O Príncipe e o Fantasma. I

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Quando a carruagem parou de chacoalhar, o pequeno Han JiSung olhou através da abertura translúcida e estreita do veículo. Viu uma casa, uma enorme casa, como esperado de ter um nobre.

Nada era exuberante como a de JiSung, não deveria ser comparada com um castelo, mas não importava, a criança não ligava para o luxo ou qualquer coisa do tipo. Ele desejava que sua estadia não demorasse, não gostava de estar longe, queria voltar para seu lar, para seus amigos e talvez, para o seu pai.

Seo ChangBin conferiu o último caixote colocado no chão por um criado: - Estão aqui, todas as coisas dele - eram doze no total, apontava, contando com os dedos.

ChangBin tinha treze anos e muitas responsabilidades, deveria garantir que o príncipe chegasse vivo. Deveria saber se toda a bagagem havia chegado intacta.

E eram muitos caixotes, Bang Chan estava admirado: - Não é coisa demais?

- Bem, não sabemos por quanto tempo ele irá ficar... - ChangBin respondeu.

Cansado de espiar ou aflito para conhecer o lugar, JiSung abriu a porta, saltou para fora da carruagem.

Os olhos de ChangBin viraram para o menino. Mas os olhos de JiSung foram para Bang, para dentro de Bang, onde uma luz azul emanava daquele corpo. Então, JiSung teve certeza: aquele garoto era Bang Chan, o herdeiro da família Bang. O futuro Marquês. Um portador de magia.

- Alteza Han! - Bang Chan se curvou.

JiSung aceitou os comprimentos, mas não disse uma palavra. Sua atenção já estava em outro lugar. Havia sido capturado pelo novo ambiente. Era diferente do castelo, da capital, era mais verde, mais limpo, até mesmo o sol parecia mais radiante, o céu mais azul.

JiSung ficou maravilhado, seus olhos brilharam. De repente estava absorto em seus pensamentos.

- Não ligue. Ele é assim, bem... - ChangBin buscou dar início a uma longa prosa.

Enquanto JiSung cheirava as flores dos canteiros e depois tentava pegar um inseto, ChangBin falou sobre o príncipe, sobre suas atividades diárias, manias.

"JiSung é apaixonado por botânica e besouros... Ele não come muitos legumes... principalmente crustáceos. Alergia: pelos. Medo: coelhos. Ele não consegue dominar magia... Por favor, não pergunte sobre sua mãe, ele é sensível com isso..."

Era uma lista extensa, e para a sorte ou azar de Bang Chan, ChangBin havia deixado por escrito, detalhadamente. E assim, a responsabilidade sobre Ji Sung era entregue para outro adolescente.

Bang Chan já tinha consciência, independentemente do que acontecesse:

- A vida de JiSung está acima da sua.

ChangBin terminou com Chan, agachou perto do príncipe e sussurrou algumas palavras. Bang Chan não ouviu, viu os olhinhos do menino se encherem de lágrimas. Viu o abraço. Era hora de partir...

Quando ChangBin foi embora, Bang Chan levou a criança para dentro da casa. Desejava que o príncipe soubesse que seria acolhido em seu futuro lar.

Assim, do jardim até o quarto das criadas, JiSung viu tudo e conheceu todos, os rostos simpáticos daqueles que trabalhavam ali, as auras de cor azul que ficavam em seus peitos.

Mas JiSung não mostrou a mesma simpatia. Relutava para não se apegar. Não deveria cogitar aquela casa e aquelas pessoas como seu lar. Era temporário, ele acreditava. Iria aprender a dominar magia e depois dar as costas, ir embora, para nunca mais voltar.

- Estou cansado, quero minha cama... - anunciou a criança.

Atendendo o pedido, Bang Chan levou o príncipe até um corredor largo. Um carpete vermelho se estendia no chão e duas enormes portas, indicavam a entrada do quarto principal.

Minsung - Espectro VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora