Juliana
Eu não sabia o que fazer depois da conversa com Valentina. Suas palavras ficaram ecoando em minha cabeça, fazendo-me questionar as verdades às quais eu me segurei por todos esses anos. Eu me senti drenada, e precisava parar essa onda de pensamentos, então mudei isso, indo para a academia. Malhei pesado, tomei banho, depois segui para meu quarto. Esperava que Valentina se aproximasse de mim querendo continuar a conversa, o que eu esperava evitar, mas ela estava ocupada na cozinha, sem fazer esforço para olhar para mim conforme passei.
Na minha escrivaninha, havia um prato de sanduíches e uma garrafa térmica com café. Encarei a situação por um instante, depois, dando de ombros, perdi-me nos arquivos que trouxera para casa.
Só no começo da noite que a vi de novo.
— O jantar está pronto, se estiver com fome.
Olhei para cima, apertando os olhos.
— Juliana, você precisa de um pouco de luz. _ela cruzou a sala, acendendo o abajur da minha escrivaninha. Ela balançou a cabeça.
— E talvez óculos. Estive reparando em como você segura as coisas perto do rosto quando lê. _olhei para baixo, percebendo que ela tinha razão.— Vou marcar uma consulta para você. _ela ofereceu, com um sorriso nos lábios.
— Duvido que isso esteja na lista de tarefas de sua assistente.Tive de rir, mesmo enquanto virava os olhos para cima. Quando me encontrei com Renata na sexta, listando todas suas obrigações, ela me surpreendeu com sua própria lista. As assistentes pessoais no Grupo Smith eram totalmente diferentes da Hamilton Inc. Ela estava lá para me dar apoio, manter-me organizada e até, de vez em quando, providenciar meu almoço, mas não estava lá para me fazer café, torrar um bagel ou pegar minha roupa na lavanderia.
Dizer que fui colocada no meu lugar era pouco. Ela foi gentil o suficiente para me mostrar a enorme sala de descanso dos funcionários, como usar a máquina de café e onde encontrar os bagels e outras comidas que León mantinha para sua equipe.
Valentina teve de sair para esconder a risada quando eu lhe contei essa história.
— NÃO É ENGRAÇADO! _gritei para ela.
— AH, É, SIM. _sua resposta seca veio do fim do corredor.
Tinha de admitir que ela estava certa. Pensando bem, não me matou ter de levantar e pegar um café. Era uma boa forma de esticar as pernas. Eu tinha uma sensação de que Renata seria muito econômica com o creme do meu café e com o queijo no meu bagel, de qualquer forma.
Valentina sempre os fazia do jeito que eu gostava.
— Por Deus, estou ficando velha. _resmunguei.
— Óculos de leitura.Ela riu.
— Sim, trinta e dois é ancião. Você ficará bem. Tenho certeza de que vai fazê-los ficarem bonitos em você.
Ergui minha sobrancelha equivocada para ela.
— Ah, é? Está dizendo que vou ficar ainda mais sexy com óculos?
— Não estou dizendo nada. Seu ego é grande o suficiente. O jantar está na cozinha se quiser.
Com uma gargalhada, apaguei a luz, seguindo-a para a cozinha, ainda desconfiada. Algumas das minhas lembranças mais nítidas da infância eram as discussões constantes de meus pais. Minha mãe era como um cachorro com um osso, recusando-se a ceder um centímetro. Ela iria reclamar alguma coisa com meu pai, que, normalmente, explodiria. Eu estava preocupada que Valentina tentasse tocar no assunto de nossa conversa, mas ela não disse nada. Em vez disso, quando estávamos comendo, ela empurrou uma cor de tinta em minha direção.
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O Acordo
FanficJuliana Valdez é uma executiva tirana que trabalha para uma empresa que visa apenas lucros. Após ser passada para trás por um colega de trabalho, acabou não conseguindo fazer parte da sociedade que tanto queria. Assim, com um plano de se vingar do c...