Capítulo Vinte

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Preciso confessar

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Preciso confessar. Alura às vezes tem boas ideias.

Mas seja lá quem teve a ideia de encontrar Eldwan no palácio para tomar chá no meio da tarde certamente não conhece o Eldwan que eu conheço.

Parece que foi ontem que eu, ele, Kapton e Raelyn nos encontrávamos em bares e bordéis e enchíamos a cara.

Suponho que foi ideia daquele filho dele.

Alura decide não me acompanhar até o palácio. Ela disse que precisava se arrumar e colocar aquele vestido deslumbrante que Ezran enviou para ela.

É verdadeiramente um vestido lindo, mas o fato de que Ezran o deu para ela me faz querer destroçá-lo em mil pedaços.

Os guardas de Eldwan me guiam para o jardim oeste onde encontro uma mesa posta para um chá da tarde. De pé ao lado de um arbusto de rosas amarelas, encontro meu antigo amigo cercado por seus guardas e servos.

Ele deve usar magia para manter um jardim tão florido em pleno inverno.

— Zoltan. — Ele me recebe de braços abertos e um sorriso no rosto — Bem-vindo. Fique à vontade.

Eldwan me convida para sentar e eu aceito. Os servos de Eldwan nos servem de chá e bolinhos de laranja. Esperto, ele sabe que eu adoro bolinho de laranja.

— E seu filho? — Olho em volta, procurando pelo Príncipe.

— Ah, Ezran está esperando a senhorita Alura nos portões do palácio. — Ele responde, desatento de mim, concentrado em seu chá — Eles formam um casal e tanto, não acha?

Me abstenho de resposta. Qualquer coisa que eu diga será uma afronta ou uma mentira.

— Tinha esperança de que poderíamos conversar. — Ele me olha com um sorriso animado — Relembrar os velhos tempos, retomar nossa amizade de onde parou.

Assinto, de maneira séria.

— Eu suponho que sim. — Olho em volta outra vez — Vejo que você não tem uma Rainha. Ela faleceu.

Ele assente, batendo uma mão na outra.

— Mykelia morreu no parto de Ezran. — Ele me conta — Sabe, ele estava atravessado e a única forma de salvá-lo era se cortássemos a barriga dela. Os curandeiros tentaram salvá-la, mas ela já estava morta quando o tiraram.

Franzo o cenho, abismado com a naturalidade dele ao contar sobre uma tragédia em sua família.

— Os humanos fazem isso hoje em dia. — Revelo, recostado na cadeira — Se chama cesariana.

Ele ri, limpando a boca com um guardanapo. Estico o braço para pegar um bolinho e dou uma mordida, me perguntando porquê Alura está demorando tanto.

— Mas e você? Agora é um homem livre. Ainda deseja se casar ou essa vontade passou depois que Raelyn te deu um fora? — Ele pergunta enquanto bebe um gole de seu chá.

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