Obsession • Jenlisa G!P

-32-

— Voltei com a sua água, princesa Kim — Lisa disse, assim que abriu a porta. A garota entrou sorrindo, porém quando viu eu e Jungkook, ela murchou o sorriso. — O que aconteceu? Por que estão com essas caras?

— Desculpa... Você sabe que eu não consigo mentir quando a pessoa apela pro lado emocional — Jungkook disse, fazendo Lisa o olhar com os olhos arregalados.

— O que tá pegando?

— Jungkook, pode nos deixar a sós? — perguntei, sem desviar o olhar de Lisa. O garoto assentiu e se retirou, olhando para Lisa antes de sair da sala. — Senta aqui, Lalisa — mandei e ela obedeceu, entregando o copo d'água para mim. — Não quero.

— Mas...

— Eu não quero, porra! Não me obrigue a tomar essa merda, senão eu vou tacar ele na sua cara com a água e tudo.

— Desculpa... — ela colocou o copo na mesinha onde ficava o vaso de flor, logo me encarando. Ela aproximou sua mão da minha, pegando ela sem a minha permissão. Eu rapidamente tirei minha mão de perto da sua. — O que aconteceu, Jen?

— Não me chama assim — me recusei a olhar nos olhos lindos dela, pois tenho certeza que vou chorar.

— O que eu fiz? Por que está agindo assim comigo? Eu fui pegar a sua água como você pediu — ela murchou os ombros, segurando o choro.

— Você ainda tem a cara de pau de perguntar o que você fez? — ela não respondeu, apenas baixou a cabeça. — O que você fez todos esses anos, sua assassina? Hum? O que você fez? O que você fez além de botar medo nas pessoas? O que você fez, porra?

— Jen...

— Eu já disse pra você não me chamar assim, caralho — disse, em um tom mais alto, logo vendo ela levantar a cabeça e mostrar seus olhos marejados brilhando, enquanto encarava os meus.

— Por quê?

— Você ainda pergunta, porra? Se eu já tinha uma certa insegurança em ficar perto de você, agora eu — engoli seco, controlando meu choro e olhando para a parede. — Você acha que iria conseguir guardar esse seu segredinho sujo até quando? Você acha que eu não ia descobrir? E se as autoridades descobrirem?

— Isso não vai acontecer...

— Para, Lalisa. Aquelas câmeras filmaram tudo — apontei para o eletrônico na parede, sentindo um pouco de dor. — Você matou toda a minha família, o pessoal da escola. Porra! Vai matar o professor só porque ele me deu nota baixa? — perguntei, sínica. — Lalisa, você acha que tá bancando a heroína matando todos que me deixam triste? Você acha? Se acha isso, está muito enganada. Depois que eu soube, eu fiquei com mais medo ainda. Pra sua informação, eu tava tentando, eu tentei pra caralho não pensar na hipótese de você realmente ser uma psicopata, mas no fim, eu coloquei a minha própria vida em risco — disse, entredentes, e deixando o choro me consumir aos poucos. — Eu tava me apaixonando por uma assassina — olhei para ela. — Eu queria que uma assassina fosse mãe dos meus filhos. Você percebeu que eu estava botando a minha vida e a vida do meu...

— PARA! — me assustei quando ela gritou. A garota olhou para o teto, limpando suas lágrimas com o seu indicador, logo suspirando devagar e olhando para mim. — Por favor, tente entender o meu lado...

— Que lado? Qual lado? Você tem um lado bom? Quem garante que você não vai me matar agora? Quem garante que você não matou o seu pai?

— Jennie, eu já disse que eu não mato quem eu amo. E eu amo você, então não vou te matar. O Jungkook não te disse o esquema? Ele não te disse que eu só mato quem te faz mal? Quem te faz mal fisicamente e mentalmente? Hum? Ele não te disse? Pois é, é isso que eu faço. E, bom, eu nunca me orgulhei disso, tá bom. Nunca — ela se levantou e foi até às câmeras. — Tá vendo essa merda? Se você quiser, eu pego a porra das gravações e levo pra polícia. Eu me entrego e vou presa. Eu faço isso. É o certo a se fazer. E se não for pra eu ficar ao seu lado, eu prefiro apodrecer na cadeia. Não me importo de ficar lá. Eu não me importo. Quem sabe assim, eu tire um tempo pra pensar em todas as merdas que eu fiz por você — ela apontou pra mim, forçando a sua voz. — Eu te amo, Jennie. Eu te amo pra caralho — ela parou de falar, pois o choro atingiu-a com tudo, deixando as lágrimas guardadas, escorrerem pelas suas bochechas. — E eu sei que tudo o que eu fiz, não tem perdão. Eu matei pessoas — seus lábios se formaram num sorriso falso. — Eu sou uma assassina de verdade. E sabe de uma coisa, eu não me arrependo de ter matado o seu pai. Não me arrependo. Eu também não me arrependo de ter matado a sua mãe. Eu nunca vou me arrepender porque eles te machucaram físicamente e psicologicamente. Aquela dia em que transamos e você falou que tomava anticoncepcional por causa do seu pai, eu quase desisti de transar com você, sabia? Eu quase fiz isso. Sabe por quê? Porque eu achei errado, pois eu pensei que você só estava fazendo aquilo, pra esfriar a porra da sua cabeça — ela se entregou ao choro, inclinando seu tronco para frente e colocando a mão na barriga. — Me perdoa, Jennie. Me perdoa — observei ela se aproximando de mim, logo se ajoelhando ao lado da minha cama e juntando suas duas mãos em frente ao seu rosto. — Me perdoa, por favor.

— Você matou a minha mãe?

— Jennie, ela te bateu e ela trabalha com o Kai e...

— ELA É A ÚNICA PESSOA QUE RESTOU DA MINHA FAMÍLIA, PORRA.

— ELA ABRIU PORTAS PRA UM ESTUPRADOR ENTRAR NA CASA ONDE VOCÊ MORA, PRA ELE TE ESTUPRAR.

— Morava.

— Jennie... Você sabe que eu fiz o certo. Você sabe. Por favor, me perdoa...

— Você matou a minha mãe...

— Ela era uma filha da puta com você.

— Pelo menos eu conheci a minha mãe, diferente de você, que matou a sua antes mesmo de respirar direito.

Ela abriu a boca para me responder, tendo uma lágrima pingando em sua boca. Seu queixo tremeu e ela fechou boca, suspirando logo depois. Observei ela se levantar, pegar a sua carteira e suas chaves, abrir a porta, e sumir da minha visão.

Jungkook entrou lá alguns minutos depois, vindo até mim e me encarando nos olhos.

— Jennie...

— Me deixa sozinha.

— Mas a Lisa mandou...

— Foda-se o que a Lisa mandou. Não haje como se ela se importasse comigo. Me deixa sozinha, porra.

Cês tão do lado da Lisa ou da Jennie?

Eu tô do lado do Kuma e do Love 😘