Capítulo 16

590 99 69
                                    

ATENÇÃO! NESSE CAPÍTULO TERÁ CONTEÚDO SENSÍVEL PARA ALGUMAS PESSOAS, SE ISSO CAUSAR GATILHOS EM VOCÊ, PEÇO QUE POR FAVOR PULE O CAPÍTULO OU A PARTE QUE APARECERÁ TAL CONTEÚDO ⚠️

Emma Myers Pov:

O carro finalmente parou, antes mesmo dele parar por completo Percy e Georgie já estavam abrindo as portas para sair. Paramos em frente a uma casa enorme, não tão enorme quanto a outra, mas ainda continuava enorme.

Assim que eu ia sair do carro, jenna chama minha atenção, dizendo que queria conversar comigo. Dessa vez não ignorei ela, afinal, realmente precisávamos conversar sobre muitas coisas, coisas que eu quebrava minha cabeça para saber. Permaneci no carro, esperando todos saírem até finalmente ficar sozinha com a morena. Quando já estávamos sozinhas, saio do carro e vou para o banco da frente, ao lado dela. Esperei até que a boa vontade dela aparecesse.

- A Larissa, a mulher do cabelo vermelho....ela é sua mãe.

Parei por um tempo. Olhei para ela, a mesma quebrava o contato visual, olhando para baixo como se sentisse culpa por alguma coisa.

- Eu já sabia. - Falei em um suspiro. Agora quem quebrava contato visual era eu, que mesmo olhando para baixo, pude ver Jenna me olhar em choque.

- Como?! - Começou a se alterar.

- Há anos eu sei disso, Jenna. Eu nunca esqueceria o rosto da minha própria mãe.

- Puta merda!

- Eu sei que vai mata-la. Eu só não entendo o porquê...

- Caralho! Sua mãe matou meus pais, seu pai invadiu minha casa apenas para buscar você, ele está com sua mãe de novo, estão juntos planejando não sei o que diabos e vc está aqui, vc vai trazer eles para mim..

- Isso é ruim?

- NÃO!! Isso é maravilhoso! Assim que eles te acharem, eu vou estar bem aqui e... - Deu pausa e coloca suas mãos em meu rosto com firmeza, me fazendo ficar surpresa.

- e?

- E eu mato eles. - Falou por fim soltando meu rosto. Não fico surpresa com seu plano maligno, também não me importei com o fato de que ela mataria meus pais. Parece egoísta e sem coração da minha parte, afinal eram meus pais e eles me deram a vida que eu sempre quis ter, não é mesmo? NEGATIVO! Aos três anos de idade eu fui assediada pelo meu próprio tio, que falava coisas nojentas na frente da minha mãe, enquanto a mesma sorria e concordava. Quando eu tinha só 9 anos meu pai permitiu que um homem me alugasse, como se eu fosse algum objeto. Sangrei sem parar por dias, quase morri e me lembro como se fosse ontem, cada detalhe e cada palavra que aquele homem me dizia, enquanto tocava e passava sua língua em mim. Tudo piorou quando eu já estava na puberdade. Meus hormônios estavam ativos e isso causou tesão em muitos homens mais velhos, que iam para minha casa frequentemente. Posso dizer que alguns iriam apenas para me ver, meu pai percebeu o entusiasmo dos homens ao perguntar sobre mim, então ele me fazia vestir roupas curtas e decotadas, não satisfeito me pôs para servir os velhos nojentos que tanto me desejavam.

Não é fácil denunciar um assédio ou um estrupo. Ficou mais difícil ainda quando percebi que ninguém me ajudaria, meu pai mexia com coisas erradas e era uma grande ajuda para diversos traficantes. Denunciar meu pai e todos os outros indivíduos me causaria mais dor, então aguentei tudo sozinha. Sobrevivi sozinha e aprendi tudo sozinha, sem nunca pedir ajuda a ninguém. Terminei o ensino médio e não escolhi fazer faculdade. Não poderia sair de casa para procurar um trabalho para as mensalidades da faculdade, também não poderia contar com a ajuda do meu pai, então eu apenas desisti.

Guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém, é você que vai acabar se queimando. Meu corpo inteiro queima; Queima pelo ódio e rancor que escondo atrás de sorrisos; Queima pela falta de sentimentos, que muito antes tirariam de mim; Queima por saber que nunca fui ajudada, sempre humilhada e quebrada.

Eu não me importo se eles vão morrer ou não.

- Desculpe.. - Jenna falou depois que me viu ficar quieta por alguns minutos.

- "Desculpe" - Repito sua fala e dou um sorriso sarcástico.

- Achou graça?

- Não, "desculpe" - Repito sua fala novamente, imitando sua voz. A expressão incrédula da mesma me faz segurar a risada. Por alguns minutos até esqueci sobre meus pensamentos.

Saí do carro, deixando ela lá, fui em direção do portão da frente daquela casa enorme. Vi que a morena tentava me acompanhar, um pouco desengonçada por estar correndo um pouco.

- Espere! - Aumentei meus passos, achando aquilo muito engraçado.

- Todos vão adorar ver sua calcinha vermelha! - Falou ofegante. Parei no mesmo momento, colocando as duas mãos no meu traseiro, um pouco surpresa e muito envergonhada. Como que eu tinha me esquecido do pijama? Sua burra..burra, burra, burra!

- Coloca isso. - Me deu um moletom branco, dez vezes maior do que meu tamanho e saiu caminhando na frente.

Vesti o moletom que ficou enorme, mas pelo menos cobria as partes transparentes. Nunca mais uso esse pijama na minha vida! Penso enquanto tento acompanhar a morena em minha frente.

Capítulo não revisado.

A partir do próximo capítulo irei trabalhar mais na relação das protagonistas. Espero que tenham gostado 🫦

Quando esse capítulo tiver 50 votos, irei postar mais, beijinhos 🫶🏼

𝑽𝑶𝑪𝑬̂ 𝑬́ 𝑨𝑷𝑬𝑵𝑨𝑺 𝙈𝙄𝙉𝙃𝘼 - Jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora