22 - Una decisión

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     Parte de mim desejava intensamente. A outra parte queria mata-lo. 

     E eu sei que isso parece um pouco com o começo do filme Eclipse, foi quase que proposital. Assim como a Bella Swan, eu queria muito dar, mas nossos homens se faziam de machões, e na hora de provar a virilidade, enrolavam para nos comer.

— Vá tomar banho, porquinha. A Anne sempre atrasa, mas nós não. —  Gabriel me olhou de canto.

Ele estava certo, afinal, já eram quase 17h, e em breve o aroma culinário invadiria a sala de estar, avisando que deveríamos nos apressar.

Eu me banhei, tomando cuidado com o curativo. Coloquei um vestido Midi bege que marcava bem a minha cintura, mas até que disfarçava bem a barriga. Ele tinha um ombro só, e o comprimento era até o joelho. Decidi fazer uma maquiagem, mesmo que básica e monocromática. Fiz questão de colocar um colar, anéis, e até uma pulseira. Meu cabelo estava rigorosamente preso em um coque médio, garantindo elegância.

     Dessa vez eu havia me produzido bastante. Finalmente alguém que eu—Entre muitas aspas—  Conhecia e gostava da presença, então foi um prazer ficar até as 18h16 me arrumando. Gabriel já tinha aparecido entre a roupa e o penteado, para começar a se produzir também, e justamente terminamos juntos.

— Belas roupas sempre deixam as senhoras igualmente belas.—  Muller me olhou dos pés a cabeça.

—  Isso não é exatamente um elogio, mas obrigada mesmo assim... — Eu sorri meio desajeitada.

—  Foi um elogio sim. — Gabriel se aproximou  e tocou a minha bochecha esquerda com o polegar. — Vamos logo. — Sorriu.

Nós descemos, e como esperado, fomos recepcionados pelo aroma delicioso do tempero de Rosa. 

     Nem esperamos muito, Anne foi pontual, para a surpresa de Gabriel. Ás 19h o carro estacionou no Jardim e a diva saiu de lá. Ela estava usando uma calça de couro preta, uma blusa de seda estampada de onça, um salto alto dourado, e uma bolsa Gucci dourada.

Eu estava esperando que Giovanni, seu marido viesse junto, mas ela havia trago só a presença poderosa que tinha.

Gabriel a cumprimentou com a cabeça, mas eu a abracei.

— Foi muito bom você ter vindo aqui, de verdade! —  sorri.

— Eu precisava fazer isso, nem que mudasse o meu vôo! —  Anne parecia animada.

Nós nos sentamos à mesa e disfrutamos de vinhos, e alguns queijos e torradas como entrada. Geralmente não tinhámos isso, e aposto que não deve ser muito benéfico para a saúde, já que Gabriel não faz. 

Na verdade, só eu e a Anne bebemos vinho, ele ficou na água.

— A que devemos a honra da sua pontualidade? — Gabriel cruzou os braços e ficou sério.

— Depois que eu vi a menininha Carter negar envolvimento com você, fiquei com medo de que acabe sugando a minha alma também... —  Ela riu de maneira sarcástica.

— Então ela já negou tudo? Eu nem vi nada. — Eu peguei o celular automáticamente para conferir. 

—  Na mesa não, Emily. —  Ele pigarreou olhando para mim.

— Não seja chato, nós ainda nem estamos comendo! —  Anne me defendeu.

—  Depois eu vejo. —  Forcei um sorriso para sair da situação constrangedora .

— Ela fez um monte de storys no instagram dizendo que foi um mal entendido da parte do papai, e que os dois eram velhos amigos. Disse que tudo isso aconteceu por Gabriel ter anunciado ao pai que estava em uma relação com uma garota, e como o papai só conhecia ela de amiga do Gabriel, acabou supondo que ela era essa menina, e confundiu tudo. — Anne contou.

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