4 meses depois
Se me contassem meses atrás que eu estaria me casando eu não acreditaria. Mas ali estava eu, de pé, em cima de um altar e ansioso pela chegada da minha garota.
Decidimos nos casar no clube, queria fazer a cerimonia no lugar onde estava a nossa família com o intuito de mostrar a todos os demônios que ela era minha. Queria que se sentisse bem vinda na legião, ainda mais depois de decidir que não convidaria o seu pai. Minha intenção era mostrar que ela não estava sozinha, e ficava feliz quando via que todos a recebiam de braços abertos.
A cerimonia seria realizada ao fim da tarde, como ela pediu. Kaycee chegaria ao por do sol. Tinha demônios por todos os lados em cima das motos e ao lado delas, fumando, conversando entre si e totalmente alheios ao meu nervosismo.
Depois do que aconteceu, meses atrás, eu pensei que a tinha perdido. Achei que nunca teria Kaycee de volta, mas agradeço por estar errado.
- Pra quem disse que não pretendia se apaixonar, até que você bem tá nervoso. - Ramiro zombou ao meu lado.
- Vai se foder! - ralho, nervoso - Onde ela está? Por que essa demora? - nem tento esconder a inquietação.
- As garotas estão terminando de arrumar ela.
Nesse momento, as portas do prédio se abriram. A música começou a tocar. Meu peito inflou de amor quando os meus olhos se conectaram com os dela. Alexandre estava a trazendo para mim.
Ela estava linda, com um vestido rodado que se detem um pouco abaixo dos joelhos, não tem mangas, nem alças, deixando os ombros a mostra. A cor branca entra em contraste com a sua pele negra, tornando a imagem ainda mais perfeita. Na cabeça, uma tiara de flores amarelas e brancas se perdiam entre os cachos soltos.
Quando ficamos frente a frente, o meu irmão a entregou a mim. Olhando para Kaycee, beijou a sua testa em sinal de apreço e se afastou.
Quando olhei nos olhos da minha garota, vi que estava emocionada. Ela é tão sensível.
- Você é a noiva mais linda que já vi. - exclamei, acariciando o seu rosto com admiração. Cultuando cada traço.
- E você tá um gato. - comentou baixo, apenas para eu ouvir. - Mal posso esperar pra me tornar sua esposa.
A última frase teve um efeito diferente no meu coração. Nos viramos quando o reverendo começou a recitar as leis.
Nos próximos minutos, cada um de nós recitou os nossos votos, arrancando suspiros e até risadas de alguns babacas que me zoavam por ter sido selado. Não me importei, a felicidade de estar passando a minha mulher para o meu nome era boa demais pra dar espaço pra qualquer outra coisa.
Assim que trocamos as nossas alianças, o reverendo sinalizou pra Kaycee. Ela se aproximou, apoiando a testa no meu peito, assim como lhe ensinei. Não perdi a oportunidade de cheirar o aroma adocicado de seus cabelos enquanto ela, colocava as mãos juntas atrás das costas.
- A partir deste dia me torno a sua esposa - declara, com a voz embargada - A sua dor será a minha dor e aonde for eu irei, porque as nossas almas se uniram na escuridão do Abismo.
Após dizer, o reverendo finalizou a cerimonia. Meus olhos encontraram os dela no meio da balburdia. Pessoas gritando, comemorando a nova união. A mais nova integrante da família. A minha mulher.
- Meus parabéns, irmão. - Ramiro foi o primeiro a chegar até nós - Vai ver que não tem nada melhor do que acordar todo dia com a pessoa que ama.
- Nossa o bebe nem nasceu e a paternidade já tá te deixando bundão? - zombei, arrancando risadas de Alexandre e Matthew.
Olhei pra minha mulher, estava com as meninas, recebendo abraços. Tão feliz que enchia meu peito de alegria.
- Só não te dou um murro porque é o dia do seu casamento. - resmungou entre risos. De um tapa no meu ombro.
Cumprimentei os caras um a um, contando com alguns demônios que surgiram. Cansado de tanta movimentação. Encarei minha mulher, estava distraída conversando com um grupo de demônios.
Me aproximei, sorrateiro.
- Boa noite, senhora Reece. - murmurei no seu ouvido, assistindo sua pele arrepiar - O que acha de fugirmos daqui? - propus, ensandecido pelo desejo de me perder no seu corpo.
Kaycee se virou e me encarou com os olhos pesados de desejo. Assentiu. Voltei minha atenção aos demônios.
- Foi mal pessoal, mas vou precisar roubar a noiva. - dei o aviso antes de tomá-la em meus braços, carregando-a pra longe dali. - AÍ GAROTAS TÁ NA HORA! - gritei já ouvindo os berros e passos atrás de nós.
A coloquei no chão, e subi na moto antes de entregar o capacete reserva a ela. Kaycee piscou, querendo entender minha intenção, provavelmente reticente em abandonar a festa mas logo aceitou.
Devagar, por causa do vestido, se ajeitou na moto. Antes de me abraçar, vi pelo espelho do retrovisor ela dar uma olhada pra trás e jogar o buque. Escutei os gritos de euforia nas garotas e me virei, surpreendendo-me ao ver que o buque estava nas mãos de Bela.
Quando me abraçou, me apressei e acelerei. O alvoroço se tornou maior. Antes de sairmos pelo portão, Kaycee ergueu os braços, radiante, acenando para o pessoal.
Depois de um tempo na estrada, senti suas mãos apertando a minha cintura, chamando a minha atenção.
- Pra onde vamos? - perguntou com um sorriso lindo.
- Pra onde estrada nos levar, sunshine. - declarei me sentindo um puta sortudo por ter ela comigo - Quero te mostrar todos os meus lugares favoritos. Desfilar com você por todo o país. - soltei uma das mãos do cambio, pra apertar a sua - Quero que todos vejam a mulher incrível que eu consegui.
A sua risada foi como música para mim. Uma que eu nunca esqueceria o som, pois teria para sempre.
Livro 4 da série MC ABISMO:
Liberação do Booktrailler + personagens + dedicatória: 04 de maio
Divulgação do prólogo: 05 de maio
Lançamento do primeiro capítulo: 06 de maio
Capítulos toda segunda e quinta.
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Implosão (MC ABISMO Livro 3)
Roman d'amourMesmo em um ambiente caótico como o moto clube Abismo, não há ninguém mais explosivo do que o capitão de estradas. Com uma personalidade forte, Ryder Reece é o responsável pela segurança dos membros do clube nas estradas. Sobre o seu passado, e...