Capítulo 4

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Narradora Pov:

 
Minutos depois de Jenna sair do quarto, Georgie aparece, logo percebendo a expressão de Emma.

- Ela não é uma pessoa ruim, eu juro! - Disse, tendo como resposta um suspiro longo da garota.

- Olha.... - Começou.

- Eu nunca gostei dos meus aniversários, ninguém se importava com eles.. - Disse chamando a atenção de Emma.

- No meu aniversário de 20 anos, Jenna me deu um celular novo, ela nunca foi muito boa em demostra carinho por ninguém, mas além de me dar um bem material que eu honestamente nunca achei que iria ganhar de ninguém, ela me deu um abraço.  Emma, foi o melhor abraço que já me deram em toda minha vida, foi a primeira vez que eu e ela tivemos um contato físico e eu lembro que chorei de emoção. Eu te entendo! Você não teve uma vida fácil, mas Jenna também não teve. Dê uma chance a ela e eu prometo que não vai se arrepender. - Terminou, fazendo com que a garota o olhasse de uma forma estranha.

- Por que eu daria uma chance a ela? Eu vi um homem morto, fui tratada como um alienígena e ainda apanhei, tudo isso por culpa dela! Você acha mesmo que eu iria dar uma chance e acreditar que ela poderia ser legal comigo depois disso tudo? - Perguntou ainda com sua voz calma.

- Acho. - Respondeu com um delicado sorriso no seu rosto.

O silêncio foi presente durante alguns minutos, Georgie estendeu sua mão para a garota, não demorando muito para ela segura-la. O garoto guiou Emma para fora do quarto de uma forma rápida, parando em seguida assim que escutou um gemido vindo da mesma.

- Desculpa, me esqueci que você ainda está sentindo dor, vou mandar providenciarem alguns remédios, ok? - Georgie falou tendo como resposta um sinal positivo de Emma.

O garoto passou Emma na sua frente, guiando com cuidado a mesma até às escadas, descendo todos os degraus e finalmente chegando na sala, onde estava todo o grupo reunido, ambos sentados no sofá. Emma olhou atentamente cada ser que estava naquele cômodo, todos que ela havia conhecido no carro, faltava apenas uma pessoa ali...Jenna.

- Senta aqui, anda. - Georgie falou afobado, tendo sua atenção apenas na televisão onde passava a um jogo de futebol.

Emma se sentou no sofá, tendo agora um tempo para perceber o quão confortável e macio era o mesmo.

- PUTA QUE PARIU! - Percy gritou.

- ESSE DESGRAÇADO TEM O QUE NAS PERNAS? UM TUMOR?! - Dessa vez foi joy que gritou.

- Ele com certeza tem algum problema em chutar a bola. - Georgie disse com sua voz calma e normal de sempre.

Emma se sentiu observada, olhou para o lado e viu Ortega a encarando sem nenhum pouco de vergonha na cara. A loira não sentiu absolutamente nada quando se deparou com a mulher lhe encarando, não sentiu ódio, não sentiu medo, não sentiu desconforto e nem mesmo tristeza, apenas encarou a morena até a mesma desviar o olhar para televisão por alguns estantes, abaixando seu olhar e pegando seu cigarro.

"É tão sexy fumando, tão gostosa" - Pensou Emma, logo percebendo e voltando sua atenção para a televisão, sentindo segundos depois um olhar sobre ela, mas dessa vez apenas ignorou, já sabia quem era.

O jogo acabou, e agora o quarteto estava conversando assuntos que para Emma, não eram muito interessantes. Se acomodou mais no sofá, segurando suas expressões de dor para que jenna não visse. Em nenhum momento Ortega parou de encarar Emma, estava tendo um equilíbrio perfeito entre conversar com seus amigos e encarar a garota.

- Quantos anos você tem Emma? - Jenna pergunta, deixando a sala em completo silêncio.

- 19. - Disse seca e sem emoção, olhando fixamente para o chão.

- Seu pai disse que você tinha 20! - Disse se levantando do sofá e a encarando com mais atenção. Ela estava ficando com raiva, odiava mentiras, por mais pequena que fosse, ela odiava e não pretendia deixar a pista livre para o pai de Emma.

- 19...tenho 19 anos. - Disse com seu mesmo tom seco.

- Filho da puta! - Jenna disse se levantando do sofá e saindo para o lado de fora, abrindo a porta e deixando ela aberta.

- Você vai comigo. - Voltou para sala e disse para Emma, não tendo uma resposta da garota.

- Anda Emma! - Quase gritou.

Emma tomou um susto mas logo se levantou e seguiu a mulher que andava com pressa.

- Você é tão lerda! - Disse voltando e pegando no pulso de Emma, arrastando a garota de uma forma mais rápida até o carro.

A menina sentiu dor com o ato, mas não falou uma palavra e não fez uma expressão sequer, apenas entrou no carro e colocou o cinto de segurança, vendo Jenna fazer o mesmo e logo dar partida.

A metade do percurso foi feita em um silêncio desconfortável para Ortega, que ficou se mexendo inquieta no banco várias vezes.

- Você está bem? - Perguntou sem aguentar aquele silêncio perturbador.

- Não. - Emma respondeu seca.

- Por que? - Sabia do por que Emma não estava bem, mas não estava conseguindo aguentar aquele silêncio então se fez de desentendida.

- Porque não. - Respondeu seca mais uma vez.

- Você gosta de sorvete? - Jenna perguntou, dando seu máximo para chegar em um assunto que Emma gostasse.

- Gosto.

O silêncio voltou por alguns minutos novamente mas foi cortado por Ortega.

- Desculpa. - A morena disse. A verdade é que ela não se arrependia do que tinha feito com Emma, ela também não entendia do por que queria puxar uma conversa com a menina.

- Você não foi a primeira, tá tudo bem. -  Segurando seus sentimentos e sua dor, a loira respondeu indiferente o pedido de desculpas da mulher, ela sabia que não eram desculpas verdadeiras, mas não se importava com aquilo.

- Seu pai batia em você? - Perguntou prestando atenção no trânsito, mas não teve respostas da garota.

- Eu te fiz uma pergunta. - Disse um pouco impaciente.

- Qual é? Você sabe tudo sobre mim, você sabe o que acontecia, por que está tentando puxar assunto comigo e fazendo perguntas que você já sabe a resposta? Você poderia ficar quieta? Por favor, é mais confortável não ouvir a sua voz. - Emma soltou tudo de uma vez, olhando fixamente os carros passando pela janela.

- Você é tão afiada... - Jenna disse, ficando quieta logo em seguida, mas não escondendo um sorriso de lado com a falta de medo que Emma sentia.

Ortega parou o carro na frente da antiga casa de Emma, abriu a porta e saiu, mas voltou segundos depois e encarou a garota por algum tempo.

- hm...fique aqui! - Disse por fim.

Sozinha dentro do carro, Emma olhou cada canto do mesmo. Ela gostou do que viu, o carro era arrumado e não tinha aquele cheiro de hospital que ela tanto odiava. Demorou alguns minutos até Ortega aparecer e abrir a porta, dando um susto em Emma. Suas mãos estavam machucadas e sagrando, mas aquilo não parecia encomodar Jenna, apenas se sentou e ligou o carro novamente, dando partida e deixando a cabeça de Emma cheia de perguntas do que a mulher poderia ter feito com seu pai.

Capítulo não revisado.

𝑽𝑶𝑪𝑬̂ 𝑬́ 𝑨𝑷𝑬𝑵𝑨𝑺 𝙈𝙄𝙉𝙃𝘼 - Jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora