Capítulo Oito

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Posso notar a diferença em Jones desde que ela recuperou parte de sua memória

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Posso notar a diferença em Jones desde que ela recuperou parte de sua memória. A diferença em sua personalidade. A garota que costumava ser insubordinada e constantemente questionava e desafiava a minha autoridade está enterrada embaixo de Alura, a guerreira iluminada que segue os passos e as ordens da mãe que parece caminhar sobre a água.

Ela parece viver por esse lugar e me condena por não fazer o mesmo.

Eu deveria, certo? Segundo o Guardião, eu tenho no mínimo quinhentos anos de idade, também deveria viver e respirar por Siastar.

Talvez se eu tivesse qualquer ideia de quem eu sou, poderia fazer isso.

Percebo o quanto ouvir a conversa de Raelyn e Kapton a desconcerta. Mas como não? Sua mãe e seu mentor de confiança estão tramando contra ela. Eu também ficaria assim.

De volta no meu quarto, sou inteligente o suficiente para não tocar no assunto depois dela quase ter me incinerado lá no Templo.

Percebo seu incômodo quando voltamos e por mais que queira confortá-la, me contenho. Não sou a pessoa certa.

Olho em volta, procurando por algo para falar, e o que vejo me chama atenção.

— Uh, o que é isso? — Estranhamente, há uma pequena caixa embrulhada, do tamanho da palma da minha mão. Eu franzo o cenho, surpreso. Seguro a caixa e a chacoalho.

— Deve ser pra você. — Ela conclui, ainda atordoada. Ela se senta na cadeira, pouco interessada — Vá em frente.

Sorrio de canto e abro a pequena caixa. Calculo que deve ser uma joia por ser tão pequeno. Em cima do objeto, há um pedaço de papel o qual eu desdobro e leio em voz alta.

— “Pra ajudá-lo a lembrar, garoto. Espero que isso responda algumas das suas perguntas.” — Sei exatamente quem mandou isso. O Guardião. Como ele entrou aqui, não sei dizer.

Deixo o pedaço de papel em cima da cabeceira e retiro o presente. Um relicário redondo de ouro, um colar que se abre e pessoas costumam colocar fotos de entes queridos dentro.

— Ao menos a pessoa que mandou teve a gentileza de mandar em ouro. Sou alérgico à prata. — Eu brinco antes de abrir o relicário.

— Você não é alérgico à prata, Anthony, você é Feérico. — Ela me corrige andando até mim — Prata é a nossa fraqueza. Deixa eu ver.

Tenho certeza de que estou branco, azul, verde, todas as cores. Dentro do relicário há uma foto de duas pessoas. Dois Feéricos se beijando.

Eu e ela. Eu e Jones.

Ao lado da foto, há algo gravado. Verão de 2001.

— Não. — Quando ela tenta ver o que é, eu recuo, fechando o relicário. Os olhos azuis de Jones me encaram assustada. Talvez tão assustada quanto eu.

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