Nihara Vitti
A empresa ferve com os resultados estrondosos das duas campanhas lançadas. O perfume desenvolvido para o público pré-adolescente e adolescente já figura entre os produtos mais vendidos, e isso com apenas duas semanas no mercado.
Uma festa de celebração está a ser organizada para mais tarde, e o escritório está repleto de energia hoje. Da minha sala, posso observar o constante fluxo de pessoas, algumas em reuniões, outras desempenhando a suas tarefas habituais.
Enquanto isso, estou imersa na análise minuciosa e revisão de documentos da campanha promocional que será apresentada ao CEO em breve. Os gráficos coloridos e relatórios detalhados estão espalhados pela minha mesa, enquanto os estudo com atenção.
A minha assistente, acaba de entrar, e traz consigo uma tigelinha transparente contendo uvas, ela aproxima-se e deixa a mesma de frente para mim olhando-me pedinte.
— Obrigada, pela atenção querida.
— Nihara, recebemos muitas propostas de parcerias. Além disso, a cervejaria Storne aprovou a logomarca, aguardando a reunião para acertarem sobre o anúncio. O feedback está a ser bastante positivo até o momento.
— Isso é bom, fico feliz com os resultados — digo saboreando a fruta. — Agora preciso que me representes na reunião com o senhor Berandell. Já falei com o Harrison, ele espera-te lá. Preciso estar na outra reunião, mas estarei disponível para qualquer suporte que precisarem.
Enquanto falo, ela mostra um certo desconforto que me deixa confusa.
— Algum problema Hoffmann — inclino o rosto, olhando-a sobre os óculos de grau, esperando por uma resposta.
— Não, senhora.
Ela chamou-me senhora, confirmando a sua inquietação, os dois tem algo mal resolvido, mas não pensei que fosse tão sério. Mas eles que se resolvam isso é trabalho e devem saber separar as coisas.
— O que estás a espera? — indago, vendo-a hesitante parada diante de mim.
— Desculpe, estou a ir.
— Caso não esteja em condições de se fazer presente nela, eu posso achar quem esteja.
— Nada disso, Nihara, estudo bem, posso fazer isso — ela responde categórica se dirigindo a porta e sair por ela sem olhar atrás.
O telefone toca e, instintivamente, a minha mão alcança a bolsa para pegar o aparelho. Abro o zíper com um movimento brusco e seguro o telefone, sentindo um arrepio percorrer a minha espinha ao ver o nome Bernstorff piscando na tela.
Os meus dedos trémulos pressionam o botão para atender e coloco a chamada no alto-falante, ansiosa para ouvir o que ele tem a dizer.
— Estou muito ocupada neste momento. Se não for algo urgente, poderíamos conversar mais tarde? — A minha voz soa impaciente, quase áspera, refletindo a minha exaustão mental.
Ouço um pigarro do outro lado da linha, um instante de hesitação antes de ele responder. A voz de Bernstorff transmite uma calma superficial, mas consigo detectar um traço de urgência ou preocupação oculta. A curiosidade toma conta de mim, misturada com um resquício de desconfiança.
— Poderia vir à minha sala agora? Preciso da sua ajuda com alguns relatórios de contas da empresa. Há algo que simplesmente não está a bater.
— Você poderia recorrer ao departamento financeiro da empresa para obter informações sobre os relatórios de contas, não é mesmo? Afinal, sou a diretora de criação, senhor Bernstorff — retruco, firmeza transbordando na minha voz.
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NÃO POSSO TE AMAR [Revisando]
RomanceNihara decide recomeçar a sua vida em Berlim, determinada a superar a traição que sofreu pouco antes do seu casamento. Com foco total na sua carreira, ela busca sucesso profissional e pretende evitar qualquer envolvimento emocional. Porém, o destin...