19 RECONHECIMENTO

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No dia seguinte Lucas ainda estava no celeiro do Caesa. Como antes, os três chegaram e encontraram Lucas trabalhando, mas dessa vez havia muito mais leite. O velho mandou que Fabrício levasse as vacas para o pasto e Lucas ajudaria a carregar os galões quando o pai de Luiza chegasse.

Sandro não demorou em aparecer. Enquanto os jovens enchiam a carroça os dois conversavam. Em segredo o mago conseguiu ouvir parte da conversa.

– O rapaz trabalha bem. Também soube da senhora Soraia?... Mas se não o quer perto de Luiza pode deixa-lo aqui, tenho serviço para ele. – confirmou, Sandro demonstrou insatisfação, pediu para conversarem depois e seguiu seu caminho.

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No meio da tarde a filha do velho Caesa foi para o celeiro ficar um pouco com o irmão Mauro além de observar o visitante. Assim começou a falar que seu pai estava muito satisfeito com o esforço do Lucas e que ele poderia ficar trabalhando ali se quisesse.

Naquele mesmo momento Luiza estava no pequeno comercio da vila. Uma rua com duas casas de cada lado. Um armazém que vendia de tudo um pouco, um consultório que dividia sala com uma barbearia, uma estalagem e por fim uma pequena loja de tecidos e acessórios para roupa.

Essa última em especial atraia todas as mulheres da vila. Não demorou muito para rodearem Luiza com diversas perguntas sobre o Lucas. Só dessa forma que a mocinha percebeu o quanto ele estava famoso pelo bom serviço e fama de curandeiro tanto de animais como de pessoas.

Porém as moças logo começaram apontar defeitos dizendo a Luiza que ele não parecia ser um bom partido para ela – Soube que ele é muito calado... Deve estar escondendo algo... – disse uma escolhendo botões.

– Sim, não é seguro... Além disso, não sabemos seu sobrenome, nem de onde veio... – falou outra apontando o dedo para o rosto de Luiza.

 – Muito suspeito. Deveria se afastar dele Luiza. Ainda bem que seu pai o mandou para outra fazenda. – repetiu a que olhava os botões e logo juntou vários de uma cor.

– Ele pode muito bem está fingindo tudo isso... – e continuaram.

Luiza até tentou defende-lo, contudo isso só despertou a curiosidade das moças. Elas tentaram fazê-la falar tudo que sabia sobre ele e como se conheceram.

~ ~ ~

Na volta para casa ela parecia desanimada e pediu a mãe para passarem na fazenda do velho Caesa, pois queria falar com Lucas. Marcela ficou insatisfeita, mas fez o desejo da filha.

Quando chegaram Luiza foi logo a porta do celeiro, mas não entrou. Ficou ouvindo os dois irmãos conversando – Se os Bailey não o querem como genro então eu poderia me casar com ele... –dizia a filha do velho Caesa.

– Acha que Luiza vai desistir? – perguntou Mauro, o mais velho dos filhos de Caesa.

– Ela nem sabe o que quer... Nunca soube. Todas na vila só falam nele, mas Lucas já gosta de mim. Até você concorda, não é? – falou ela confiante.

– Ele trabalha bem e seria bom tê-lo como ajuda na família... – cotinuou Mauro.

Luiza ouvia tudo aquilo com uma expressão de confusão quando foi abordada por Lucas. Virou-se assustada. Mas o mago fez sinal de silêncio e pegando-a pela mão foram para longe do celeiro.

– Só queria te ver... Por sua culpa estão falando mal de mim. – disse com voz brava. Lucas quis entender – O que estão falando? –

– Primeiro que você trabalha bem, depois que não presta para casar... – disse Luiza com as sobrancelhas curvadas em frustração.

– Mas isso é sobre mim não sobre você... – disse ele franzindo a testa.

Luiza corou antes de declarar que as moças da vila descobriram que ele a beijou e por isso a humilharam dizendo ser um absurdo – Me mandaram ficar longe de você até os boatos pararem... Chamaram-me de atirada e que eu deveria ter vergonha. Até zombaram desse anel de noivado tudo porque você me beijou! –

– Eu não contei a ninguém, você contou? – perguntou o mago surpreso.

– Elas fizeram tantas perguntas... Mas você não podia! – Luiza estava mesmo brava, contudo Lucas sorriu.

– Porque está sorrindo? – ela se indignou.

– Por que não fui eu que a beijei primeiro... – Lucas abria boca em um sorriso olhando-a apaixonado.

– Como não? Foi no celeiro! – Luiza levantou os ombros e as mãos como se nelas estivesse as provas.

– Não, foi na cidade bem aqui... – assim ele apontou para a bochecha, Luiza lembrou que estava sobre hipnose.

– Eu não tive escolha – ela tentou voltar com o jeito irritado.

– Teve sim, podia ter escolhido minha mão ou qualquer outro lugar, mas escolheu meu rosto. – disse com um olhar sapeca.

Ela ficou sem fala e abaixou a face. Lucas percebeu aquela inocência que o cativava, então complementou – Também gosto de seu rosto... – falou fazendo caricias na bochecha dela.

Suas faces ficaram próximas. Ela fitou seus lábio. Ele olhou para os dela.  A mão do mago se afastou e Luiza tentou dar um passo para trás. Mas foi pega pela cintura e trazida para mais perto. Lucas se inclinou aproximando os lábios, ela entreabriu a boca e correspondeu avançando em um beijo. 

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Era Um MagoOnde histórias criam vida. Descubra agora