23 ONDE?

35 13 31
                                    

Ao entardecer Lucas trouxe os animais para o celeiro antes de retornar aos trabalhos no futuro campo de trigo. Mas foi logo abordado por Marcela – Onde está Luiza? Foi levar o seu almoço e não voltou, precisam ser mais responsáveis! – ela brigou até ouvir o ronco da barriga dele.

– Eu não recebi almoço... – informou desanimado.

– Do que esta falando? Ela não... Eu sai logo cedo só voltei após o almoço... Não tinha ninguém na casa... – disse aflita e Lucas logo se alarmou olhando para a floresta.

Marcela nem percebeu e o segurou pelo braço – Vamos entrar filho... Venha jantar ela deve ter ido atrás do pai... Isso... – tentou se convencer e o genro a acompanhou para acalmá-la.

Sandro chegou junto com a noite e o pior se confirmou. Luiza não estava em lugar nenhum. Imediatamente Lucas selou um cavalo e prometeu trazê-la de volta.

Os dois ficaram assombrados em vê-lo cavalgar para dentro da floresta. Marcela perdeu as forças imaginando que mal aconteceu com a filha e Sandro teve que carrega-la para dentro de casa.

Lucas Diertoch não teve dificuldade em encontrar os rastros e seguir atrás do sequestrador, o pior era à distância. Nessa altura demoraria muito para alcançá-los.

Enquanto isso Luiza e Breno se dirigiam a uma cidade distante dali. Pela estrada demoraria um dia e meio para chegar, mas cortaram caminho por dentro da floresta e se adiantaram.

Chegaram à noite e os portões estavam fechados, embora o guarda o tivesse reconhecido – Ah! É o estrangeiro... Está fechado amigo só pela manhã. –

– Não com minha identidade... – e retirado um papel do bolso mostrou ao guarda que rapidamente ordenou que abrissem para ele.

– Como conseguiu isso? – quis saber a mocinha.

– Meu mestre é dono da guilda de mercadores mais famosa nos cinco continentes, chegamos a pouco nesse país, mas nossa fama nos permite várias regalias... – disse orgulhoso.

– Gilda de comerciantes? Mas vocês não são ma... – questionou Luiza sendo interrompida.

– Shh! É um disfarce, assim podemos proteger as cidades sem causar alvoroço. –

Luiza começava a entender as coisas e logo perguntou se Lucas também era um mercador.

– Não, o mestre dele pertence a guilda de cavaleiros... O cretino sempre foi uma maçã podre, soube que era um cavaleiro negro foi derrotado e implorou pela misericórdia do mestre Diertoch. Mas não valorizou essa bondade, desertou e ainda roubou a casa do próprio mestre. – descreveu tudo aquilo com desgosto por todo o caminho. 

Luiza ainda refletiu que "Diertoch" era o sobrenome pelo qual ele também chamou Lucas. Mas com tantas informações que Breno Kalesi apresentou, ela esqueceu-se de perguntar.

Finalmente chegaram a um comércio na rua principal. Parecia um local comum até Breno falar uma senha e o atendente dirigi-los a sala reservada – Informe ao mestre que encontrei o traidor, mas ele não quis cooperar. Contudo descobri que estava enganando alguns humanos. Trouxe um deles comigo, pois ela desejar ser iniciada na ordem da luz. –

O atendente confirmou que sim com a cabeça e foi para um quarto nos fundos da sala. Depois de um tempo voltou avisando que o mestre havia aceitado seu relato e pediu que voltasse logo para o acampamento.

Luiza ficou atônita ao entrar em uma sala secreta com escritos no chão e cristais causando refração e reflexão da luz, colorindo todo o local misticamente.

Breno retirou uma varinha de metal do casaco. Era toda esculpida e na sua ponta o mesmo cristal da sala, parecido também com o cristal no topo do cetro que Lucas usou no teatro.

Era Um MagoOnde histórias criam vida. Descubra agora