7 - Los Angeles que pecan

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- Nós vamos transar. - Gabriel repetiu enquanto se ajeitava na mesa. Meu corpo entrou em um desespero, me engasguei com a minha própia saliva.

Rosa deu um pequeno salto e seus olhos se arregalaram. A mão direita no crucifixo que carregava no peito mostrava o nível do susto.

- E-eu... E-eu acho que já vou indo. - Rosa pendurou seu avental, e saiu tão rápido que parecia o flash. Nós ate ouvimos a porta dos fundos batendo.

- Meu Deus, pra que falar isso?! - Eu olhei pra Gabriel esperando minha cara parar de queimar.

- Por que é a verdade. - Gabriel começou a comer o seu salteado de legumes e a Carne assada.

Eu escolhi o silêncio, e comecei a comer também. Obvio que a minha mente estava distraída com o diálogo anterior, mas a comida estava muito boa.

Eu e Gabriel terminamos nossas refeições ao mesmo tempo e me deu medo quando ele levantou.

- Vou tomar banho primeiro, e bem, você já sabe o caminho. - Ele subiu as escadas calmamente. Eu coloquei toda a louça suja na pia, e guardei o que sobrou de comida.

A Rosa sempre tinha muito trabalho, mas fazia tudo de maneira impecável. Decidi lavar a louça pra me sentir menos parasita, e subi logo em seguida. Como eu esperava, Gabriel ainda estava tomando banho, e pelo barulho, era a ducha potente, não a banheira. Eu tratei de olhar as roupas que compramos e buscar algo para vestir. Escolhi um short meio moletom cinza e uma blusa preta.

Gabriel saiu do banheiro envolto em apenas um roupão atoalhado branco. Ele deu uma piscadinha pra mim e seguiu até o closet.

Eu entrei no banheiro sentindo que a qualquer momento eu poderia explodir. A verdade é que o meu pesadelo era sangrar feito uma virgem e fazer com que Gabriel me olhasse com aqueles olhos que estão sempre prontos para me transformar em uma piada.

Entrei na ducha poderosa e percebi qual é a diferença das duchas caras para as baratas. Parecia uma cachoeira empurrando a água nas minhas costas.

Saí do banho e comecei a me secar rapidamente. Como sou ansiosa, escovei os dentes enquanto me secava e vesti a roupa sem estar com a pele completamente seca.

Eu não tinha certeza se estava desesperada ou ansiosa.
Acho que o desespero traz um pouco de ansiedade.

Terminei de vestir-me, e parei estática em frente a porta. Eu não sabia se queria muito abri-la, ou se queria morar naquele banheiro.

- Eu sei que o banho já acabou! Não demore tanto pra sair, eu estou esperando! - As batidas fortes na porta me despertaram do transe, e em resposta eu abri a porta.

Gabriel me inspecionou dos pés a cabeça, e sorriu com o canto dos lábios.
Ele estava sem camisa, e usando uma cueca box preta La plata. Seu cabelo estava úmido e levemente penteado.

Eu caminhei até o meio do quarto esfregando a toalha nos cabelos.

- Eu tenho uma pergunta. - Gabriel disse e puxou a toalha das minhas mãos de surpresa. - Você é realmente virgem? - Ficou na minha frente me encarando.

- E-Eu não!- Soltei evitando encara-lo. Pude sentir meu rosto ardendo automaticamente.

- É, você é sim! Eu não tinha intenção em ser um papa-anjo. - Gabriel jogou a toalha no chão e colocou as mãos na minha cintura que ainda estava um pouco molhada. - Eu vou apagar a luz central e nós vamos ficar com as luzes da cama. - Ele falou com um sorriso insistente.

Gabriel me empurrou levemente até a cama, e se sentou em cima de mim. Esticou suas mãos até a cabeceira, e apertou um botão. Botão esse que apagou as luzes do teto e ligou uma luz azul.

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