25- Heredero

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Eu acordei sentindo uma dor que rodeava o pé da minha barriga.

Gabriel estava em pé, vestindo roupa esportiva e carregando um sorriso vitorioso.

— Pensei que não ia acordar mais. — Ele se aproximou da cama.

— Tá doendo...  — Eu disse enquanto esfregava os olhos.

— Pode fazer bastante drama, eu não vou trabalhar hoje. — Gabriel  se sentou ao meu lado.— Vou tomar banho e atualizar os motivos da sua dor.

— Pra que tomar banho? Você toma muito banho, Gabriel! — Agarrei a perna dele.

— É por que sou higiênico, porquinha. Não quero ser porquinho não. — Ele sorriu e me deu um peteleco na testa.

—Ai! Isso é excessivo! Você toma banho quando acorda, vai treinar e toma banho depois de treinar. Quando chega do trabalho toma banho, as vezes toma outro banho antes de dormir. A gente não mora na Colombia e nem no Brasil, pra quê tanto banho?! — Mostrei toda a minha indignação. — Se vai treinar, não precisa tomar banho antes, só depois. Quando chega do trabalho você se banha outra vez, mas só isso. Ainda assim vai tomar mais banho do que qualquer um que eu conheço. — Eu o encarei séria.

— Eu não consigo. Me sinto sujo ou despreparado.

— É por que já se acostumou a ser metade peixe. Se você parar com isso aos poucos, vai conseguir. Pode começar agora. — Olhei nos olhos confusos dele. —Precisaremos tomar banho depois de transar e você não está sujo agora, ou seja, pode me comer sem tomar outro banho antes. — Eu sorri maliciosamente.

— Boa tentativa, Emily, mas hoje eu não vou fazer parte do seu chiqueirinho. — Gabriel se levantou e sem muita demora entrou no banho.

Eu adoraria dizer que nós copulamos depois depois disso, mas um segurança bateu na porta para dizer que o Senhor Muller (pai de Gabriel) estava na sala de estar.

A cada encontro que eu tinha com esse velho, mais eu o odiava.

Eu me vesti e esperei até Gabriel estar pronto para descer.

Obviamente o humor dele havia mudado. Gabriel realmente não se sentia confortável com a presença do pai.

Nós descemos em completo silêncio, e eu fiz questão de me sentar na sala de jantar, onde eles não me veriam, mas eu pudesse escuta-los.

A mesa do café estava lá me tentando, mas resolvi esperar aquela visita indesejada ir embora.

— Bom dia, Senhor.  Gabriel começou.

— Bom dia, meu filho. Desculpe vir sem avisar, eu sei que você não gosta disso, mas eu precisei. — A voz do Senhor Muller soou meio cansada.

— Diga logo.

 —Você recebeu algumas pessoas na sua casa não é? Alguns dos acionistas mais importantes da M&co. O que você pretende com isso Gabriel? Quer criar concorrência comigo? — O pai parecia amedrontado.

— De jeito nenhum. Eu não brigo, eu ganho. —  Gabriel falou entre risadinhas.

— A M&co é sua também! Você não sabotaria a sua família, não é? 

— Não tenho tempo pra isso agora, mas tenho pensado em propor algo.  Se o senhor estiver interessado, fique, se não, vá embora e pare de pensar que eu quero ganhar algo de vocês.

— Proposta? Como assim? — Muller pai pareceu curioso.

— O senhor anda atormentando a minha paz, inventando histórias e me sabotando. Tudo o que quer é que eu assuma a presidência da M&co, não é? Eu assumiria por 1 ano e treinaria meus irmãos durante esse período, e no final, eu indicaria um deles para assumir no meu lugar. — Gabriel pareceu tranquilo.

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