25 INCURSÃO

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Lucas chegou invadindo o acampamento. Com a espada de luz dourada, que antes cortava vampiros, em punho desviou as lanças de luz e fez seu cavalo saltar pelas magias de área, que moviam a terra e raízes das arvores . Parou na frente da tenda de Togram que imediatamente saiu para encontra-lo.

– Onde está Luiza? – disse contendo a fúria na voz, mas expressando-a em seus olhos.

– Um sensitivo como você já deve tê-la localizado... Veio a mim, pois estava com medo que o impedisse? – retrucou o mestre Togram.

– Muito baixo usá-la como isca. – disse Lucas enojado.

– Não planejei isso, ela veio por vontade própria e foi iniciada na magia. Sabe muito bem qual sua situação, veio disposto a cooperar? – falou Hayk analisando o mago por inteiro. 

– Sim, com a condição de liberar Luiza das obrigações de pupila, para que ela possa voltar para sua família. – suspirou Diertoch irritado.

– Sem objeções, se ao final da incursão ela desejar partir, será liberada... – sorriu Hayk.

– Qual a missão? –

– Partiremos agora. – disse Togram fazendo sinal para os pupilos.

Caminhando para leste do acampamento chegaram à entrada de uma caverna fechada por uma enorme pedra – Descobri uma lenda antiga nesse continente. Dentro dessa caverna há uma jazida de cristais mágicos. – explicou Togram, porém Lucas só sentia arrepios encarando aquela entrada.

– Tem algo muito terrível selado ali... – disse com os olhos arregalados, o que fez Hayk se preocupar.

– Minha tropa está preparada, faça as honras... – afirmou mantendo a confiança.

Lucas olhou em volta, vinte magos estavam a postos. Ele avançou e cinco o seguiram. Próximo à pedra um círculo maligno se propagou pelo chão, levando todos os seis a cair e começou a sugar suas energias positivas.

No mesmo instante uma pedra começou a se mexer revelando a entrada da caverna.

Os outros tentaram se aproximar para ajudá-los, mas o mestre gritou para que ficassem em seus postos.

– Que magia é essa? – o pupilo mais próximo do mestre questionou.

– Parece que está se alimentando de luz. – disse o segundo atrás.

– Veremos se é o caso... – disse Togram usando uma magia de área. Um pequeno tornado se formou e lançou dois de seus homens para fora da armadilha.

Eles então foram amparados por seus amigos e levantaram enfraquecidos. Mas a retirada deles foi suficiente para desacelerar a abertura da pedra.

– O que faremos mestre? Para abrir a porta precisamos sacrificar energia positiva? – questionou o mais próximo novamente.

– Não vou permitir que meus pupilos sejam consumidos – disse Togram conjurando a magia de vento novamente para retirar os seus de lá.

– E o Diertoch? – quis saber o pupilo.

– Um impuro, além de traidor da ordem. Seu nome será limpo perante seu sacrifício... – lamentou. Lucas começou a sofrer muito mais com a retirada dos outros. A o circulo maligno concentrou sua voracidade nele.

Enquanto os outros assistiam o sofrimento de Diertoch, no acampamento Luiza ouvia alguns magos conversarem sobre a invasão de Lucas ao local e que ele havia sido levado para a missão. – Que missão? – quis saber a mocinha e assim que obteve a informação correu para vê-lo.

Ao alcançar o grupo de Togram ela viu Lucas caído em frente ao portão de pedra meio aberto e tomado por sombras negras, um pequeno raio de luz era sugado de seu corpo.

Olhando em volta viu os magos recuados nem mesmo atentos ao seu marido. O próprio Togram estava de costas conversando com alguns de seus pupilos. Indignada com aquele abandono ela não conteve as lágrimas e correu para tirar Lucas de lá.

Porém assim que entrou na área da armadilha caiu de joelhos, tendo sua energia positiva sugada.

– Alguém está lá! – alertou um dos magos de Hayk.

– Na armadilha? – se assombrou o pupilo mais próximo do mestre.

– Aquela não é? – disse o mago atrás do pupilo.

– Luiza! – reconheceu o último.

Lucas estava esgotado, contudo ouviu o nome de sua esposa então se esforçou para levantar a cabeça. Vendo-a sofrer gritou para que a tirassem dali.

Mas Togram hesitou – Com a entrada dela a pedra começou a se mover bem mais rápido. –

Lucas não podia acreditar ninguém estava vindo ajudá-la e pior a viu se esforçar se arrastando em sua direção esticando o braço e pronunciando seu nome. O olhar de Khoh entre as pedras brotou em sua mente e ele ficou paralisado tomado pela triste lembrança se repetindo. 

Os próprios magos sentiram a agonia do casal e olharam suplicantes para seu mestre, mas esse se mantinha severo.

Até que a situação piorou e a armadilha devoradora de luz encontrou uma terceira fonte no ventre de Luiza um pequeno raio de energia começou a ser sugado. Os olhos de Lucas se arregalaram – NÃO! TOGRAM TIREM-NA DAQUI! –

Mas não esperou a resposta e estendendo o braço em direção a ela enviou as sombras que o estavam envolvendo. Ele ficou descoberto e muito mais luz começou a ser retirada de seu corpo.

Contudo Luiza foi totalmente protegida por sombras impossibilitando a retirada de sua energia.

Ela pôde se levantar, mas ao invés de sair, Luiza começou a andar na direção dele – Não! Saia! Vá embora!... – suplicou Lucas sofrendo com sua energia positiva sendo drenada rapidamente.

– Rápido tirem ela de lá! – ordenou Togram e dois magos correram, sem se preocupar com a própria segurança entraram na armadilha tendo suas energias sugadas. Porém as sombras também os envolveram, assim eles seguraram a mocinha que se revoltou pedido para que salvassem seu marido.

Mas contra seus protestos ela foi retirada de lá. Lucas suportou até que a viu em segurança, após isso fechou os olhos e foi tomado por sombras. Nessa altura a pedra estava quase completamente aberta e estagnou sem luz para devorar.

– O que faremos mestre? – perguntou o pupilo mais próximo.

– Não sei... Mas não enviarei mais ninguém para lá... – disse Togram vendo Lucas tomado por trevas e pensando que ele mesmo, como líder, deveria se sacrificar também. O mestre deu alguns passos em direção à armadilha, porém sentindo a terra tremer parou.

Passos pesados vieram de dentro da caverna. Um gigantesco dragão negro ancestral saiu quebrando o resto da porta, mas protegeu Lucas dos escombros depois avançou sobre ele sem pisá-lo.

Todo o círculo maligno do chão foi desfeito e o monstro urrou contra os magos da luz. Fazendo as arvores se curvarem e as folhas tremerem com o choque acústico.

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