O Retorno do Príncipe. II

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Os caixotes eram carregados, segurados um em cada ponta por um criado. Estava acontecendo de novo. Caixas empilhadas no chão, empacotadas, toda a bagagem sendo levada para fora.

A sensação de abandono. Por quê? Por que estava indo embora?

Bang Chan se curvou: — Acho que nos despedimos aqui...

JiSung olhou para o céu, buscou manter as lágrimas em seus olhos. Não aguentou, não aguentaria, por isso se aproximou e surpreendentemente o abraçou.

Seu peito estava doendo tanto.

Mesmo diante ao ato não habitual, do abraço apertado, aceitou. Bang Chan o envolveu em si. Precisava disso, pois sabia: também sentiria a falta dele. — Se cuide... certo? Pare de dormir tarde e coma bem.

— Você não é meu pai — resmungou. Ainda nos braços de Bang, as lágrimas de JiSung começaram a escorrer. Escorou a cabeça, acomodou-se no ombro do mais velho. — Se mantenha saudável — disse baixinho.

Os lábios de Chan sorriram. Os corpos se afastaram.

JiSung queria saber: — Você vai me visitar?

— Assim que possível.

JiSung enxugou o rosto pela manga de sua roupa. Sentia-se culpado. Por que tinha a sensação de que estava abandonando Bang Chan? Sentia-se sozinho, mas ainda era Min quem sempre o fazia companhia... Por isso, dentro daquela casa, a quem Bang Chan tinha?

— Me prometa que você vai arranjar uma noiva.

O Bang riu. — Não sonhe — estava triste mas não deixava de sorrir.

JiSung riu, disfarçou as lágrimas. Se tornar-se rei daria um título melhor ao Bang. O deixaria ao seu lado.

— Eu devo ir.

JiSung entrou em uma das carruagens. Alguns criados e outros homens se prepararam para partir.

Seria uma longa viagem. Talvez nunca mais voltasse, nunca mais pisasse em seu quarto, e Min... Se Min retornasse, não o encontraria...

Dentro do veículo, a porta da carruagem abriu, JiSung viu HyunJin.

O Hwang não sabia que outra pessoa já ocupava o veículo. — Desculpe, eu irei para outra — os passos recuavam para trás.

— Não. Você pode ficar.

Timidamente, HyunJin sentou na frente de JiSung. — Obrigada — em sua mão estava uma caixinha, da qual aparentava ser para jóias ou materiais frágeis.

JiSung olhou para a janelinha, as rodas começaram a se movimentar. Estava avisado de que HyunJin iria junto, mas um ambiente silencioso pairava entre os dois. Eram dois estranhos.

— JiSung, eu...

— Eu quero ficar quieto um pouco.

— Me desculpe — HyunJin abaixou a cabeça. Trouxe a caixa em suas pernas para mais perto.

O caminho todo fora quieto, se não pelo barulho externo, os pássaros piando, do vento batendo na janelinha, o galope dos cavalos, as rodas craquelando, passando por pedras, às vezes seguindo mais rápido, outrora mais devagar.

JiSung não pensava em dormir. HyunJin por sua vez tinha os olhos fechados, caía no sono, mas logo despertou quando a carruagem atravessou por uma grande pedra e as cabeças bateram no teto do veículo.

Assustado, o Hwang deixou a caixa que segurava cair - indo para frente. JiSung a agarrou a tempo, mesmo com sua tampa semi aberta. Viu o que estava guardado dentro, acolchoado.

Minsung - Espectro VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora