Capítulo 2

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  Atravessei o corredor e abri a porta do quarto

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  Atravessei o corredor e abri a porta do quarto. A senhora idosa estava sentada no sofá de visitas enquanto o seu marido assistia a televisão. Ambos desviaram a atenção para mim. 

          - Bom dia. - saudei entrando no quarto

   A senhora se levantou. 

          - Doutora. - sua voz estava tensa e os seus olhos refletiam o sentimento - Me diga que tem boas notícias. 

   Sorri para ela.

          - Tenho sim. - respondi - O seu marido está totalmente recuperado do transplante e os dois podem voltar para cara hoje mesmo.

         - Ah meu Deus! - exclamou me agarrando em um abraço caloroso - Obrigada, muito, muito obrigada. - Murmurou Chorosa

   Ela começou a chorar no meu ombro, parecia ser um misto de alívio, tristeza e medo. A abracei de volta dando o apoio que precisava. 

  Pouco tempo depois nós nos desvencilhamos. Expliquei todos os cuidados que deveria ter com o marido e deixei o quarto. 

  Adorava o meu trabalho. Mesmo que no início não tenha sido oque eu queria, me apaixonei por tudo isso. 

   Aquele homem chegou aqui quase morto, e embora esteja em idade avançada, eu lhe dei mais tempo. Acho que no fim é isso oque importa. Ajudar alguém, trazer esperança e devolver a vida a uma pessoa que estava totalmente desesperada é realmente uma tarefa que compensa. E fico feliz porque, hoje em dia posso dizer que sinto prazer nisso. 

         -Eli. - parei na frente do balcão da recepção e chamei o enfermeiro. Ele estava de costas pra mim e se virou - O paciente da 201 recebeu alta.- avisei - Leve a cadeira de rodas e providencie a sua saída, por favor.

   O homem me encarou com uma expressão tensa e assentiu rapidamente. Não entendi a sua reação. Sempre fomos bons colegas, mas por algum motivo ele parecia com medo. 

       - Tem algo de errado? - Indaguei Confusa. Ele desviou o olhar rapidamente, e em seguida rodeou o balcão passando por mim - Eli?

        - Está tudo bem, não se preocupe. - disse enquanto se afastava a passos largos, e então sumiu em um dos corredores

   Estranhei a sua atitude, mas não iria encanar com isso. Afinal, depois de 48 horas de plantão é bem fácil ficar for a de si.

   Me sentindo cansada também, verifiquei o relógio na parede, era a hora do meu intervalo. Eu acabei perdendo a noção do tempo.

   Me dirigi até a sala de descanso do outro lado do andar. Fui o mais de pressa possível, para que eu pelo menos pudesse tomar um copo de café para me manter acordada antes de voltar para o turno infinito.

  Quando cheguei a sala estava cheia, mas felizmente não havia fila pra máquina de café. Todos estavam sentados ou em pé conversando.

          - Bom dia. - saudei entrando no local e indo direto para a máquina no canto da sala. Era a melhor forma que eu tinha de aturar o dia, já que energético me fazia mal. 

Implosão (MC ABISMO Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora