A pequena nortenha, de fato, é muito diferente do seu pai, o Rei Drakkar. É como se ela não tivesse nenhuma característica de sua verdadeira origem, exceto a força, que pode muito bem ser uma consequência apenas de ser Feérica.
A faca que eu usei para cortá-la não era feita de garras de Drakkar, o que prova que ela não tem pele de aço.
Não sei porquê estou fazendo isso. Não sei porquê estou tentando contar, sem realmente dizer, quem é o pai dela.
Acho que estou me afeiçoando demais por essa nortenha.
O bairro da mãe adotiva e humana de Alura é um belo bairro, daqueles com casas idêntica, bonitas e aconchegantes. A decoração de Natal parece ser mais concentrada aqui. Acho que é um bairro de subúrbio como qualquer outro.
Quando ela dobra a esquerda na rua da casa onde cresceu, passamos lentamente pela casa da esquina, onde um rapaz alto, loiro e forte está enfeitando o quintal enquanto nos observa atentamente. Noto o rápido olhar de Alura para ele.
Ela estaciona na entrada de sua casa e desliga o carro, mas não abre a porta, fitando ansiosamente a residência de cor azul bebê. Ela passou a última hora tentando decidir o que diria para a mãe adotiva.
O que diria sobre mim.
Ela suspira e resmunga algo inaudível e descemos do carro, andando lentamente até à porta.
— Você deveria dizer que sou seu namorado. — Eu sugiro quando ela toca a campainha, ofegante e trêmula.
— Eu acho que sim. — A forma como ela aceita minha sugestão sem nenhum protesto me surpreende e me alegra, por algum motivo tosco e irritante — Aqui vamos nós. Oi mãe.
Uma mulher de cabelos castanhos claros abre a porta. Seu sorriso é largo e acolhedor.
— Agatha! — Quando ela se inclina para abraçar a filha que criou, meus pelos se arrepiam.
Algo está errado com essa mulher. Ela não é humana.
— Mãe, quero te apresentar... — Alura solta Ellie que me encara, surpresa e contente, mas há algo diferente em seus olhos
Ela me conhece.
— Zoltan! — Ela pula para me abraçar e eu recuo com o solavanco físico e emocional. Ela me conhece. Ela sabe quem sou. Olho para Alura por cima dos ombros de Ellie e a pequena nortenha está tão em choque quanto eu, incapaz de expressar o que está sentindo — Ah, graças à Eyamora você está de volta!
Engulo em seco. Ela me conhece, mas eu não a conheço.
— Como é que é? Você sabe o nome dele? — A pergunta acusatória de Alura paira no ar enquanto sua mãe adotiva parece confusa — Você sabe quem ele é?
Ele ri e franze o cenho, saindo da porta para que possamos entrar. Com um simples aceno de mão, seus olhos brilham, suas orelhas redondas passam a serem pontudas e uma mala de roupas aparece no chão ao seu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Estrela do Norte
FantasySiastar está em guerra há mais de quinhentos anos, dividida ao meio pela famosa Muralha, uma faixa de tijolos e magia que divide o sul e o norte. Divide o povo. O lado norte é a casa da realeza, da nobreza, dos guerreiros iluminados e da heroína do...