Eu Aceito

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Juliana

A srta. Carvajal ficou olhando para mim, sem se mexer. Devagar, ela saiu do banquinho, me encarando, seu olhar passando rapidamente pelo cômodo.

— Você acha que isso é engraçado? _ela falou com a voz trêmula.
— Não sei que tipo de pegadinha é essa, senhora Valdés, mas posso assegurar de que não é divertida.

Ela passou por mim, pegou seu casaco e sua bolsa do sofá, girando de volta.

— Está filmando isso para que possa assistir depois e rir de novo? _uma lágrima escorreu por sua bochecha e ela a limpou, o movimento foi brusco e raivoso.
— Não é o suficiente me tratar mal durante o dia, agora você quer se divertir depois do trabalho também?

Ela seguiu em direção à porta, e eu me recuperei do choque da explosão raivosa dela rápido o suficiente para correr e impedir que ela fosse embora. Inclinei-me sobre ela, fechando a porta.

— Srta. Carvajal... Valentina... por favor. Asseguro que não é uma piada. Me escute. _ela estava tão perto que eu podia sentir seu corpo tremendo. Eu havia pensado nas reações dela, mas não tinha pensado na raiva.
— Por favor. _tentei persuadi-la.
— Ouça o que tenho a dizer.

Os ombros dela caíram para frente e ela assentiu, permitindo que eu a levasse da porta até o sofá. Sentei em frente a ela e indiquei que ela deveria se sentar também. Ela se sentou cautelosa, e precisei de todo meu controle para não gritar com ela e dizer para não parecer um

coelho assustado.

O que ela achava que eu ia fazer com ela?

Suas palavras ecoaram em minha mente.

Não é suficiente me tratar mal durante o dia, agora você quer se divertir depois do trabalho também?

Eu me mexi um pouco em meu sofá, acho que eu merecia sua cautela.

Limpei a garganta.

— Como eu disse, estou planejando sair da Hamilton Inc. A empresa na qual estou torcendo para trabalhar é amplamente diferente da forma como Macario administra sua empresa. Eles valorizam os funcionários; para eles, família e integridade são prioridades.

Ela uniu as sobrancelhas, mas não disse nada.

— Para conseguir colocar meu pé lá dentro, precisei convencê-los de que eu não era a pessoa que eles acham que sou.

— Que é...?

— Arrogante, egoísta. _Inspirei fundo.
— Uma tirana no trabalho e uma mulherenga depois do

trabalho.

Ela inclinou a cabeça; sua voz foi baixa e firme.

— Perdoe minha grosseria, senhora Valdés, mas você é exatamente assim.

— Sei disso. _levantei-me e andei um pouco.
— Também sou boa no que faço e estou cansada de ser pisada por Macario. _sentei-me.
— Senti algo conversando com León... algo que eu não sentia há muito tempo: empolgação ao pensar em uma nova campanha. Inspiração.

Ela arfou.

— León Smith? Você quer trabalhar no Grupo Smith?

— Sim.

— Eles raramente contratam.

— Há uma vaga. Eu quero isso.

— Ainda não entendi onde eu entro.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora