Capítulo Vinte e Sete

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Os guardas da Governadora me conduzem para um quarto qualquer no Palácio Negro

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Os guardas da Governadora me conduzem para um quarto qualquer no Palácio Negro. Não é nem de longe tão grande e espaçoso quanto o meu quarto na Fortaleza, mas tem uma cama, um guarda roupa e um banheiro. Dá para o gasto.

Sei que Corinna está armando algo. Os guardas trancam a porta.

Não que eu não possa arrombá-la, mas não o farei. Por enquanto.

Seguro o relicário que Zoltan me deu e penso nele. Em questão de segundos, posso vê-lo sentado de frente para Corinna enquanto bebem vinho.

Ela parece descontraída, enquanto ele está tenso.

— Então, Zoltan, eu esperava que pudéssemos conversar. — Ouço a voz ameaçadora dela e presto muita atenção em sua linguagem corporal.

Ela o quer de volta.

— Claro. — Zoltan concorda, bebericando de seu vinho.

— A última coisa que ouvi de você foi que desapareceu com a filha da Sacerdotisa após uma batalha épica. — Ela menciona o que todos sabem. Bom, pelos menos todos no Sul — E depois de vinte e um anos, não só você está de volta, mas agora voltou às boas graças de Eldwan. Onde você foi?

Ele sorri de maneira leve, mas já aprendi a ler os sinais de Zoltan. Ele está tenso, apenas interpretando um papel.

— Eu estava de férias. — Ele mente, mas faz soar como se fosse verdade. Ela ergue as sobrancelhas negras e sorri, interessada — No mundo humano.

Ela arregala os olhos e seu queixo cai ao se servir de mais vinhos.

— No mundo humano? Que exótico! E a filha da Sacerdotisa? — Corinna pergunta ao beber mais um gole de vinho — Ela ainda está viva?

Zoltan aperta os olhos e muda de posição na cadeira, a encarando friamente.

— Sim. — Zoltan solta o cálice de vinho e se inclina na direção da Governadora — Por que está tão interessada nela?

É, Corinna. Por que está tão interessada em mim?

A Governadora dá de ombros, mas seus olhos são tão frios quanto sua pele pálida e branca. Nem seu sorriso é capaz de trazer calor para seu rosto.

— Aquela garota é a maior glória de Eldwan. A Estrela do Norte. Alguns de nós acreditamos que ela deveria ser um exemplo.

— Você quer matá-la. — A voz de Zoltan soa trêmula e assustada. Não se preocupe, Zoltan, ninguém vai tocar em mim.

— Não matá-la, mas transformá-la em um símbolo diferente. — Corinna posiciona a palma na mesa e uma barata surge embaixo de sua mão — Pegar o passarinho favorito de Eldwan e arrancar suas penas causaria uma grande ruptura em seu pequeno reino perfeito.

Ela atravessa o corpo da barata com uma de suas unhas e a criatura morta desaparece em uma pequena nuvem de fumaça preta. A Governadora olha para Zoltan com um sorriso gentil.

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