15 ENCONTRO

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Na manhã seguinte Lucas aceitou descerem o rio e atravessarem pela ponte. Assim seguiram pela estrada e em pouco tempo estavam na entrada da cidade.

Luiza ia mostrando a propriedade até que chegaram à casa e viram a carroça do senhor Tebec. Quando se aproximaram mais ouviram a discussão lá dentro. O pai de Luiza gritava reclamando que eles deveriam tê-lo avisado assim que a encontraram.

– Como puderam entregar a segurança de minha filha para esse estranho? Sabe-se lá onde estão agora! – os gritos dele foram interrompidos por batidas na porta.

Por alguns segundos o silêncio reinou. Mas sem graça, o pai de Luiza abriu a porta e ficou congelado. Os olhares curiosos dos outros logo apareceram e a mãe da mocinha despencou em uma cadeira, incrédula – É você minha filha? –

Imediatamente Luiza entrou sendo acompanhada pelos olhos do pai e Lucas aproveitou o espaço para entrar também. Porém foi agarrado pelo colarinho e empurrado contra a parede.

– Seu maldito! O que fez com minha filha. – 

– Não pai! Ele não fez nada! – voltou-se a menina, agarrando o pai pelo braço.

– Fique fora disso! – gritou o pai a empurrando e ela caiu sentada no chão assustando a todos na sala.

O senhor Tebec tomou uma atitude – Pare Sandro! Ela é sua única filha! –

Vendo a besteira que estava fazendo, Sandro largou o rapaz. A senhora Tebec chamou o marido. Deixando claro que esse problema deveria ser resolvido pela família e se despediu.

– Marcela, leve Luiza para o quarto. – ordenou Sandro.

– Não pai, o Lucas só quer trabalhar. – a mocinha tentou intermediar, mas com medo de se aproximar novamente.

– Filha os deixe conversar... – implorou Marcela tentando leva-la pelo braço.

– Por que não pode conversar comigo aqui? – disse Luiza indignada.

O mago ousou falar – Escute seus pais Luiza. –

As duas olharam surpresas, mas Sandro o encarou bravo. Lucas continuou – Trouxe sua filha em segurança. Não pretendo tomar o tempo de vocês. – voltando-se para a saída foi agarrado pelo braço – Onde pensa que vai?! Acha que não sei dos boatos da cidade?! Não vai se livrar de mim até restaurar a honra da minha família! –

– O que quer que eu faça? – questionou sério, de forma tão direta que o pai de Luiza travou, sem conseguir falar.

– Ele pode ficar aqui e ajudar na fazenda... – arriscou a menina que imediatamente foi censurada pela mãe. Mas ela não desistiu – Por que não mãe? Ele me salvou e me trouxe em segurança para casa, isso é o que todos precisam saber. – disse convicta, não havia maldade em sua fala.

Ouvindo isso o pai se contorceu em angustia – Não consegue entender suas ações menina! Você passou noites longe de casa com esse homem. –

– Eu não estava com ele! A senhora Tebec sabe, eu fiquei na casa dela e... – Luiza tentava explicar, mas começando a entender, percebeu que ficaram duas noites só os dois na floresta e não podia nem mencionar isso para os pais.

Marcela tentou acalmar a situação – Eu sei que minha filha não está mentindo. Se ela disse que não aconteceu nada, então não aconteceu nada. –

– Sabe que isso não é suficiente Marcela! Ele precisa se responsabilizar – advertiu Sandro.

– Está propondo que me case com Luiza? – questionou Lucas fazendo a mocinha perder o ar.

Porém Sandro apertou o braço dele e encarando falou encolerizado – Um desconhecido! Sem eira nem beira, pensa que pode casar com minha filha?! Sei muito bem do que pilantras bem vestidos como você são capazes! Está pensando em herdar a fazenda, vender tudo e abandonar minha filha?! –

Lucas ficou estarrecido com a acusação, estava acostumado a ser rejeitado como mago, mas ser acusado de estelionatário era a primeira vez.

Vendo a expressão no rosto do rapaz, Sandro acreditou tê-lo pegado no laço – Então é isso, não é?! Seu pilantra! –

– Não tenho a mínima necessidade de fazer algo assim! – Lucas curvou apenas uma das sobrancelhas e o olhou com seriedade.

– Até parece! Mentiroso! – retrucou Sandro.

Indignado Lucas respondeu a altura – Trouxe sua filha em segurança, se não me quer aqui vou embora! – declarando isso olhou para Luiza – Como pode ver não há lugar para mim aqui... Fique bem... – e tentou alcançar a porta. Porém Sandro o agarrou pelo colarinho nas costas. – Vamos conversar lá fora! – assim foi praticamente arrastado.

Sandro puxou Lucas até o celeiro onde lhe estendeu uma forquilha – Limpe todo o estábulo. –

Havia seis vacas e quatro cavalos. O chão não tinha sido limpo há dois dias. Os animais pereciam cansados e o bebedouro cheirava mal.

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Era Um MagoOnde histórias criam vida. Descubra agora