Capítulo Três

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Ah, como eu passei a odiar esse lugar

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Ah, como eu passei a odiar esse lugar.

Sinto um vazio inexplicável nos últimos três meses, e desconheço sua origem. Pensei que depois de eliminar Jones da equipe a atmosfera daqui melhoraria, a produtividade dos funcionários iria aumentar, mas todos parecem me odiar por isso.

Estranhamente, sinto estar acostumado a receber o ódio das pessoas.

Desço do meu carro após uma série de longos lamentos internos e me dirijo à entrada do parque e avisto de longe o ônibus dos funcionários se aproximando. Costumo chegar alguns minutos depois deles, mas não consegui dormir à noite, então resolvi vir mais cedo.

Me aproximo da entrada e estranho ao ver os guardas noturnos do lado de fora. Parecem estar apavorados.

— Bom dia. O que está acontecendo? — Indago ao me aproximar de Otto, o guarda mais antigo.

— Senhor Myers, ainda bem que o senhor chegou. Tentamos ligar pro senhor, mas achamos melhor ligar pra polícia também. — Ele está branco. Pálido. Definitivamente está assustado.

— Espera, a polícia? Alguém invadiu? — Pergunto em um tom de irritação, percebendo que meu celular está sem bateria.

— Bom, de certa forma, sim. — O outro guarda, cujo nome não me lembro, responde — Aconselhamos que o senhor mande o pessoal pra casa hoje, senhor Myers. Ninguém deve entrar.

Nego imediatamente.

— Não. Independente do que tenha acontecido, vamos lidar com isso e o parque abrirá normalmente em seguida. — Esclareço em um tom firme — Agora, me mostrem o que está acontecendo.

Eles assentem e me guiam pelas portas até o lado de dentro. Ouço algo que parece um lamurio mas... Animalesco? É estranho.

Assim que chego na frente da pista, meu corpo inteiro congela com o que vejo. Sinto minhas pernas tremerem e quero correr, mas não posso me mexer. Arregalo meus olhos e quase entro em pânico.

— Que porra é essa?! — Exclamo com a voz falha.

Há um enorme buraco no telhado, feito de fora para dentro. Algo do tamanho de um pequeno avião caiu na pista. Inacreditavelmente, é algo que até hoje, eu apenas havia lido em livros de mitologia.

A porra de um dragão.

Um dragão de escamas vermelhas, uma cauda longa e dentes afiados dormindo no gelo. Em sua barriga, há um enorme corte de onde sangra. O sangue cobre quase toda a pista.

— E então, senhor Myers? — Otto indaga, sussurrando para não acordar a fera — O que devemos fazer?

Engulo em seco. Só posso estar delirando. É isso, estou delirando por privação de sono.

Me belisco para ver se estou acordado, na esperança de que o dragão não esteja mais lá, mas não funciona. É real. Não estou delirando.

— Ligue pro patrão. Diga que há um problema com os tanques de amônia e eu julguei necessário que o parque não abra hoje pra propósitos de manutenção. — Oriento aos dois — Mande os visitantes que estão esperando o parque abrir embora e mantenha os funcionários do lado de fora. Eu vou esperar aqui até a polícia chegar.

Estrela do NorteOnde histórias criam vida. Descubra agora