É isso que você pensa?

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Juliana

Era uma noite para comemorar. Eu tinha conseguido, era uma funcionária contratada pelo Grupo Smith. Encontrei-me com León, assinei a oferta e, para seu prazer, disse a ele que queria começar naquele momento. Meu escritório estava pronto, conheci oficialmente minha assistente, Renata, e León já havia colocado algumas pastas na minha mesa. Mergulhei nelas com vontade, tomando notas iniciais, anotando idéias e pensamentos que tinha.

Quando ele me disse que haveria uma pequena comemoração depois do escritório fechar, mandei mensagem para Valentina dizendo que chegaria mais tarde em casa, depois me surpreendi quando a vi entrar carregando uma bandeja de cookies. Olhando para o buffet luxuoso arrumado, eu queria virar os olhos.

Ela trouxe cookies caseiros para um evento como esse? E por que ela estava ali? Eu não tinha pedido para ela vir.

A resposta veio rapidamente. Eva juntou as mãos e correu até Valentina.

— Você veio! E trouxe os cookies que pedi! Você é a melhor! _Eva a abraçou, fazendo um escândalo por minha noiva estar presente.

Disfarçando minha expressão, atravessei a sala, consciente de que os olhos de todos estavam em mim. Passei meu braço pela cintura de Valentina, puxando-a para perto. Cheirei seu cabelo e murmurei para ela:

— Você não me contou, querida. Se eu soubesse que viria, teria descido para esperá-la. _apertei seu braço.
— Você não respondeu minha mensagem.

Ela olhou para mim, e eu pude ver a tensão em seus olhos.

— Eva insistiu que eu fizesse uma surpresa para você.

— Tive medo de que, se soubesse que ela estava trazendo seus cookies favoritos, você a sequestraria junto com os cookies. _Eva brincou.

Sorri para seu tom malicioso.

— Eu preferiria compartilhar os cookies do que compartilhar Valentina.

Eva riu, e eu sabia que tinha dito a coisa certa. Ela pegou o braço de Valentina.

— Separem-se, vocês duas. A mamãe quer ver a Vale de novo, e eu quero lhe contar as minhas de idéias para o casamento. _ela a arrastou para longe.

Fiz um showzinho fingindo que ficara triste, depois fui e peguei outro uísque. Ah, e peguei alguns cookies também.

Foi assim que a tarde passou. Parecia que eu nem estava lá. Eu ia de grupo em grupo, conversava com Leon, Andreas e os outros funcionários, todos me zoando por eu estar tentando falar sobre trabalho, insistindo que era um evento social. León sorriu e bateu no meu ombro e me disse que estava empolgado por eu estar ansiosa, mas a segunda-feira estava bem perto. Ouvi seus planos para o fim de semana, a forma como falavam sobre suas esposas, e suas vidas. Fiquei pensando como alguém pode ser tão ligado a outra pessoa. Parecia ser a mesma coisa para todos eles. Olhavam para as respectivas esposas com olhares de adoração. Isso me deixava enjoada, mas segui os exemplos, observando Valentina andar pela sala, falar com as pessoas, geralmente Eva ou Lucia estavam ao seu lado. Ela parecia ser a estrela do show. Todo mundo queria falar com minha noiva. Seus cookies foram um sucesso, desaparecendo antes de todas as outras sobremesas.

Quando ela se tornou mais importante que eu?

Ela era coadjuvante eu era a estrela. Sempre era eu que liderava o lugar. Como isso foi mudar? Franzi o cenho ao pensar sobre isso.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora