Mesmo em um ambiente caótico como o moto clube Abismo, não há ninguém mais explosivo do que o capitão de estradas.
Com uma personalidade forte, Ryder Reece é o responsável pela segurança dos membros do clube nas estradas.
Sobre o seu passado, e...
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O enfermeiro entrou no quarto e deixou a comida sem olhar para mim em nenhum momento. É bom demais saber que sou temido. A sensação se superioridade e poder são de inflar o ego de qualquer um.
Antes que eu tocasse na comida, ouvi um barulho da porta se abrindo. Olhei em sua direção me deparando com Bela. Quando me viu, os seus olhos marejaram.
Ah, não chore, eu imploro!
Odeio ver mulheres chorando, fico quase em pânico sem saber como agir. Prefiro mil vezes levar um soco na cara.
- Seu irmão veio junto com você? - pergunto doido para quebrar aquele silencio, e também pra distraí-la das lágrimas.
- Ele me deixou aqui e saiu para uma missão. - disse enquanto me analisava com os seus olhinhos chorosos. É incrível que não importa o quanto ela cresça, ela ainda parece a mesma pirralha que chegou ao clube na adolescência e tinha tanto medo de nós que não saiu do quarto por uns dois dias. - Como você está?
Travei o maxilar pensando no que dizer.
- Estou melhor, não se preocupe. - disse, porque qualquer outra resposta resultaria em um choro feminino daqueles bem dramáticos.
Ela sorriu abertamente.
- Ainda bem. - se inclinou para me abraçar. Retribuí o gesto mesmo desconfortável. Sabia que pra ela o abraço era uma forma de demonstrar apreço. - Fiquei muito aliviada quando o Alex me contou que tinha acordado. - sua voz embargou no final.
Bela permaneceu com o contato por uns segundos antes de se afastar, e isso me fez visualizar melhor o seu rosto.
Ah não...
- Ficou tantas semanas em coma. Cheguei a pensar que... eu pensei que não acordaria mais. - choramingou tristemente
Após dizer aquilo, ela realmente desatou a chorar. Colocou as suas mãos no peito e desabafou deixando as lágrimas rolarem livremente.
Fiquei a encarando me sentindo extremamente desconfortável, e um bruto por não fazer ideia do que fazer.
- Bela. - a chamei e ela me encarou. Fiquei em silencio por um tempo pensando no que eu poderia dizer - Não precisa ficar triste, essas coisas acontecem o tempo todo, você sabe disso.
E pronto, ela voltou a chorar, dessa vez baixinho. Como consegui piorar as coisas com apenas uma frase? Realmente não sou bom nisso.
Depois daquele vacilo, decidi fazer o melhor que eu poderia fazer e fiquei calado. Esperei que ela terminasse de chorar, oque levou alguns minutos. Quando os sons pararam, eu voltei a olhar para o seu rosto, ele estava corado pelo choro, e os olhos estavam levemente inchados.
