- Bom dia! - Kaycee saudou entrando no quarto. Sorri, observando-a ir até a janela e abrir as persianas
- Bom dia, sunshine. - devolvi, adorando ver o rubor que tomou conta do seu rosto. Minha mente suja já começou a trabalhar
Ela me encarou por um momento, ainda perto da janela e desviou o olhar para o outro lado, antes de começar a caminhar na minha direção com a prancheta na mão. Deixou o objeto em cima da cômoda e tirou o estetoscópio do pescoço.
- É... - divaga com as bochechas rubras. - Por que me chama de sunshine? - perguntou meio desconcertada
- Sei lá. - eu queria poder explicar, mas não conseguiria dizer toda a verdade mesmo se quisesse - Acho que é porque você sempre está feliz e sorrindo pelos cantos. - aquilo não era mentira - Por que, te incomoda? - procuro saber, pois já havia notado a forma que age quando a chamo dessa forma
Kaycee me encarou por um tempo, parecendo pensar no que perguntei e nega com a cabeça. Menos mal. Não era a minha intenção chateá-la.
Pisquei quando se aproximou, devagar e colocou o aparelho sob o meu peito, para escutar o meu coração. Fiquei a encarando, absorvendo seus traços, seu cheiro perto de mim. Eu estava gostando cada vez mais desses momentos de proximidade.
Nesses últimos dias, nós ficamos próximos. Conversávamos todos os dias e as vezes na hora de descanso, ela vinha no meu quarto para jogar conversa fora. E eu adorava cada segundo que passava com ela.
Parecendo sentir meu olhar sobre si, Kaycee me encarou. Algo nos seus olhos me fez perder o ar. Me fez querer continuar olhando para eles, como se uma força magnética estivesse puxando a minha atenção. Aquilo era esquisito demais e estava acontecendo com frequência. Mas iria ignorar isso. Disfarcei e virei o rosto.
- Você não veio ontem a noite. - disse apenas para quebrar o silencio cortante. Geralmente, a doutora passa de quarto em quarto a noite, para checar os pacientes, ela quem me contou.
- Ah sim... - se afastou, pegando a prancheta - Ontem foi um dia bem cansativo, então eu decidi aproveitar a minha folga.
- Foi pra onde? - indaguei curioso. Ela parou de escrever no papel, me olhou e sorriu de lado. Ela não fazia ideia do que aquele sorriso me provocava
- Fui a um bar perto daqui com uns amigos. - conta dando a volta na cama - Fazia um bom tempo que eu não fazia isso.
Aquilo não me surpreendeu nem um pouco. Kaycee parecia mesmo o tipo de pessoa que desistiria do seu descanso para ajudar os outros. É o tipo de pessoa que acorda pela manhã e pensa em formas de melhorar o mundo ao seu redor.
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Implosão (MC ABISMO Livro 3)
RomanceMesmo em um ambiente caótico como o moto clube Abismo, não há ninguém mais explosivo do que o capitão de estradas. Com uma personalidade forte, Ryder Reece é o responsável pela segurança dos membros do clube nas estradas. Sobre o seu passado, e...