3| Chiffons

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     Forever olhou para a bermuda com leve curiosidade. Sim, ele gostava de animes, tendo uma coleção de mangás na sua antiga casa, mas porque ele tinha um samba canção da Akatsuki? E porque Cellbit só deu isso para ele vestir?

     Cellbit esperava que ele saísse na rua com apenas isso? Não, de jeito nenhum, ele tinha que ter pelo menos uma camisa.

     — Cellbit? – ele chamou o outro, colocando apenas sua cabeça para fora. Ao escutar um resmungo, continuou. :— Preciso de uma camisa. – seu rosto estava quente.

     Cellbit tirou os olhos do telefone e olhou estranho.

     — Desde quando usa camisa?

     — Por que eu não usaria camisa? Você usa camisa. – ele estava realmente envergonhado. Cellbit tirou a jaqueta que usava e o entregou.

     — Desculpa não te trazer uma camisa. Você não costumava usar. – Forever vestiu a jaqueta fechando o zíper e arregaçando as mangas.

     — Parece que o meu eu anterior era um cínico. – ele resmungou e abriu a porta. :— Vamos?

     Forever foi guiado por Cellbit até a saída e em direção ao carro. Forever nunca mais entraria em um carro com Cellbit de motorista. Porra, esse cara achava que estavam em uma perseguição?

     Ele ficou feliz quando Cellbit parou. Eles estavam em frente a uma casa grande e muito bonita.

     — Essa é sua casa. – Cellbit ficou na sala, deixando o loiro explorar a casa.

     Forever morava nessa casa sozinho? Justo o homem que parecia ser cercado de pessoas. Parecia solitário.

     O primeiro andar era bem básico, uma sala que era conectada a cozinha por uma bancada, tinha um banheiro e uma porta na cozinha que dava em direção a saída. No segundo andar tinha quatro portas, três deles eram quartos e um banheiro.

     Um dos quartos era simples, com certeza de o de hóspedes. Ele passou direto pela porta cheia de desenhos, sabendo que era o quarto de Richas. Ele entrou no seu quarto.

     Ele tocou na pétala de uma rosa que estava perto da porta. O quarto estava cheio de plantas. Forever estava feliz que seu antigo eu pelo menos sabia que ele precisava estar perto de plantas, sendo uma criatura que precisa de contato com a mãe natureza. Ele tinha ficado preocupado depois que viu que não tinha quase nada de plantas na sua casa.

     Forever abriu seu guarda roupa e fez uma careta ao olhar suas roupas. Tão vulgar. Ele teria que fazer compras em breve.

     Por que o Forever antigo era tão parecido quando ele estava dominado pelos remédios? Isso era preocupante.

     Ele pegou roupas que não fossem tão decotadas, apertadas ou chamativas - acredita que ele tinha uma camisa feita apenas de tule? -, o que, infelizmente, eram poucas, e as colocou em uma bolsa que encontrou.

     Durante todo o seu momento, ele podia sentir seu telefone vibrar, mas ele ignorou quem quer que fosse. Das únicas pessoas que ele queria contado agora, uma estava esperando lá embaixo e a outra estava na escola. Com certeza era alguém do seu passado, mas ele não queria lidar com isso hoje.

     Ele pegou uma camisa social e uma calça jeans e se vestiu. Assim que terminou, ele desceu.

     — Preciso de roupas novas, aquilo não é aceitável! – ele parou em frente a Cellbit. :— Parece que voltei a ter 100 anos novamente. – ele fez uma careta.

     — Talvez amanhã. Vamos, vou te mostrar a cidade. – Forever impediu Cellbit de continuar colocando uma mão em seu peito.

     — Eu dirijo, você fala o caminho! – ele pegou as chaves de sua mão.

     Ele estava com medo? Forever estava apavorado em seu passageiro de Cellbit.

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     A ilha Quesadilha era bonita e muito diferente. E, pelas histórias de Cellbit, tinha pessoas de todos os lugares do mundo, o que fazia a ilha ter edifícios bastante diversificados. Ele até mostrou a Forever a praia de Copacabana que o loiro mesmo construiu junto com Richarlyson.

     Eles pararam em uma casa que parecia um castelo, só que menor. Na porta, estava um homem moreno e em seu colo, Richarlyson.

     Assim que Forever saiu do carro, Richarlyson pulou do desconhecido e foi prós braços do pai, que o ajeitou em seu colo.

     — Forever, esse é Roier, meu noivo. – Cellbit abraçou a cintura do moreno. Forever se aproximou acenando com a cabeça. :— Sei que não queria que ninguém além de mim e Richas soubesse de sua amnésia, mas Roier mora conosco.

     — Está tudo bem, Cellbit! Foi lógico. – ele passou pelo casal, seguindo as ordens de Richarlyson para se encontrar na casa.

     — Este é mesmo o Forever? – Roier perguntou.

     — Sim, Guapito. Temos que nos acostumar com esse novo Forever! – ele puxou seu noivo para dentro.

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     Apenas de noite, quando estava escondido em seu quarto temporário, Forever pegou seu telefone. Ele tinha algumas mensagens de preocupação, mas duas se sobressaiam.

     Ele abriu o grupo do Dramatrio. Um cara, com o apelido de Goodboyhalo, expressava sua preocupação com Forever e pedia para mandar uma mensagem quando estivesse bem, sendo seguido por uma mulher, Baghs, com as mesma preocupações mas parecia mais como uma irmã mais velha. Essa comparação fez ele bufar, Forever com certeza era mais velho que a híbrido de pato.

     Com um sorriso quase microscópio com a preocupação, ele respondeu a mensagem, apenas dizendo que estava bem e que precisava de um tempo, e que logo eles se encontrariam.

     A outra conversa o deixava com um gosto amargo na boca. Se Forever não soubesse de sua história com o homem, Forever ia achar fofo toda a preocupação que Philza estava mostrando.

     Ele enchia a boca para falar o quanto sentia saudades, até o chamando de amor, mas rolando para conversas antigas, o homem só menosprezava Forever. Ele parecia se divertir vendo Forever correr atrás dele como um cachorrinho, mesmo depois de ser rejeitado diversas vezes.

     Talvez o fato de Philza ser quase uma cópia exata de Brunim tenha cooperado para tal insistência. Não importava quanto tempo, Forever sabia que não conseguiria esquecer ou superar Brunim.

     Ele fez o que seu outro eu deveria ter feito depois da primeira rejeição, em vez de se enrolar em um relacionamento tóxico e fruto de uma traição por quase três anos. Ele bloqueou o número. Sem nenhuma explicação, Philza não merecia.

     Com isso, ele foi para o Google, ele precisava saber o que aconteceu no mundo durante esses sete anos. No meio de sua pesquisa, veio mensagem de seus dois amigos falando que respeitavam sua decisão e iam esperar por ele, isso aqueceu seu coração.

     Apesar das escolhas ruins e se apaixonar pela pessoa errada, seu outro eu tinha encontrado uma verdadeira família e amigos maravilhosos.

Lost Memories [Sendo Reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora