12 BATALHA

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Ainda tomando fôlego e de cabeça baixa ele explica para Luiza o que ela precisa fazer – Continue segurando o cetro, ele vai manter... cof cof... Eu vou enfrentar o monstro, aproveite para fugir, volte para os Tebec. – dito isso soltou o cetro, mas a proteção se manteve apenas com Luiza segurando.

Os passos de Lucas foram seguidos pelo olhar apreensivo da moça que viu a bolha se contorcer explodindo em vários fantasmas e criaturas ferozes.

Luiza consegue reconhecer os vampiros que foram derrotados na noite passada e também as sombras verdes da floresta. Mas há outros monstros que ela nunca viu. São Ursos negros, elefantes, unicórnios, fadas, quimeras e um jovem dragão azul de três metros.

Com o chifre no meio do focinho o dragão azul emite um ataque elétrico aleatório por toda a sala. Rosnando violentamente fazendo a acústica do salão vibrar todo o teatro.

Sem ação Luiza é agarrada pelo braço e levada para fora, correndo junto com o mago, descem a escadaria contornando o piano quebrado, mas a porta está selada por um círculo de magia negra.

Imediatamente Lucas lembra-se do atendente que desmaiou, contudo não estava mais ali. – Aquele maldito! Ele que deve ter invocado o bicho papão e nos trancou aqui com ele. –

– Bicho papão? Mas e todos esses monstros? –, – Ele se alimenta dos medos, agora que pegou minhas lembranças, reviveu alguns de meus inimigos... Não tenho escolha, se saírem daqui vão destruir toda a cidade... –, Luiza ficou aterrorizada.

O mago guiou as mãos dela para que mantivesse o cetro cravado no chão – Fique calma, isso vai te proteger. Pelo menos dos ectoplasmas... –

As vozes das criaturas ecoavam, vinham descendo a escadaria e jurando vingança contra o mago, enquanto se moviam monstruosos e desajeitados.

Lucas retira a bolsa de couro do casaco, ele desfaz o nó da borda e retirando toda corda, abre a bolsa em um circulo de couro no chão.

Parecia não haver nada dentro dela. Só que um feixe de luz aparece saindo lá de dentro. Esse círculo começa a brilhar. Um portal se abre, armas e armadura começam a sair.

Os inimigos não esperam, atiram instrumentos da orquestra e poltronas pela porta quebrada, atingindo o piano, a escadaria e as paredes.

Luiza começa a estremecer resmungando que não vai dar tempo. Logo vários fantasmas voam em direção a Lucas que esta fora da proteção do cetro.

– Não! Deixem-no em paz! –, ela grita espremendo o cetro com as mão e magicamente o circulo se expande, não somente pelo chão, mas como uma bola repelindo os fantasmas no ar.

O mago fica de olhos arregalados vendo a magia responder a ela. Mas isso só foi um respiro. Os ursos e outras criaturas veem logo atrás deles.

Os fantasmas também começam a cuspir miasma. Incrivelmente a cúpula mágica criada por Luiza suporta os ataques físicos. Até mesmo os raios do dragão azul refletem ao atingir a cúpula.

Porém a mocinha cai de joelhos não aguentando mais manter a magia – Aguente firme Luiza! Só mais um pouco! –

Ela fecha os olhos fazendo força, mas a proteção vai diminuindo gradualmente e os monstros começam a se aproximar de Lucas que ainda está invocando os itens mágicos.

Com uma patada o dragão consegue despedaçar a cúpula de luz. Luiza solta o cetro e cai de costas.

Antes que atinja o chão é amparada pelo braço do mago. Ele está brilhando com uma armadura de luz e empunha uma espada na outra mão – O tempo que me deu foi suficiente. Não se preocupe, já os derrotei uma vez posso derrotá-los novamente. –

Luiza o viu bramir a espada, causando um arco de luz, que eliminar os fantasmas em um só golpe.

Depois sentiu-se flutuar no ar. Lucas havia saltado com ela nos braços, se livrando do choque do dragão.

Do alto ela viu que o dragão perdeu a pata com a qual tinha quebrado a cúpula e dois dos ursos já haviam sumido.

Outros fantasmas vieram ataca-los no ar e com um único golpe de espada eles desapareceram.

Depois o casal começou a cair, Lucas estava apontando a espada para baixo, o mago a cravou no chão junto com o impacto da descida e uma onda luminosa se propagou em anéis.

Estremecendo toda a estrutura do prédio e destruindo todos os monstros no caminho. A escadaria, pilares e paredes à frente foram destroçadas. Por isso o telhado começou a despencar.

O gigantesco lustre caiu logo à frente deles, mas Lucas não se moveu e pior: o brilho, a armadura e espada, desapareceram.

Quando Luiza tentou se levantar viu uma marca vermelha no chão. Só nesse momento caiu em si. O mago estava esgotado e intensamente machucado – Lucas! Lucas! –, – Esta tudo bem... Vamos sair daqui... –.

Vigas e partes do telhado começaram a cair. O mago viu o céu nublado através dos buracos do telhado e conjurando uma magia em suas botas saltou levando Luiza consigo.

Mas a magia estava descontrolada por que eles subiram muito rápido e voaram tão alto que atravessam as nuvens vendo o luar sobre aquelas camadas macias e onduladas de nuvens.

Era uma visão linda por alguns segundos, mas o rosto de Lucas entrou em desespero enquanto pensava que foram muito alto e que não podiam cair daquela altura.

Enquanto eles desciam, como se planassem por cima da cidade em direção à floresta, o mago usou os dois braços e segura a mocinha no colo.

Ela não se deu conta do perigo. Imaginava-se como uma princesa carregada pelo ar. Corando envergonhada ela escondeu o rosto contra o pescoço de Lucas o abraçando.

Achando que Luiza estava com medo o mago a tranquilizou garantindo que não ia deixá-la se machucar. Durante a queda ele conjurou uma magia de vento que os desacelerou um pouco.

Mesmo encolhida nos braços do rapaz, Luiza sentiu aquela corrente de ar fazendo-a flutuar, lembrou de Khoh, era a mesma magia. Mas o encanto se dissipou subitamente, ainda no ar o Lucas a apertou contra seu corpo, se preparando para o impacto.

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