16 FAZENDA

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Ao meio dia Sandro voltou ao estábulo que parecia outro local, o bebedouro tinha sido limpo, estava com água nova, as vacas foram servidas com feno e Lucas se ocupava escovando os cavalos.

Incrédulo o fazendeiro entrou procurando erros – Como conseguiu fazer tudo isso em tão pouco tempo? –

– Fiz esse serviço a minha infância inteira... – respondeu com ar pensativo sem parar o trabalho.

– Você não tem cara de quem trabalhou em fazenda... – Sandro o encarou descrente.

– Era pajem... – disse Lucas.

– Serviu a qual família? – quis saber o pai de Luiza com os olhos surpresos. 

– Não tinham linhagem... – respondeu desanimado sem parar a escovação dos cavalos.

– Como assim? – o velho começou a ficar desconfiado.

– Eram mercenários... – disse parando o trabalho e olhando a reação de Sandro.

– E seus pais permitiram esse trabalho?! – falou o fazendeiro surpreso.

– Eles eram meus pais. – informou Lucas.

Diante dessa resposta Sandro perdeu a vontade de conversar.

– Aqui, trouxe seu almoço. Não precisava dar feno para as vacas. Vou leva-las para o pasto, me encontre lá após comer. –.

Lucas aceitou a comida e sentou-se em um banquinho próximo aos cavalos enquanto assistia-o guiar as vacas. Ele terminou à tempo de ajuda-lo com a ultima vaca que estava empacada. Sandro não conseguiu agradecer, tinha o orgulho ferido. Depois da caminhada até o pasto, puderam descansar encostados à cerca.

O silêncio incomodo foi quebrado por Sandro – Quer ser fazendeiro? – questionou, imediatamente o mago sentiu uma esperança de que poderia desfrutar de uma época tranquila ali – Sim. Eu conheço o serviço e estou disposto a trabalhar. –

O pai de Luiza parecia incrédulo. – Um filho de mercenários não é?... –, vendo sua esperança sumir na ironia daquela voz, Lucas respondeu desanimado – Algo assim... –

– Gosto ainda menos desse tipo... Que sobrenome tem para minha filha? – questionou o velho.

Os olhos do jovem saltaram. – Sobrenome? Para Luiza? –

– Não foi por isso que voltaram juntos, seu maldito?! – disse Sandro começando a perdendo a paciência!

Lucas ficou perdido em pensamentos por um segundo, refletindo se poderia ir tão longe, mas era óbvio que a mocinha não queria aquilo. Luiza poderia se irritar e contar que ele era um mago, ou não, talvez aceitasse.

Sandro perdeu a paciência – Vamos! Responda e uma vez! – disse o velho irritado.

Hesitante Lucas falou baixo – Pretendo adotar o de sua família... –

O velho se irritou ainda mais – Então é um fugitivo?! Que tipo de crimes cometeu?! –

Lucas não pôde responder se manteve sério e Sandro continuou – É bom não trazer problemas para minha casa, entendeu? –

– Sim senhor. Não trarei... – o mago respondeu sério.

~ ~ ~

Naquela noite o mago teve que dormir no celeiro, deitado na palha, junto com os animais. Já estava cochilando quando ouviu alguém entrar na escuridão – Quem está ai? –

– Sou eu Lucas. O papai foi muito cruel em fazê-lo dormir aqui... – disse Luiza timidamente.

– Não me importo. Mas você não devia está aqui... – respondeu ele tentando segurar o sorriso que lhe curvava os lábio em vê-la.

– Pulei a janela para lhe trazer... – falando isso ela lhe estendeu dois cobertores.

Lucas aceitou sorrindo e pensando que ela ainda não sabia sobre a conversa que teve com Sandro, mas ela o repreendeu – Meu pai está muito bravo. Não devia ter dito aquelas coisas... – falou e ele ficou sem entender até que Luiza continuou – É verdade que quer adotar o nome da família?... –

Surpreso ele respirou fundo e focou nos olhos da menina – Luiza, em minhas viagens nunca encontrei alguém tão sincera e gentil quanto você. Gostaria de acalmar minha vida ao seu lado, se me aceitar... –

O coração dela palpitava com o olhar penetrante dele. Ansioso insistiu – O que acha? –, disse ele analisando a reação dela.

Mesmo estando escuro foi possível vê-la corar e falar com a voz insegura – Lucas Bailey... –

Da forma mais gentil ele tocou o ombro de Luiza. Devagar ela voltou os olhos para Lucas a tempo de ser surpreendida com um beijo.

– Luiza Bailey, aceita ser minha noiva? – disse com  uma voz doce. Ela hesitou um pouco antes de balançar a cabeça positivamente.

O mago não se cabia de tanta felicidade por ver aquele simples sinal. Rapidamente tirou do bolso um anel de prata com pequenas pedras azuis encravadas por todo seu comprimento. O contato que ainda mantinha em seu ombro escorregou até a mão de Luiza. Colocando aquele anel recitou um encantamento fazendo a mocinha se assombrar.

– Não tenha medo, é uma magia de proteção. – após falar ele tentou beijá-la mais uma vez. Porém Luiza recuou – É-é melhor eu voltar agora... Não devia está aqui... – e correu.

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Era Um MagoOnde histórias criam vida. Descubra agora