- Não! - Eu forcei uma risadinha. - Por que estaríamos brigados? - Perguntei tentando dissimular.

- Brigaram mais feio do que eu pensava mesmo... - Anne se ajeitou. - Gabriel é muito mais falante quando está perto de você, mas hoje está insuportavelmente quieto. Façam as pazes logo, tem criança chorando no escritório por causa do mau humor do Gabriel. E com "criança", eu quero dizer os nossos irmãos. As últimas duas semanas foram horríveis...

-Para de tentar arrancar alguma informação da Emily blefando. - Gabriel olhou para Anne com reprovação.

- Com certeza brigaram por alguma grosseria sua. - Anne os olhos.

- Você é bastante intrometida, Anne. - Ele se levantou da poltrona inquieto.

- Você vai sair, Gabriel? - Perguntei quase que implorando para ser respondida.

Ele saiu do quarto sem responder nada.

- Emily? Ele acabou e te ignorar? E você vai deixar? - Ela se levantou revoltada.

- Não é bem assim.. É que ele está irritado ainda. Vai passar alguma hora. - Eu tentei conter minhas lágrimas.

- Não acredito nisso! Faz quanto tempo? - Ela apoiou a bolsa na cadeira como se estivesse pronta para brigar.

- Não... foi só hoje! Está bravo por que eu não estou comendo bem e fiquei doente. - Menti.

- Que idiota! Algo me diz que você está mentindo, mas isso é tão a cara dele que eu tenho que acreditar. - Ela se sentou outra vez. - Mas não deixe o Gabriel te tratar como trata todo mundo. Ele não sabe se relacionar com outras pessoas. Não tem amigos, nunca teve nenhuma namorada, e não confia nem na própria família. Se você deixar, ele vai só se afastando mais e te fazendo ficar cada dia mais infeliz. Impeça isso. - Anne tocou minha mão e me olhou meio triste.

- Como eu posso impedir algo? Ele só faz o que quer. - Eu tentei desviar o olhar.

- Imponha seus limites. Diz que não aceita. Você merece mais que isso. - Ela tinha um ar de repreensão.

Eu fiquei quieta. Eu estava a ponto de colapsar.

Gabriel entrou na sala justo a tempo, e com uma cara muito mais agradável. Se podia dizer que era até um pouco... feliz?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 03 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Diário de SubmissãoOnde histórias criam vida. Descubra agora