Apenas Amigos...

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Pov Force

Eu estava tremendo, chorava sem parar. Foi como se eu tivesse chorado o dia todo, mas ainda sentia que poderia chorar uma semana inteira. Quando Perrie disse que Book estava no hospital me veio várias coisas a cabeça. Uma delas era o porquê de ele ter aceitado aquela maldita aposta. Eu estava preocupado e ao mesmo tempo chateado com essa história. Resolvi não pensar nisso agora, Book precisa de mim e era isso que eu estava fazendo nesse exato momento. Me encontrava sentado em uma cadeira de plástico nada confortável ao lado da cama que o menor estava deitado. Fiquei segurando a sua mão gelada e olhando para seu rosto sereno desde que cheguei, eu odeio ver ele assim. Deus, queria muito estar em seu lugar agora.

Minha mãe deu um jeito de me deixar entrar no quarto e ficar com Book, por sorte ela é a enfermeira chefe do hospital então eu poderia ficar até a hora que eu quisesse. A mãe de Book não pôde ficar no hospital por muito tempo, pois teria que buscar as gêmeas na casa dos avôs dele. Fourth, Gem, Jimmy e Sea ficaram na sala de espera me fazendo jurar que os manteriam informados.

Mamãe me disse que o médico garantiu a tia Jessi que Book acordaria ainda hoje, apesar dele ter batido a cabeça no chão e demasiado o diagnóstico não acusou nada. Ele só está cansado e com dores pelo corpo todo por causa da surra que o desgraçado do Fluke deu.

Por falar naquele covarde desgraçado, fiz questão de denúncia-lo e hoje mesmo o pai de Book, Sr. Gun, foi a delegacia prestar queixa. Fluke por ser menor de idade, foi encaminhado para um reformatório e vai ficar sobre cuidados psiquiátricos. Por mim aquele louco iria direito para a cadeia, mas por ele ter 17 anos acharam melhor manda-lo para um lugar que tenha cuidados médicos, porém se ele voltar a encostar em Book eu garanto que eu mesmo o mato sem dó.

Já passavam das quatro horas da tarde quando acabei dormindo encostado na grade lateral de sua cama. Mas não demoro nem meia hora até eu fosse despertado por Book mexendo a mão que segurava desde que cheguei ao quarto. Olhei para seu rosto pálido, com um corte em seu lábio superior e outro em seu supercílio esquerdo. O menor abria os olhos vagarosamente, tentando adaptar com a claridade vinda da janela. De repente ele arregalou os olhos começando a se agitar na cama e depois veio os gritos.

- FLUKE PARA TÁ DOENDO. ME DEIXA EM PAZ POR FAVOR, EU TE ODEIO, EU TE ODEIO.- Enquanto ele gritava essas palavras desesperadamente se debatendo sobre a cama eu tentava segurar seus braços me colando em seu campo de visão.

- Calma Book, sou eu.- Subi uma de minhas mãos até seu rosto acariciando enquanto ele me olhava assustado. - Seu Foceh, lembra? Não se preocupe, Fluke foi para um reformatório e não vai mais te incomodar.

- Force? Eu... Me desculpa.- O menor começou a chorar e confesso que meu coração doeu vendo essa cena. - Eu queria te contar mas... é que... tive medo.

- Depois nós conversamos sobre isso.- Sorri de lado, conseguindo segurar minha vontade de chorar para não deixar Book mais agitado do que ele estava. - Vou chamar o médico, e avisar para os meninos que estão na sala de espera preocupados.

- Foceh, por favor.- Book segurou meu braço me olhando com aqueles olhinhos   escuros, suplicantes e intensos como um pedido. - Não me deixe sozinho.

- Mesmo que sejamos apenas amigos eu nunca te deixaria sozinho.. Eu prometi isso na casa da árvore, lembra? Nosso quartel general.

O menor sorriu de lado, me soltando devagar e encostando sua cabeça novamente no travesseiro. Book me conhece como ninguém, e eu o conheço mais ainda pra saber que esse 'apenas amigos' o afetou. Ele entendeu pelo meu olhar que ainda estou chateado com essa história. Eu sou um burro eu sei, mas não consigo evitar estar magoado, Fluke sempre foi meu pior inimigo e era claro que não nos aturavamos naquela escola. E simplesmente descubro que ele beijou o amor da minha vida, ele beijou o meu Book.

Ily Force!Onde histórias criam vida. Descubra agora