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Saí correndo do vestiário e fui até o banheiro da escola

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Saí correndo do vestiário e fui até o banheiro da escola. Eu tentava segurar o choro a cada passo que eu dava.

Agora eu tenho aula livre e depois tenho treino de líder de torcida.

Adentrei no banheiro e caminhei até uma das cabines vazias para me trancar lá dentro. Sentei-me na frente do vazo e encostei minha cabeça na parede, levantei meus joelhos e os abracei fortemente, sentindo um pingo de desgosto dominar o meu corpo.

Perdi-me nas lágrimas que caíram sem avisar, deixando em mim uma tristeza profunda. Levantei a manga da jaqueta e, ao avistar os hematomas deixados pela crueldade do meu pai, uma onda de memórias dolorosas me atingiu. Fechando os olhos, eu involuntariamente revivi a cena avassaladora em que meu pai me machucava, com o eco de suas palavras cruéis ressoando em minha mente. O banheiro silencioso tornou-se palco para a triste dança das minhas lembranças ruins, deixando-me vulnerável à dor que eu buscava esconder.

Flashback

— JENNIE! SUA VAGABUNDA! — meu pai abriu a porta do meu quarto com força, fazendo com que ela batesse agressivamente na parede.

Eu estava sentada na cadeira da minha escrivaninha branca, estudando e fazendo tarefas da escola, ao mesmo tempo. Assustei-me ao ver meu pai chegar, e virei minha cabeça para o lado, acompanhando o homem andar ferozmente até mim, com o meu olhar amedrontado sobre sí. Ele agarrou o meu braço com força e me levantou sem cuidado algum. O mesmo agarrou-me com braveza e chacoalhou meu corpo inteiro. Eu mantive o meu olhar no seu, com muito medo e sem reação alguma.

— Você tá namorando, filha da puta? — ele perguntou enquanto rangia os dentes. Não o respondi, apenas observei sua expressão estressada e descontrolada, junto com as veias de seu pescoço, pulsando, e seu rosto em um tom avermelhado. — EU TE FIZ UMA PERGUNTA — ele me deu um tapa forte e ardido em minha bochecha.

— PARA, PAI!

— ME RESPONDE, JENNIE! — não disse nada. De repente, meu corpo foi arremessado contra a escrivaninha, fazendo-me bater meu quadril com força e acabar soltando um alto gemido de dor, que estava se misturando com o meu choro e a minha expressão aflita. — Esse pijama tá muito curto, não acha?

Ele se aproximou de mim enquanto focava o olhar nos meus seios — eu estava sem sutiã, apenas com a parte de cima do pijama cobrindo meus seios. — Mudei meu olhar, passando a transmitir medo, desgosto e indignação, nele.

Meu pai não vai fazer isso, não, né?

Ele vai.

O homem começou a se aproximar com um sorriso malicioso e psicótico em seus lábios. Meus olhos o acompanharam chegar, trazendo consigo a sombra e a escuridão que acabou com as minhas forças para gritar ou pedir socorro. Quando percebi, ele estava abrindo o zíper de suas calças, logo revelando...

Flashback

AAAAAHHHHH!!!! — gritei alto e fino, tentando tirar a dor e a angústia que me consumía por inteira, trazendo consigo os pensamentos obscuros que dominava a minha mente, fazendo-me ter vontade de morrer, de me matar, de acabar de uma vez por todas com esse sofrimento que me destrói.

Obsession • Jenlisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora