Capítulo 8

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Emma Myers Pov:

- Como sabia daquelas coisas? - Jenna me perguntou, quebrando o silêncio que havia no carro.

- Eu sei.. - Fui interrompida.

- Não venha me dizer que sabe de tudo! Eu quero saber como conhece aquele homem. Ele não te conhecia, como sabia sobre ele?

- Fui uma criança enxerida e curiosa. Meu pai anotava informações em uma salinha que tinha lá em casa. Eu apenas entrava quando ele não estava e lia tudo sobre, todos os dias, decorando cada pessoa, cada nome, cada detalhe... - Respondi.

- Ninguém sabe sobre essa tal Larissa, só eu e outras pessoas.- Ortega estava curiosa, o que era uma coisa engraçada já que ela deveria saber de tudo também.

- Sabe é? - Perguntei.

- Não sei tudo, ninguém sabe, Michael não sabe. - Jenna falou, um pouco inquieta.

- Eu sei. - Falei e me calei imediatamente quando Jenna parou o carro com tudo assim que eu disse isso.

- COMO?! - Perguntou eufórica.

Não respondi, não queria, não sabia se podia.

- VOCÊ TEM INFORMAÇÕES QUE NENHUM INFORMANTE CONSEGUIU ACHAR! NÃO VAI ME RESPONDER?! - Gritava naquele carro. Meus ouvidos estavam doendo.

- Uma moça de cabelo bem vermelho e curto, certo? - Perguntei para Ortega, um pouco insegura já que ela estava super alterada.

- SIM! O QUE VOCÊ SABE?! - Gritou novamente eufórica.

- Eu conto quando chegarmos, e só conto se você parar de gritar. - Disse olhando para ela.

Ela não me respondeu, não ligou o carro, só me olhou por alguns segundos e levantou um pouco a barra do vestido, mostrando uma arma, o que não mexeu nadinha comigo. Ela tirou a arma do suporte que estava em sua perna e apontou para mim, virando seu corpo para ficar perfeitamente em minha frente.

- Só estaria fazendo um favor. - Disse a ela, me virando para frente e esperando a mesma abaixar a arma e voltar a dirigir.

- Gostaria de passar pelo mesmo que viu no porão? - Sua voz séria e baixa me deu arrepios, mas não tive nenhuma expressão ou choque com o que eu ouvi.

- Não. - Respondi baixo.

- Mas aqui teríamos nossos lados e condições. Minha condição é você dirigir de volta para casa e lá eu falaria o que eu sei, é tão difícil de entender? - Falei mais uma vez, vendo ela abaixar a arma.

- Você esquece que quem manda sou eu. - Ela falou, me olhando, olhando muito.

- Eu sei quem você é, mas é minha condição. Pode me matar de qualquer forma, mas não vou obedecer você dessa vez. - Disse por fim, dando uma piscadinha para ela, e esperando o orgulho ser engolido por Ortega, que ainda me olhava.

Demorou algum tempo até ela voltar a dirigir, dessa vez mais rápido do que o normal. Chegamos na casa muito mais rápido e ela saiu do carro às pressas, abrindo a porta do carro antes mesmo que eu saísse e me puxando pelo braço. Passamos pela sala, e depois eu já estava dentro do escritório de Jenna, que me fez sentar em uma das cadeiras e logo se sentou em minha frente, apenas esperando atentamente para que eu falasse.

- A uns 9 anos atrás, eu cheguei em casa da escola, como sempre fazia... - Comecei.

- Mas naquele dia tinha algo diferente no ambiente, eu me lembro que estava um clima pesado. Eu fui para meu quarto guarda a mochila e depois fui procurar pelo meu pai, normalmente quando eu sentia o clima pesado ele sempre estava no quintal, sempre lá com alguns homens. Quando eu cheguei na porta da cozinha, mesmo de longe...pude ver uma moça, seu cabelo era bem vermelho e curto, ela usava um vestido vermelho e conversava com o Michael, ela estava com uma pequena mala na mão. Ninguém percebeu que eu estava alí, só ela, que me olhou e depois disfarçou. Foi embora um tempo depois e eu subi para o meu quarto de novo, olhei pela janela ela saindo, ela estava quase correndo. Entrou em um carro e partiu. Isso é tudo que eu sei além do nome dela que eu ouvi meu pai citar várias vezes na sala de madrugada com outros homens e algumas informações dela que tinha naquela sala que eu falei pra você. - Terminei por fim, vendo Jenna com uma expressão indecifrável.

𝑽𝑶𝑪𝑬̂ 𝑬́ 𝑨𝑷𝑬𝑵𝑨𝑺 𝙈𝙄𝙉𝙃𝘼 - Jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora