Capítulo Quatro

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Meus ouvidos despertam antes dos meus olhos e do meu corpo

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Meus ouvidos despertam antes dos meus olhos e do meu corpo. Ouço vozes ao meu redor e sinto que estou sendo observado. As vozes são estranhas e as falas são desconexas. Ainda não estou bem.

— Você acha que ele morreu? — Ouço a voz de Jones e me sinto estranhamente aliviado dela estar aqui. Seja lá onde aqui for.

— Seria uma pena. Olha esse abdômen, essas tatuagens. — Uma voz masculina e divertida comenta. Sem me mexer, descubro que estou sem camisa.

Claro, estava coberta de sangue.

Por Deus, o garotinho! Será que ele sobreviveu?

— Que nojo, Darius, você sabe o quão idiota ele é. — E simples assim, não estou mais aliviado de Jones estar por perto.

— Sim, um idiota em proporções megalomaníacas. — Argh, de novo esse apelido horroroso — Mas ainda assim, esse abdômen...

Sinto uma onda quente tomar conta do meu corpo. Minha boca está mexendo, mas contra a minha vontade. Estou dizendo algo, mas o quê?

— Cale a boca, ele está dizendo alguma coisa. — Uma voz feminina e jovem reprime o rapaz chamado Darius.

Eles ficam em silêncio para me ouvir.

— Eis a Senhora da Noite, a Protetora do Oculto, a Senhora do Silêncio, a Preservadora da Natureza, a Portadora da Luz. Ela é o nosso caminho.

Quê? Eu não faço a menor ideia do que isso significa.

Mas eles parecem saber pelo silêncio que se instala.

— Ele acabou de dizer os Ritos? — A segunda mulher pergunta.

— Ele disse. Mas como um humano saberia disso? — Darius indaga.

— Você contou pra ele? — A mulher pergunta novamente para Jones que deixa escapar um ruído irritado.

Sinto tomar o controle do meu corpo outra vez. Posso mexer meus dedos.

— O quê? Ah, qual é, Rekha, há meses que não vejo o homem e, antes disso, tentava manter nossas conversas ao mínimo, estritamente relacionadas ao trabalho. — Jones responde, ultrajada. O jeito que ela fala faz parecer como se eu constantemente tentasse puxar conversa com ela. Garota irritante — Talvez eu devesse ir buscar a Sacerdotisa. Rekha, venha comigo.

Ouço as duas se afastarem. Seus passos somem com a distância, mas ainda posso ouvir com clareza quando a mulher, Rekha, fala algo para Jones.

— Sabe, você poderia começar a chamá-la de “mãe”.

Estranho. Cada vez mais estranho. Eu poderia jurar que a mãe de Jones mora no Colorado.

Ouço Kapton falar algo para Darius e em seguida o rapaz se afasta, me deixando sozinho com o enorme Drakkar de setenta metros transformado em humano.

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