Juliana
Eu estava sentada ao balcão, bebendo minha terceira xícara de café, quando ela desceu no domingo de manhã. Ela pegou uma caneca, eu ainda não tinha tentado usar a cafeteira que apareceu na semana anterior, então ela me fez usar. Eu podia sentir seus olhares disfarçados conforme ela esperava a máquina fazer sua mágica.
— O quê? _suspirei.
— Eu dormi.
— Você estava exausta.
— Acordei na minha cama. Sem meu vestido.
Arqueei a sobrancelha para ela.
— É costume carregar a esposa pela casa e retirar seu vestido de casamento na noite em que se casam, eu acho.
Uma cor vermelha-escura corou suas faces, enfatizando suas maçãs delicadas.
Sorri e balancei minha cabeça.
— Você me ajudou, Valentina. Dormiu, eu te cobri e saí do quarto. Pensei que, caso contrário, ficaria desconfortável.
— Ah.
Ela se sentou ao meu lado e bebeu seu café antes de notar o pacote embrulhado no balcão.
— O que é isso?
— Um presente.
— Para mim?
— Sim.
Descobri que ela era uma ansiosa, nada gentil em abrir a fita e retirar o papel com cuidado. Ela segurou no canto e rasgou com a alegria de uma criança na manhã de Natal. Isso causou um pequeno sorriso em meu rosto. Ela olhou para a caixa.
— O quê? _sorri com sua confusão.
— É uma máquina de waffle.— Você disse que queria uma, então comprei para você. Como um presente de casamento. _dei risada.
— Eu não poderia fazer caber uma mesa em um embrulho de presente. Acho que você terá de escolher uma.Ela ergueu o olhar para mim.
— O presente que quero não custa nada mais que um pouco do seu tempo.
Ela estava enganada. Eu sabia o que ela queria, o que eu tinha prometido a fim de que se casasse comigo.
— Você não vai esquecer isso, vai?
— Não. Você sabe minha história. Quero saber a sua. _ela ergueu seu queixo teimoso, destacando a fenda.
— Você prometeu.Minha caneca de café bateu no granito com um pouco de força excessiva.
— Certo.
Desci do banquinho, tensa e agitada. Parei na janela, olhando a cidade, as pessoas pequenas e distantes, do jeito que eu queria que essas lembranças ficassem.
Mas Valentina queria que eu as contasse.
— Meu pai era um playboy. Rico, mimado e um babaca de verdade. _dei risada, virando-me para olhar para ela com intensidade.
— Tal pai, tal filha.Valentina foi para o sofá, sentou-se, permanecendo em silêncio. Virei de volta para a janela, sem querer muito olhar nos olhos dela.
— Ele vivia intensamente, viajava muito, basicamente fazia o que queria, até meu avô chamar sua atenção. Disse para ele crescer e ameaçou tirar seu dinheiro.
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O Acordo
FanfictionJuliana Valdez é uma executiva tirana que trabalha para uma empresa que visa apenas lucros. Após ser passada para trás por um colega de trabalho, acabou não conseguindo fazer parte da sociedade que tanto queria. Assim, com um plano de se vingar do c...