Capítulo Doze

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Permito que Genghis pinte meu corpo com uma pasta vermelha que ele produziu de amoras e frutas e um pouco de magia

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Permito que Genghis pinte meu corpo com uma pasta vermelha que ele produziu de amoras e frutas e um pouco de magia. Ele pinta minhas costas, braços e meu peito com os desenhos mais estranhos do mundo.

— Então nosso primeiro passo é cavar fundo na sua memória e voltar ao dia em que o Rei Leomoth foi morto. — Genghis explica enquanto limpa as mãos na barra de sua túnica verde.

— O pai do Rei Eldwan? — Franzo o cenho, sentado na cama improvisada — Por quê?

Ele esfrega as mãos uma na outra.

— Precisamos estabelecer onde você estava, pra podermos provar que não foi você.

Mordo o interior do lábio.

— Mas e se foi? — Indago, preocupado.

— Então você está ferrado.

Essa voz. Mesmo de costas eu a reconheço. Não posso evitar sorrir de canto, mesmo que esteja furioso com ela. Olho por cima do ombro e posso ver os sintomas nela. O cabelo bagunçado e a saia desajeitada.

— Alura! Que bom que você pôde vir. — O Guardião a recebe abertamente, como sempre, enquanto fico de pé e ando até ela.

Seu olhar está furioso, mas o meu de repente não está mais. Quando ela para na minha frente e seu cheiro invade meu sistema, toda fúria se esvai.

Meu pau incha e dói com o que vejo e o que sei.

— Quase não vim. — Seus olhos azuis e furiosos me encaram — Ainda não sei se posso confiar em você ou em qualquer outra pessoa.

Sorrio de canto e ergo uma sobrancelha.

— Posso reconquistar sua confiança, Jones.

Ela estala a língua e cruza os braços.

— Não é tão simples assim, Anthony. O que vocês estão tentando fazer é tão difícil quanto reescrever a história. — Ela olha para o Guardião que apenas dá de ombros como se estivéssemos tentando fazer algo simples.

Mas eu sei que estamos brincando com fogo.

— E quais são minhas opções aqui, Jones? — Cruzo os braços, a imitando — Me esconder aqui pra sempre? Esperar que os homens de Eldwan me encontrem e me matem?

O olhar dela se suaviza e ela descruza os braços.

— Você poderia ir pra casa. Volte pra Phoenix. Esqueça tudo o que aconteceu em Siastar. — Ela se aproxima, cantarolando em um sussurro doce e gentil que me faz querer aceitar sua oferta — Eu poderia alterar suas memórias se você quiser. Fazer você acreditar que se feriu quando o parque explodiu, por isso não se lembra do que aconteceu depois disso.

Eu respiro fundo e a encaro de maneira séria. Eu nunca tinha reparado como os olhos dela eram tão bonitos.

— Você já tirou minhas memórias uma vez, Jones. Eu não quero isso de novo.

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